Capítulo 14 - Brenda

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O silêncio durou quase trinta segundos. Os soldados e tripulantes das naves esfera e da NCO acidentada se depararam com a triste perspectiva da morte. Eles estavam dentro de uma nave Stall, a qual havia saltado para um local ignorado. Estavam sozinhos e cercados pelo inimigo. Carlos gostaria de ter um plano, porém não era esse o caso. O medo turvou sua mente. Nem tanto o temor de morrer ou ser capturado, mas sim da perspectiva dele vir a falhar como líder, e de seus soldados pagarem um preço muito alto pela incompetência dele. Então ele disse:

- Fiquem atentos e mantenham as posições defensivas.

Seus soldados já estavam fazendo exatamente isso, ele só falou mesmo para quebrar aquele silêncio fúnebre que havia se abatido sobre o grupo. Então a comandante Brenda disse:

- Temos duas sondas interestelares na NCO, podemos usá-las para pedir socorro, estamos apenas a um salto de distância. Nós podemos ser resgatados!

A esperança voltou aos corações dos soldados, e então Jorge falou:

- Mas em minutos essa nave Stall pode saltar novamente.

- Então vamos garantir que ela não salte mais! – disse Carlos com convicção.

Brenda mandou seus tripulantes para o interior da NCO, para buscar as sondas interestelares, e depois acrescentou:

- Tragam também um míssil YX-450.

Enquanto esperava pelos itens requisitados, Brenda usou seu computador pessoal, o qual ficava preso ao seu antebraço, para consultar as informações secretas a que ela tinha acesso como comandante de uma NCO.

Ela encontrou os relatórios que haviam sido feitos sobre uma nave Stall destruída, a qual era muito similar a que estavam naquele momento. O serviço de inteligência militar havia feito até mesmo uma planta baseada nos destroços, a qual permitia identificar os pontos críticos daquele veículo imenso.

Brenda constatou que, de acordo com os diagramas, o sistema de geradores de hiperespaço daquela nave era distribuído em diversas subestações ao longo do casco. Bastava destruir uma delas, e o campo quântico não se completaria ao redor da nave, e ela não poderia mais saltar. Ela então disse:

- Vocês tem um emissor de pulso sônico?

Jorge prontamente respondeu:

- Sim. Pessoal, na parte de cima da minha nave, tem uns compartimentos numerados. Abram o de número 5 e peguem o equipamento.

Bel foi até o local indicado e pegou o aparelho, o qual era um cilindro do tamanho de um braço humano. Ela levou o emissor até uma das paredes e o aparelho se fixou nela usando eletroímãs. Ele emitiu uma série de pulsos ultrassônicos pela parede, os quais se espalharam pelas estruturas metálicas da nave, os ecos retornaram e foram analisados.

O aparelho foi colocado em outras paredes, e depois de mais algumas leituras, o computador criou um esquema tridimensional de quase toda a nave Stall. Brenda cruzou as informações com as do diagrama da nave Stall abatida e encontrou as subestações de hiperespaço.

Brenda constatou ainda que havia um corredor, o qual passava no nível abaixo de onde eles estavam, ele tinha mais de um quilômetro de comprimento e passava ao lado de uma subestação. Brenda andou por cerca de 85 metros e disse:

- É bem aqui embaixo, precisamos abrir uma passagem.

- Pode deixar. Sarah, pegue os explosivos plásticos, vamos fazer um círculo. – disse Carlos.

Em menos de dois minutos eles haviam modelado um círculo de explosivos com 1,25 metros de diâmetro. Um detonador eletrônico foi colocado e todos se afastaram. Sarah realizou um comando em seu computador no antebraço e a explosão controlada ocorreu.

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