Quando a música terminou, consegui finalmente desligá-la. O tempo estava frio, então, decidi tomar um banho quente. Estava saindo do banheiro quando a campainha tocou, e mesmo estando de pijama, fui atender. No momento em que abri a porta, Claire esboçou um sorriso.— Que bom que veio. — falei, indo até ela e abraçando-a.
— Ia esperar até amanhã, mas pensei que talvez quisesse conversar.
Sem dúvidas alguma, Claire já sabia do acontecido. E eu realmente precisava conversar. Afastei-me do abraço e seguimos até o sofá, deixei que ela se acomodasse, então, fui à cozinha e servi dois copos de suco de laranja, após isso, voltei à sala novamente. Me sentei ao lado da loira que agradeceu assim que entreguei-lhe um dos copos.
— Então, como foi a viagem? — perguntou.
— Acho que você já sabe.
Eu realmente não sabia por onde começar, ficava imaginando as possíveis consequências do que aconteceu. E o pior de tudo é que eu ainda tinha uma decisão à tomar, e sinceramente, nunca estive diante de fazer uma escolha tão difícil. Estava completamente apavorada.
— Posso imaginar como se sente... É uma situação difícil.
— É sim. E eu me sinto culpada por estar nessa encruzilhada.
— Mas por quê?
— Eu pensei que já não sentia mais nada pelo Thomas, por isso aceitei o pedido de namoro e logo depois, o casamento. Eu juro que estava certa do que sentia, mas eu me enganei, esse tempo todo.
— Então... Você ainda o ama? — questionou-me, seriamente.
— É. Eu ainda sou apaixonada pelo Thomas.
Nunca cheguei a pensar que poderia voltar a dizer essas mesmas palavras, era como se estivesse de volta ao passado, um passado que tentei por muitas vezes esquecer e um sentimento que pensava ter superado. Mas bom, nem sempre tudo é como queremos. Certo?!
— Você não parece estar nada feliz com isso.
— É claro que não estou, Claire. — confessei, suspirando profundamente em seguida. — Eu estou noiva, eu deveria estar apaixonada pelo Barry.
— Mas não está. E a culpa não é do Barry, ou sua e até mesmo do Thomas. Não existem culpados, Manu. Não podemos mandar no nosso coração.
— Eu deveria ter percebido isso antes, não entende?
— Você percebeu, e tentou fugir disso. Mas não há saída.
Ao ouvir suas palavras imediatamente me levantei e comecei a andar de um lado para o outro, podia sentir as lágrimas lutando para voltar aos meus olhos enquanto meu coração se despedaçava aos poucos bem ali dentro do meu peito. Os sentimentos de Thomas e os meus, não mudavam nossa situação, já não existia um nós e isso não mudaria.
— Eu preciso pensar no que fazer.
— Você sabe que pode orar e pedir ao Senhor uma direção. — sugeriu.
— Sei sim. Obrigada por me ouvir, Claire.
— Eu sempre vou estar aqui pra te ouvir. — disse e se levantou. — Se precisar de algo, é só me dizer.
— Ok. — assenti.
Claire e eu nos despedimos, e então a levei até a porta. A visita não foi longa, mas durou o suficiente para fazer com que me sentisse um pouco mais leve. É sempre bom poder conversar com alguém sobre o que sentimos, e melhor ainda quando somos entendidos.
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O Milagre: Reencontro
आध्यात्मिकContinuação da obra: O Milagre ♥ Após a partida de Thomas do país, a vida de Manuela virou de cabeça para baixo, com seus pais em coma, teve que deixar sua faculdade de Teologia de lado para trabalhar. Mesmo com todos os problemas que enfrentou e to...