Capítulo 14: A garota da cafeteria

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Manuela POV's

Não acreditava que ela estava ali. Quer dizer, que absurdo! A tal de Blair usava uma blusa branca e uma saia longa florida, que por sinal, eu achei uma gracinha. Também estava usando saltos vermelhos, e seu cabelo estava bem mais curto que da última vez, sem contar que estava preso, e o penteado estava muito bem feito, além da maquiagem. Bom, parecia que ela tinha passado horas na frente do espelho para agradá-lo.

Thomas caminhou em nossa direção, e eu só fiquei ali parada, segurando a porta sem nenhuma reação. Ele parecia surpreso em vê-la ali, como se não estivesse esperando por sua visita. Acho que às dez horas da manhã, em horário de trabalho, ninguém estaria esperando por ela. Estava esperando que ele se livrasse dela ou algo do tipo, não era hora para encontros, e muito menos o lugar para isso.

— Bom dia, como você está? — Thomas, perguntou estendendo sua mão para ela, e os dois se cumprimentaram em um aperto de mãos.

— Estou muito bem, e você? — ela perguntou, e eu revirei os olhos, até a voz dela era irritante.

— Bem. — Thomas respondeu, e quando percebi, ele estava me encarando, demorei alguns segundos para entender, mas quando entendi seu olhar, me afastei imediatamente e voltei à minha mesa. — Podemos conversar lá fora? — pude escutá-lo perguntar.

— Sim, com certeza.

Sim, com certeza... Blá, blá, blá.

Em seguida deixaram a sala juntos. Era óbvio que Thomas tinha ligado para ela, e aposto que também já tiveram um encontro. Não sei como pude pensar que Thomas não sairia com ela, realmente duvidei disso. Enfim, fui uma verdadeira besta. Já podia imaginar ela rindo das suas piadas e até mesmo ele deixando-a em casa. Em minha opinião, eles não tinham nada a ver um com o outro.

Toc-toc-toc.

— Entra! — exclamei, e a porta se abriu. Era Charlotte. — O que faz aqui? — perguntei, vendo-a caminhar em minha direção.

— Vim entregar esses papéis ao seu chefe, mas como eu o encontrei no meio do caminho, tenho que deixá-los com você. — respondeu, deixando alguns papéis sobre minha mesa. — Vou te dizer, aquela loirinha se veste muito bem. Amei o estilo dela, é meigo.

— Deveria dizer isso à ela. — respondi, bruscamente.

— Que isso? Qual seu problema?

— Desculpa. — respirei fundo. — Mas essa garota me incomoda demais.

— Você conhece ela?

— Sim, é a garota da cafeteria. — falei e Charlotte ficou boquiaberta.

— Mas você não me disse que ela era tão bonita! — exclamou e eu apenas revirei os olhos. — Bom, se te consola, eles não pareceram íntimos.

— Acha que ele está interessado nela?

— Pelo o que vi, acho que não. — me encarou. — Mas por que isso te incomoda tanto?

— Bom.. — engoli em seco, tratando de pensar no que responder. — A verdade é que, não gostei nada da atitude dela, não me parece ser uma boa garota pra ele, só isso.

— Qualquer garota que não seja você, não será boa o suficiente pra ele. Certo?

— Ai, quer saber, deixa isso pra lá. Você não vai entender mesmo.

— Calma, estava brincando. — riu e eu bufei. — Dê uma chance pra ela, você não costuma julgar as pessoas assim.

— Eu não a julguei. É só que sei lá, é como se fosse algo em meu coração me dizendo isso, entende?

O Milagre: ReencontroWhere stories live. Discover now