Capítulo 32: Presente de Natal

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Mídia acima: Música tocada durante a dança de Thomas e Manuela.

Manuela POV's

Chegamos ao restaurante e fomos levados à nossa mesa. O lugar estava cheio para uma quarta-feira à noite, mas isso não foi um problema. No carro percebi que Thomas estava um pouco distante. Julian, Claire e eu conversamos o caminho inteiro, e Thomas evitou abrir a boca, quando o fez, foi apenas para responder quando lhe perguntávamos alguma coisa. Do contrário, se manteve em silêncio.

— Vamos ter um culto especial na nossa igreja para celebrar o nascimento de Jesus, fui responsável pela decoração e com humildade, admito que ficou incrível. — Claire comentou alegremente e todos sorrimos, exceto Thomas.

Eu estava começando a ficar preocupada, não sabia exatamente o que fazer ou o que dizer para que a expressão de Thomas melhorasse pelo menos um pouco. Nos apressamos a olhar o cardápio enquanto Claire e mamãe conversavam sobre decoração, e Julian tentava chamar a atenção de Thomas falando sobre algum filme, mas sinceramente, isso não estava ajudando muito.

Assim que fizemos nossas escolhas, chamamos o garçom que anotou nossos pedidos e retirou-se logo em seguida. A conversa na mesa seguia de maneira agradável, mas eu já me sentia desconfortável o suficiente para não prestar atenção no que estavam dizendo. Tudo o que eu fazia era dar uma risada quando notava que todos estavam rindo, apenas para não deixar o clima muito ruim.

— E agora concluindo a faculdade, eu sinto que conquistei o meu sonho. Aprendi muitas coisas que agora posso passar adiante, ajudar as pessoas a conhecerem um pouco mais a Bíblia. — Claire acrescentou e assenti com suas palavras.

— Manuela não terminou os estudos, e me sinto culpada. Nosso acidente bagunçou todos os planos dela. — mamãe lamentou-se e então levei minha mão até a sua.

— Não foi culpa de vocês. Como você mesma me disse, foi a vontade de Deus. Não existem culpados. Gosto do meu emprego. E estou muito feliz com tudo o que conquistei até aqui. — falei de maneira sincera e vi meus pais sorrirem.

Não vou negar que eu gostaria de ter terminado a faculdade, mas realmente estava feliz com meu trabalho. Conheci pessoas incríveis naquela empresa, me reaproximei de Thomas e aprendi coisas novas, com as quais pensei que nunca precisaria mexer. Cada lado tinha seu ponto positivo, e eu não tinha motivos para reclamar. Minha vida estava novamente estabilizada, era isso que importava.

O jantar estava incrível, e apesar de Thomas continuar um pouco distante, não faltou assunto durante a sobremesa. Julian e Claire contavam todos os detalhes de tudo o que aconteceu enquanto mamãe esteve em coma. E não foi surpresa ver meus pais se divertindo com as histórias. Qualquer coisa que Julian contava sempre vinha com um ar de piada, e por isso, seria quase impossível não rir.

Depois de muita conversa, finalmente decidimos ir embora. Já estava um pouco tarde quando saímos do restaurante, mas ninguém parecia se preocupar com o horário. A volta no carro foi silenciosa. Julian pegou no sono assim que entrou, e Claire passou o caminho inteiro ouvindo música nos fones de ouvido. Julian foi o primeiro a descer, e em seguida, Claire. Após isso, seguimos o caminho sozinhos.

Eu não sabia bem o que dizer, então achei melhor manter o silêncio. Não era fácil vê-lo tão quieto quando eu sabia que havia alguma coisa errada. Tentei imaginar todas as possibilidades que poderiam deixá-lo daquela maneira, mas foi em vão, nada me vinha à mente. Pelo menos nada importante para fazer um estrago tão grande. Dez minutos depois, estacionamos em frente à minha casa.

— Temos que conversar. — disparou.

— Ok. Sobre o quê?

— Depois da sua ligação, eu tomei um banho e quando estava terminando de me vestir, tocaram a campainha. Corri para abrir a porta mas tudo o que encontrei foi um bilhete.

O Milagre: ReencontroWhere stories live. Discover now