Capítulo 13: Uma visita surpreendente

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No dia seguinte, acordei com uma leve dor de cabeça mas é claro que aquilo não me impediria de ir trabalhar, então, me levantei e comecei a me arrumar. Como no dia anterior, papai já estava na sala assistindo televisão quando desci, decidi não reclamar com ele, sabia que ele iria teimar comigo. Preparei o café da manhã e quando nos sentamos à mesa, papai percebeu que havia alguma coisa errada.

— Manuela, o que você tem? — perguntou, quebrando o silêncio da casa.

— Nada demais. Só acordei com uma leve dor de cabeça. — dei de ombros.

— Toma um remédio, filha.

— Vou tomar, pode deixar.

Não gostava de mentir ou esconder coisas de papai, mas a verdade, é que a dor de cabeça não era o meu problema. A revista que Barry me deu não saia da minha cabeça, não era para eu me sentir desta forma, quero dizer, eu deveria estar contente ou ao menos ansiosa, mas, eu estava com medo. Acho que o pior de tudo isso, era não entender o porquê eu me sentia assim.

— Sobre o jantar de ontem... Barry parece gostar muito de você, minha filha. — falou e suspirei.

— Pois é. Ele gosta sim.

— E você, também gosta dele na mesma intensidade?

Que pergunta é essa?!

— É claro que sim, pai. Foi por isso que aceitei me casar com ele. — me defendi imediatamente.

— Ei, calma... Eu só te fiz uma pergunta.

Foi então que eu percebi a maneira como o respondi, como se estivesse me defendendo de algum tipo de acusação. Senti-me mal pela maneira que falei com papai, mas simplesmente saiu, não consegui evitar. Estava uma confusão dentro de mim, e provavelmente eu não seria uma boa companhia para ele no momento.

— Me desculpa, pai. — disse, me levantando. — É melhor eu ir, antes que eu me atrase.

— Não se preocupe... Toma um remédio para sua dor.

— Pode deixar.

Fui até o meu quarto pegar a minha bolsa que estava em cima da cama, mas antes de sair, vi a revista sobre a cômoda e a encarei por algum tempo, o sorriso de Barry no momento em que me entregou a revista veio em minha mente, eu sabia que tinha de fazer aquilo, precisava fazer. Hesitei, mas peguei a revista e a guardei em minha bolsa, sendo assim, despedi-me de papai e saí de casa, rumo a mais um dia de trabalho.

— Bom dia, Thomas. — cumprimentei-o, fiquei surpresa em entrar na sala e encontrá-lo ali, Thomas nunca chegava antes de mim.

— Bom dia. Você está bem? — indagou e o encarei.

— Estou. E você?

— Estou bem. — me analisou seriamente. — Mas você não está.

— Eu estou sim. — respondi sem dar importância e me sentei em minha cadeira. — Que horas será a reunião?

— Depois do almoço.

Comecei o meu trabalho e a cada segundo sentia os olhos de Thomas sobre mim, sabia que ele estava me observando e aquilo estava me deixando incomodada, mas mesmo assim, decidi ignorar. Recebi algumas ligações, realizei outras, o tempo passou rápido e nada disso mantia minha cabeça longe da revista que estava dentro da minha bolsa. No horário de almoço, fui para a sala de Charlotte, mas enquanto comíamos, não soltei nenhuma palavra.

— O que você tem? — indagou, minutos depois de um longo silêncio.

— Por que todo mundo me pergunta o que eu tenho?

O Milagre: ReencontroМесто, где живут истории. Откройте их для себя