O Milagre: Reencontro

Capítulo 28: Hora da verdade

Manuela POV's

Franzi a testa enquanto tentava assimilar as palavras que acabara de ouvir. Thomas estava sério, não parecia estar brincando mas aquilo sem dúvidas, era algum tipo de piada. Meus olhos analisavam seu rosto com atenção, notando sua expressão preocupada, deixando-me aflita.

— Thomas... Você está bem? — perguntei.

Seus olhos me encararam e pude ver o medo estampado em seu profundo azul. Mesmo sem entender nada, senti meu coração doer. Thomas parecia estar querendo dizer alguma coisa, mas estava na cara que não conseguia fazê-lo. Minha pergunta não receberia uma resposta.

— Você está começando a me deixar nervosa.

Pensei mais uma vez em suas palavras, e ainda assim, não conseguia entendê-las. Nenhuma delas faziam sentido para mim. O silêncio entre nós era perturbador e me deixava ainda mais apreensiva. Estava me sentindo completamente perdida, tudo ao meu redor era uma grande confusão.

— Acho que vou embora...

— Espera. — interrompeu-me e o encarei.

— Eu não consigo entender.

— Eu sei que é difícil. Mas por favor, você me conhece como ninguém. Sabe muito bem que eu jamais brincaria com algo parecido, com algo tão grave. Nunca teria dito o que eu disse sem estar certo das minhas palavras. Nada disso foi acidente. Foi tudo planejado... Acredite em mim.

— Você não está nada bem!

— Manuela... — chamou-me e suspirei.

— Isso tudo é uma loucura.

Não esperei que Thomas dissesse mais alguma coisa, me levantei apressadamente e tentei ir até a porta, mas fui impedida quando senti sua mão agarrar meu pulso. Mantinha meu olhar fixo ao chão, e quando menos esperava, seus braços rodearam meu corpo.

Foi totalmente impossível me afastar, choquei meu rosto contra a sua camisa e deixei minhas mãos subirem por suas costas, apertando-o fortemente contra mim. Fechei meus olhos, sentindo uma lágrima seca rolar pelo meu rosto. Estava assustada e só senti-lo perto foi um alívio.

— O Julian e a Claire sabem. Eles acompanharam tudo desde o início, manteram segredo porque praticamente implorei por isso. Daniel fez isso para se vingar de mim, e de você. Mas, o foco dele era eu. Ele queria me atingir e descobriu que a única maneira de fazer isso, era atingir você. No momento em que eu soube, fiquei perdido. Não consegui me imaginar na sua frente sabendo de tudo, não queria te ver sofrendo por minha culpa, eu... Não consegui. Eu fui embora. — pausou, sua voz estava embargada e todas as suas palavras saíam com total sinceridade, minhas lágrimas escorriam de maneira incessante enquanto ainda era apertada em seu abraço. — Mas antes de sair do país, contratei um detetive e o deixei encarregado de vigiar o Daniel e encontrar informações sobre o acidente. Estamos nisso há meses, mas, não encontramos nada para incriminá-lo. Tudo o que eu posso te dizer é que o meu irmão contratou homens para fazer aquilo acontecer. Foi mais grave do que ele esperava mas, ele ainda sentia orgulho do que fez. Desde então, eu não o vejo, não falo com ele. E se o encontrasse novamente não sei o que seria capaz de fazer... Eu sinto muito. Me perdoa, por favor.

Senti alguns pingos caírem em meu cabelo e levantei o olhar totalmente assustada, o rosto de Thomas estava coberto por lágrimas. Minhas pernas fraquejaram, e minha visão escureceu, ainda estava envolvida entre seus braços quando fui tomada por uma imensa escuridão.

{...}

Abri meus olhos com certa dificuldade, encontrando com o rosto de Thomas logo à minha frente, ao me ver o mesmo abriu um sorriso mas sua expressão parecia preocupada. Suspirei baixinho, sentindo sua mão apertar a minha e entralecei nossos dedos de maneira carinhosa.