Capítulo XV - Vidro Quebrado

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Clementine não parava de andar em círculos

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Clementine não parava de andar em círculos.

— Isso é o máximo que pode acontecer? – perguntou, novamente.

— Sim. O truque de mente é usado na maioria dos casos – disse Mark.

Ninguém vai mexer com a minha cabeça! – protestou – Ninguém!

— Talvez não seja necessário – Trevor deu seu opinião – A Ordem manteve relações com vários humanos ao longo da história, na maioria das vezes por trocas de favores. Você conseguiu ver o rosto daquele necromante. Isso pode ser útil, de alguma forma. Você é importante para eles. Para todos nós.

— Primeiro, eles precisam acreditar que os necromantes realmente voltaram – Mark abriu um livro encadernado, levantando um pouco de poeira ao ar – Todos acham que a caçada não deixou sobreviventes. Eles não podiam estar mais enganados.

— E como vamos provar isso? – eu perguntei.

— Descobrindo a identidade de pelo menos um integrante. 

— E como vamos fazer isso? – Tine revirou os olhos.

Mark enterrou o rosto nas mãos.

— É o que nos perguntamos há meses.

Estavam todos nervosos por conta da reunião. É claro. A decisão final do julgamento ainda não foi tomada. O destino de Tine é incerto. O meu destino é incerto. Parece que nossa única certeza é que Alistair exercerá a lei conforme suas vontades. Eu não sei o que minha família representa para o cenário jurídico da Ordem, e como minha natureza Avatar pode fazer com que me tratem de forma diferente. Uma coisa é certa: eu sou temida por Alistair e por Aurora.

Trevor tinha razão. Os superiores não sabem o que fazer comigo porque têm medo de mim. Medo de que eu fique louca e termine que nem Diana.

Eu não posso voltar para Manhattan. A polícia está atrás de mim, e não quero ser jogada no orfanato mais próximo para adoção, nem arrumar um lar temporário em algum projeto governamental. E também não vou ser tirada desse Segmento. Não posso perder as minhas duas vidas.

Todos já estavam com as roupas adequadas para o encontro. Aproveitei o curto intervalo que tínhamos para tomar um banho rápido e limpar o resto da fuligem em meu rosto. O banheiro ficava em uma pequena porta no fim da cozinha, discreto. Não fazia ideia de como o chuveiro funcionava sem eletricidade, mas vejo que não adiantaria nada questionar. É apenas mais uma das coisas que nunca entenderei, como por exemplo, o quarto abandonado do segundo andar. Quem dormiu naquele lugar? Imagino que tenham sido meus pais, mas não posso confirmar nada.

A iminente sensação de terror ainda assolava a parte de trás da minha cabeça, como o toque leve e frio de uma sombra me fazendo lembrar que nunca estarei realmente a salvo. Confesso que sentia leves tremores na espinha. Eu não queria admitir que a escuridão ainda estava presente.

Luas de Diamante (Volume 1) [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now