Capítulo 9: Um abraço inesperado

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Um sorriso enorme nasceu em meu rosto e era possível escutar as batidas de meu coração, cada vez mais rápidas. Thomas me encarava esperando alguma reação e tudo o que fiz foi me levantar e me jogar em seus braços. Uma onda de sentimentos estava crescendo em mim, entrei em êxtase e quando me dei conta, já estava envolvida nos braços de Thomas que pareceu surpreso com minha atitude, mas mesmo assim, não deixou de me apertar fortemente à ele, o que fez-me ficar ainda mais alegre.

— Eu não acredito! — exclamei, deixando as lágrimas escorrerem em meus olhos, desta vez, eram lágrimas de alegria. — Eles falaram mais alguma coisa? — perguntei, afastando-me para olhá-lo nos olhos.

— Que ele foi transferido para outro quarto e estão fazendo alguns exames mas você pode ir visitá-lo agora mesmo se quiser.

Eu não saberia explicar exatamente tudo o que eu estava sentindo, era uma alegria que nunca experimentei. Meu pai estava acordado! Sem mais demora, despedi-me brevemente de Charlotte que estava sem reação e fui com Thomas até o carro, já como ele se ofereceu para me levar até o hospital. No caminho fui agradecendo à Deus em pensamentos, afinal, tudo aquilo era graças à Ele. Assim que chegamos, Thomas me acompanhou até a recepção e como já me conheciam ali, apenas disseram o número do quarto em que ele estava e fui correndo encontrá-lo.

Quando entrei no quarto, pude ver meu pai sobre a cama em um ambiente muito claro, seu rosto estava virado para a janela e seus olhos estavam fechados. Desta vez não havia tantos equipamentos ligados à ele, apenas o sensor que mostrava seus batimentos cardíacos. Meus olhos encheram-se de lágrimas e foi quando senti uma mão decair suavemente sobre meu ombro, olhei rapidamente para trás e Thomas sorriu, e eu sabia o que ele estava querendo dizer com aquele simples gesto, então aos poucos aproximei-me de papai, pousei minha mão sobre a sua e então, seu rosto voltou-se em minha direção ao mesmo tempo que seus olhos se abriram.

— Papai! — exclamei com lágrimas em meus olhos.

— Minha princesa.. — sussurrou, e tudo o que fiz foi sorrir como nunca antes.

— Pai, eu senti tanto a sua falta! — exclamei, jogando-me levemente em seus braços e imediatamente fui apertada em seu abraço.

— Eu estou aqui, Manu. Não precisa mais sentir minha falta, eu estou aqui. — falou, e comecei a chorar inconsolavelmente.

— Eu te amo muito, pai. Eu te amo muito mesmo.

— Eu também te amo minha princesa, muito mais do que você imagina. — disse, acariciando gentilmente meu cabelo.

Ficamos abraçados por minutos sem dizer nada, tudo o que eu fazia era chorar, estava tão contente em estar em seus braços. Sonhei muitas vezes com esse momento e a sensação era ainda melhor do que poderia imaginar, meu pai estava acordado e estava bem. Depois de tanto tempo, pude ver novamente o quão aconchegante eram seus abraços, e não queria sair dali por nada no mundo.

— Thomas, obrigada por cuidar da minha filha. — falou, emocionado então afastei-me de seus braços.

Não sabia se os médicos haviam dito ao papai por quanto tempo ele esteve dormindo, mas era certo que ninguém contou à ele que eu já não estava com Thomas e provavelmente, ele ainda pensava que sim por vê-lo ali. Eu tinha tantas coisas para explicar e contar mas não sabia se deveria fazê-lo assim tão rápido, então decidi mudar de assunto.

— Papai, como você se sente? — perguntei, preocupada.

— Estou bem, filha. O médico me disse que faz mais de um ano que estive de coma, tem quanto tempo exatamente? — perguntou e engoli em seco.

— Dezoito meses.

— Dezoito meses? Não acredito que fiquei tanto tempo desacordado. Como você ficou esse tempo? E, e a sua mãe, eu a vi rapidamente deitada ao meu lado, ela.. Ela está bem?

O Milagre: ReencontroWhere stories live. Discover now