Prólogo

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Seattle, Washington.

Passaram-se cinco meses após o pedido de casamento que Barry me fizera naquela maravilhosa noite estrelada. As coisas não mudaram desde então, meus pais continuavam em coma e eu ainda estava trabalhando na empresa como secretária.

Fiz o que pude para que tudo ficasse bem entre Julian e Barry, mas nada deu certo, então, tive que aceitar. Depois que descobri sobre o real valor do hospital, tentei juntar toda a quantia que estava devendo à Thomas mas isso foi ficando cada vez mais difícil.

Eu realmente precisava de ajuda, mas não queria recebê-la justamente a dele, não me sentia bem com isso. Há cada dia aquela dívida crescia como uma bola de neve. Ganhei um aumento de salário há três meses, e mesmo assim, não tinha dinheiro suficiente para a mensalidade.

Sabia que quanto mais os meses passavam, minhas dívidas aumentavam um pouco mais. Julian e Claire insistiam que Thomas nunca aceitaria o dinheiro de volta, mas eu o faria aceitar, mesmo sem saber como. Não soube mais nada dele desde aquele dia na casa de Julian e também não quis perguntar, já não me dizia respeito nada sobre ele. É claro, às vezes ou quase sempre me perguntava se Thomas estava bem, afinal, de qualquer maneira me preocupava com ele, era uma coisa inevitável.

Já faziam dezoito meses que meus pais estavam em coma. Meu aniversário seria no próximo mês e tudo o que eu queria era compartilhar esse dia com eles. Estávamos perto das festas de final de ano e eu não poderia estar mais tristonha, só queria que eles acordassem.

Às vezes sentia que minha fé estava se esvaindo mas era consolada pelo Senhor em cada oração, alguns médicos já não acreditavam que meus pais pudessem acordar, porém, não fui abalada por isso. Eu sabia que em algum momento eles acordariam.

Havia um segredo que eu ainda guardava, não contei à Barry tudo o que descobri no dia em que ele pediu minha mão, não sabia como ele reagiria, por isso decidi manter cada detalhe á sete chaves e me sentia mal, mas algo me dizia para deixar tudo como estava.

— Manu! — Lizzie parou em frente à minha mesa de trabalho. — Sr. Kooper pediu para que entregasse esses papéis à você. — disse, jogando os papéis sobre a mesa. — É para o Kieran assinar.

— Ok, Lizzie.. Obrigada.

Assim que Lizzie se retirou, juntei os papéis que agora estavam bagunçados e os coloquei em ordem, então fui à sala do meu chefe, o senhor Kieran Beaufort. Eu era sua secretária e uma grande amiga também. Bati na porta três vezes e esperei a resposta:

— Entra! — exclamou.

— Licença, senhor Beaufort. — falei, abrindo a porta cuidadosamente e indo até ele. — Kooper mandou entregar esses papéis, é para serem assinados.

Hum.. Pode deixar aqui, quando eu terminar de conferir os dados desse mês, eu assino.

Assenti e deixei os papéis sobre a mesa. — O doutor Isaak ligou, pediu que transferisse o valor correto para a conta da França até amanhã de manhã. — avisei.

— Como? Amanhã de manhã? — bufou. — Resolve isso pra mim, estou atrapalhado aqui.

— Ok.

— Ah, e Manuela, entrega esse cheque ao Smith. — disse, tirando um cheque da gaveta da mesa e me entregando.

— Farei isso. — assenti.

O dia já estava terminando, mas ainda tinha algumas coisas a serem feitas. Não tinha queixas do meu trabalho, me sentia ótima ali, todos eram muito amigáveis. Em especial, fiz uma amiga, seu nome era Charlotte, assistente de Smith.

O Milagre: ReencontroWhere stories live. Discover now