Capítulo 21: A escolha

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Quando a música terminou, consegui finalmente desligá-la. O tempo estava frio, então, decidi tomar um banho quente. Estava saindo do banheiro quando a campainha tocou, e mesmo estando de pijama, fui atender. No momento em que abri a porta, Claire esboçou um sorriso.

— Que bom que veio. — falei, indo até ela e abraçando-a.

— Ia esperar até amanhã, mas pensei que talvez quisesse conversar.

Sem dúvidas alguma, Claire já sabia do acontecido. E eu realmente precisava conversar. Afastei-me do abraço e seguimos até o sofá, deixei que ela se acomodasse, então, fui à cozinha e servi dois copos de suco de laranja, após isso, voltei à sala novamente. Me sentei ao lado da loira que agradeceu assim que entreguei-lhe um dos copos.

— Então, como foi a viagem? — perguntou.

— Acho que você já sabe.

Eu realmente não sabia por onde começar, ficava imaginando as possíveis consequências do que aconteceu. E o pior de tudo é que eu ainda tinha uma decisão à tomar, e sinceramente, nunca estive diante de fazer uma escolha tão difícil. Estava completamente apavorada.

— Posso imaginar como se sente... É uma situação difícil.

— É sim. E eu me sinto culpada por estar nessa encruzilhada.

— Mas por quê?

— Eu pensei que já não sentia mais nada pelo Thomas, por isso aceitei o pedido de namoro e logo depois, o casamento. Eu juro que estava certa do que sentia, mas eu me enganei, esse tempo todo.

— Então... Você ainda o ama? — questionou-me, seriamente. 

— É. Eu ainda sou apaixonada pelo Thomas.

Nunca cheguei a pensar que poderia voltar a dizer essas mesmas palavras, era como se estivesse de volta ao passado, um passado que tentei por muitas vezes esquecer e um sentimento que pensava ter superado. Mas bom, nem sempre tudo é como queremos. Certo?!

— Você não parece estar nada feliz com isso.

— É claro que não estou, Claire. — confessei, suspirando profundamente em seguida. — Eu estou noiva, eu deveria estar apaixonada pelo Barry.

— Mas não está. E a culpa não é do Barry, ou sua e até mesmo do Thomas. Não existem culpados, Manu. Não podemos mandar no nosso coração.

— Eu deveria ter percebido isso antes, não entende?

— Você percebeu, e tentou fugir disso. Mas não há saída.

Ao ouvir suas palavras imediatamente me levantei e comecei a andar de um lado para o outro, podia sentir as lágrimas lutando para voltar aos meus olhos enquanto meu coração se despedaçava aos poucos bem ali dentro do meu peito. Os sentimentos de Thomas e os meus, não mudavam nossa situação, já não existia um s e isso não mudaria.

— Eu preciso pensar no que fazer.

— Você sabe que pode orar e pedir ao Senhor uma direção. — sugeriu.

— Sei sim. Obrigada por me ouvir, Claire.

— Eu sempre vou estar aqui pra te ouvir. — disse e se levantou. — Se precisar de algo, é só me dizer.

— Ok. — assenti.

Claire e eu nos despedimos, e então a levei até a porta. A visita não foi longa, mas durou o suficiente para fazer com que me sentisse um pouco mais leve. É sempre bom poder conversar com alguém sobre o que sentimos, e melhor ainda quando somos entendidos.

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