Capítulo 33: Vinte de abril

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Eu já não sentia minhas pernas, e minhas mãos estavam mais do que trêmulas. Apesar de saber que Thomas esperava por minha resposta, continuei travada à sua frente enquanto tentava analisar a situação, ou, ao menos me recuperar do momento de choque em que estava.

— Sim! Eu quero me casar com você! — exclamei.

Assim que pronunciei minhas palavras, senti minha cintura ser agarrada e antes que pudesse dizer alguma coisa, Thomas me levantou em seus braços, me girando pela sala como uma criança. Seus olhos brilhavam, e eu pude ver em seu lindo rosto toda a alegria do seu coração.

{...}

Papai e eu andávamos pela praia. O lugar estava deserto, e apesar de ainda estarmos no inverno, o dia havia amanhecido ensolarado. Um mês se passou desde o meu pedido de casamento, e confesso que a cada dia eu ficava um pouco mais ansiosa, além de nervosa.

— Vinte de abril é uma ótima data. Thomas fez uma boa escolha, e podemos dizer que ele é espetacular nisso... Já como escolheu você. — papai acrescentou e ri baixinho.

— Hoje vou experimentar o vestido de noiva.

— Sei disso. Sua mãe não parou de falar no vestido desde que vocês o viram na vitrine, ela já até sonhou com você entrando na igreja com ele. Está obcecada.

— Ela está me ajudando muito, pai. Eu nunca poderia imaginar esse momento sem a presença de vocês dois.

— Nós estamos muito felizes por você, filha.

— É realmente muito importante pra mim ter o apoio de vocês. Sei que meus futuros filhos vão se orgulhar dos avós, assim como me orgulho dos meus pais. — confessei.

Olhei para papai que dirigiu seu olhar à mim, e sorrimos juntos em resposta às minhas palavras. Depois de algum tempo de caminhada, nós voltamos para casa. Mamãe estava terminando o almoço, assim que ficou pronto, todos nos sentamos à mesa. Eu particularmente estava faminta.

— Eu pensei que Thomas viria almoçar conosco hoje. — mamãe comentou, quebrando o silêncio da mesa.

— Ah, ele foi convidado para passar o dia no Julian. Mas, sinceramente, acho que os dois estão tramando alguma coisa. Só não tenho ideia do que seja. — falei.

— Por que acha isso? — papai, perguntou.

— Tem dois dias que eles andam estranhos. Vivem cochichando e trocando olhares que eu sinceramente não entendo. Mas não deve ser nada demais. — respondi.

— Homens são confusos, filha. Às vezes isso acontece. — mamãe piscou e papai que estava quieto deu risada.

Quando terminamos o almoço, mamãe e eu avisamos à Eliott que já estávamos prontas para sair. Já fazia algum tempo que tínhamos um motorista, Thomas insistia que toda vez que saíssemos, fôssemos levadas por ele. E apesar de ser estranho no início, depois nos acostumamos.

— Já escolheram a casa, senhorita Manuela? — Eliott perguntou, e percebi me olhar pelo retrovisor interno.

— Não. Nós estamos vendo algumas opções por aqui mesmo em Seattle. E pela milésima vez, pode me chamar apenas de Manuela. Sem formalidade. — falei sorrindo.

— Isso é difícil, senhorita. — argumentou e suspirei.

— É difícil, mas tenho certeza que com o tempo você se acostuma, Eliott. Apesar do pouco convívio nós já o consideramos um grande amigo. — mamãe acrescentou.

— Digo o mesmo à vocês. É um prazer servi-las. — Eliott sorriu, assentindo com a cabeça e fizemos o mesmo.

Ao chegarmos à loja, fomos atendidas com muita delicadeza pelas funcionárias. Eram demasiados vestidos, mas mamãe estava apaixonada por um deles, em especial. Ele tinha uma longa calda e seu tecido era totalmente justo ao corpo, além de ser no modelo tomara que caía.

O Milagre: ReencontroWhere stories live. Discover now