Mídia acima: Música tocada e cantada por Thomas após conversar com Manuela sobre seu pai.
Os olhos de mamãe se abriram com certa dificuldade, e meu coração palpitava cada vez mais forte. Seu rosto parecia ganhar vida outra vez. Apertei sua mão o mais forte que pude, fazendo seu olhar encontrar o meu. Um sorriso sereno nasceu em seus lábios, e tudo o que fiz foi jogar-me em seus braços.
— Mãe! Você está acordada! — exclamei entre lágrimas.
Eu não conseguia parar de chorar. Vê-la abrir os olhos foi sem dúvidas a melhor coisa que poderia ter acontecido. Esperei meses por esse momento, sem perder a fé, sem desistir. Agora eu podia sentir novamente a sensação de ser envolvida em seu abraço, e só Deus sabe o quanto isso me fez falta.
— Filha.. O que, o que aconteceu? — perguntou.
Levantei meu olhar para vê-la mais uma vez e sua expressão parecia cansada, além de confusa. Eu não sabia como ela reagiria ao saber o tempo que ficou em coma, tinha de contar tantas coisas mas agora eu só queria ficar ali em seus braços, seu abraço era tão aconchegante quanto eu me lembrava.
— Mamãe.. Você ficou em coma por um bom tempo, e, e eu senti muito a sua falta. A casa ficou tão vazia sem você... Sem o seu cheiro, sem os seus pratos deliciosos, sem a sua voz e sem a sua presença. Nada foi o mesmo desde o acidente. — deixei algumas lágrimas caírem mas imediatamente as sequei. — Ah, meu Deus! Papai.. Eu preciso avisar à ele!
Sem mais delongas, escapei de seus braços o mais rápido que pude, e corri para fora do quarto onde encontrei com Thomas e papai que me esperavam tranquilamente. Estava ansiosa para dar a notícia, então, aproximei-me deles, fazendo com que ambos me olhassem nitidamente preocupados.
— Pai.. É a mamãe, ela acordou. — disparei.
A expressão no rosto de papai mudou no instante em que ouviu minhas palavras, seus olhos imediatamente se encheram de lágrimas e sem me dar resposta, correu para dentro do quarto. Thomas me encarava totalmente surpreso e antes que perguntasse alguma coisa, corri para o quarto, atrás de papai.
— Obrigado, Senhor! — papai exclamou em meio as lágrimas.
Thomas apareceu logo atrás de mim e assim como todos dali, seus olhos estavam marejados. Estávamos de frente para um milagre. Mamãe nos observava maravilhada, e mesmo sem entender muita coisa, ela estava feliz. Todos nós estávamos. Esse era sem dúvidas, o melhor presente de aniversário.
Quatro dias depois...
Monday, 8:30am.
Foram quatro dias em observação, até que mamãe fosse liberada. E é claro que estávamos prontos para comemorar a sua chegada. Após terminar de encher as bexigas, espalhei-as pelo chão da sala e então, fui ajudar Claire a montar a mesa com todas as coisas deliciosas que preparamos.
— A torta de maçã está pronta! — anunciei.
Vi a porta da sala ser aberta e Julian entrou, sendo seguido por Thomas que carregava dois jarros de rosas. Antes que Claire e eu pudéssemos fazer algum comentário, os meninos começaram a discutir. Não parecia ser nada sério, mas em menos de dois minutos já estava ficando insuportável.
— Parem de brigar! — gritei, deixando-os surpresos.
— Thomas é um idiota. A culpa é dele! — Julian, se defendeu.
— Minha culpa? Onde já se viu trazer rosas brancas? — Thomas questionou, aparentemente indignado com a situação.
— Ficariam ótimas nessa sala colorida. — Julian, resmungou.
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O Milagre: Reencontro
SpiritualContinuação da obra: O Milagre ♥ Após a partida de Thomas do país, a vida de Manuela virou de cabeça para baixo, com seus pais em coma, teve que deixar sua faculdade de Teologia de lado para trabalhar. Mesmo com todos os problemas que enfrentou e to...