Capítulo XVI - Justiceira

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Mais uma tarde normal

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Mais uma tarde normal.

Isso é o que a maioria dos moradores de Manhattan diriam quando veem que o dia se desenrolou assim como qualquer outro em suas rotinas pacatas. Nada além do habitual, somente para repetir tudo na manhã seguinte.

Para mim, isso era uma corrida contra o tempo. Mais do que nunca, me perguntava o que iria acontecer depois que o Sol se escondesse atrás dos enormes prédios nessa selva de concreto. Meu corpo corria pelas ruas da cidade no piloto automático, adentrando cada vez mais para chegar até a Lexington. Se eu me apressar, consigo fazer tudo que preciso fazer e ainda terei tempo de garantir que ninguém vá atrás de Amanda.

Katherine já fez muito por todos hoje. Ela estava contando comigo para que garantisse o sucesso de uma parte crucial da missão. Posso não ter seus incríveis poderes, mas sei como sobreviver na cidade grande. E isso inclui pegar os atalhos e esquinas certas. Não demorou até eu chegar.

O prédio estava lá, do jeito como sempre foi, a não ser por marcas de fuligem em uma das janelas do quarto andar. O cerco policial fora removido, mas as escadas de incêndio ainda estavam interditadas. Todos já devem ter esquecido do acidente, tomando-o como um mero descuido da instalação de gás. Posso dizer com toda certeza que há mais por trás disso.

Foi fácil adentrar no saguão. A segurança desses lugares é tão fraca que não sei como eles não sofrem de assaltos constantes. Subi os lances de escada apressadamente, pulando dois degraus de cada vez.

O corredor não possuía janelas, e as luzes com sensores de movimento não funcionavam mais. Não vi necessidade em acendê-las manualmente, então percorri o corredor escuro até encontrar a porta certa.

Ao que parecia, o andar todo sofreu danos. Não havia sinais de ninguém morando em qualquer apartamento. As paredes desbotavam, o papel descascando e com aparência mórbida. Tirei um dos meus prendedores, deixando uma trança cair em minha testa. A fechadura cedeu, fazendo a porta se abrir com um rangido intrigante e assustador.

Os escombros foram removidos. Ainda havia alguns buracos no teto, e a região da sala que dava para a saída de incêndio estava completamente destruída. Nada que uma boa reforma não resolva, mas duvido que alguém irá querer morar aqui depois do que acontecera.

A sensação era horrível. Lembro de ter dormido incontáveis noites nesse apartamento, passado dias brincando quando éramos menores e falando mal das meninas e meninos da escola quando a adolescência chegou. Ver tudo aos pedaços era como se tudo isso tivesse desaparecido.

Eu entendia sua dor. A saudade que sentimos de uma época que nunca mais irá voltar te corrói por dentro, e não há nada que a faça parar.

Independente do preço, irei fazer de tudo para ajudar, nem que tenha que correr a cidade toda em busca de pistas. Deixei o lugar, abrindo a porta ao lado. Que segredos Joshua Smith escondia? É hora de descobrir.

Luas de Diamante (Volume 1) [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now