Capítulo 23: Rosas azuis

1.8K 247 218
                                    


Eu sou uma idiota. — pensei comigo mesma.

Como eu podia acreditar que Thomas realmente ainda sentia alguma coisa por mim depois de ler aquelas mensagens? Quero dizer, ele não parecia estar tão apaixonado por mim como dizia. Comecei a me perguntar o que eu ainda fazia ali sentada, a minha vontade era de ir embora e deixá-lo naquela lanchonete sozinho. Era o que ele merecia depois de ficar trocando mensagens com sei lá quem.

Estava resmungando comigo mesma quando percebi que Thomas caminhava em minha direção, assim que se aproximou, puxou a cadeira onde estava sentado e se sentou. Encarei-o por alguns segundos enquanto ele se acomodava na cadeira, queria estapeá-lo mas me contive ao máximo. Thomas pegou a xícara de café sobre a mesa e levou-a à seus lábios, dando um gole antes de me encarar.

— Eu espero que tenha pensado no que conversamos ontem.

— Você quer que eu continue trabalhando pra você...

— Isso.

— E por quê?

— Essa vaga é sua, assumi essa empresa por você. Eu não quero que se afaste por mim. Se realmente quiser manter distância, posso colocar a empresa novamente nas mãos de Kieran.

— Eu nunca aceitaria isso.

— Então, me diz o que quer, faço tudo para que não vá embora.

O que eu realmente queria no momento, era pegar o celular dele e ler todas as mensagens trocadas com o número desconhecido. Ficava me perguntando quem era a garota que estava com o cheiro do carro dele, já podia imaginá-la em seus braços, assim como eu estive um dia. Sabia que não deveria estar brava e que cometi um erro ao pegar seu celular, mas fui uma boba ao deixar a curiosidade falar mais alto.

— Não estamos negociando.

— Eu sei que não, — suspirou. — só quero achar uma solução.

— Tudo bem, vamos conversar sobre isso.

— Se eu pudesse voltar ao dia em que te disse aquelas palavras, faria tudo diferente, pode acreditar. Eu achei que já estivesse pronta para ouvir o que eu tinha a dizer, mas acabei estragando tudo com você.

— Não esperava aquilo. — confessei.

— Eu sei... Mas eu fui sincero com você em tudo o que eu disse.

Baixei meu olhar, encarando a xícara de café que estava entre minhas mãos. Não queria olhá-lo nos olhos, as coisas seriam mais fáceis se eu ignorasse tudo aquilo, mas algo me dizia que eu deveria enfrentar aquela situação e por isso, permaneci ali. Respirei o mais fundo que pude, lembrando-me das mensagens em seu celular, odiava ter aquela terrível sensação de estar prestes à perder algo que nem era meu.

— E como você espera que isso funcione? — perguntei.

— Somos adultos, Manuela. Podemos lidar com isso.

Era incrível como tudo em seu ponto de vista parecia ser mais simples do que realmente era. Não sabia se pra ele tudo era tão fácil quanto ele fazia parecer, mas as coisas não aconteciam do mesmo modo comigo. Toda vez que eu estava ao seu lado, podia sentir novamente aquelas borboletas em meu estômago, era eletrizante e desconfortável ao mesmo tempo. Como eu podia simplesmente ignorá-las?!

— Você está noiva, e eu respeito isso. — acrescentou.

E pelo visto você também não está sozinho...

— Eu não quero alimentar seus sentimentos por mim. Acho que se ficarmos próximos, é isso o que vai acontecer. — expliquei.

— Estivemos longe um do outro por meses e isso não me fez te esquecer.

O Milagre: ReencontroWhere stories live. Discover now