Capítulo XXIII - Maquiavel

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Mark não permitia que eu o ultrapassasse

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Mark não permitia que eu o ultrapassasse.

Quando nós nos separamos assim que as proteções da cabana foram destruídas, iniciamos nossa perseguição pelo segundo elemento enquanto Trevor e Edmund lidavam com o necromante cristalino. Me forcei a não olhar para trás enquanto desbravava as matas fechadas, tentando ao máximo não perder eles de vista. Os passos do necromante deixavam para trás trilhas de fumaça, exatamente como a lança de Alistair reagia em contato com o fluxo de magia do chão de obsidiana de sua sala. Ele deve estar tentando entrar em harmonia com a magia negra daqui. As terras mortas são um prato cheio para quem está procurando por profanação. Nós adentrávamos cada vez mais na mata fechada, nos distanciando do brilho das tochas e da luz da lua que penetrava pela clareira ao redor da cabana. Em pouco tempo, a escuridão havia nos engolido totalmente. Gwen acendeu a ponta de seu cajado, emitindo um fulgor luminoso no exato ponto em que a madeira se curvava para fora da haste, como a forma de uma lua crescente.

O meu rosto e o de Mark foram iluminados, revelando nossos semblantes. Os olhos dele se portavam em linhas rígidas carregadas de tensão, o maxilar robusto e lábios firmes denunciando que sua mente estava em um lugar diferente do corpo, traçando estratégias e planos inteiros em questão de segundos para prosseguir com sucesso. Já eu tentava mascarar o medo estampado em minhas sobrancelhas arqueadas e respiração desregulada. O pavor era irracional. Eu sabia que nós teríamos que lutar.

Eu não tremia. Meus pés estavam firmes sobre o chão de grama seca. Mas lá estava ele, o misterioso anseio que me fazia ficar ainda mais recuada atrás de meus guardiões. Em meio a toda escuridão, eu não me distanciava sequer um centímetro deles enquanto abríamos caminho entre as árvores altas. Meus instintos estavam a flor da pele. Em um estado de alerta que nunca havia experimentado antes, eu sentia o vento balançar cada uma das folhas acima de nós. Era capaz de sentir a magia negra da batalha de cristais sendo travada do outro lado da floresta. Cada sussurro, cada arrepio, cada temor e preocupação. Eu estava ciente de tudo.

A minha harmonia com a Deusa estava mais forte do que nunca, e a lua brilhava como um segundo sol. O que isso significava? O meu lado da prata estava se desenvolvendo, ou eu estava afundando cada vez mais? Essa era uma pergunta que não podia ser respondida. Contornamos toda a extensão da mata lentamente, prestando atenção ao menor dos movimentos. Gwen estava com seu cajado erguido para frente, como uma espécie de detector de metais, programado para rastrear magia lunar sombria. Seus olhos estavam fechados, a mão livre traçando um caminho invisível no ar enquanto ela tentava sentir o grande fluxo de energia fluindo.

Aconteceu quando eu menos esperava.

Ela projetou para frente uma explosão de fogo com a silhueta de um urso pardo. As labaredas se misturaram ao ar, se desfazendo em uma cortina de fumaça. O vulto havia desviado do golpe, se locomovendo pelo ar como um acrobata. Mark girou, arremessando uma leva de espadas, usando a mesma técnica que Trevor estava praticando de manhã. Primeiro foram cinco, depois dez, quinze e vinte. Nenhuma delas acertou.

Luas de Diamante (Volume 1) [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now