9.

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- AUSTIN! - berra a Skylar da sua mota enquanto eu saía de casa. Ignoro-a e salto para o meu skate. Ganho balanço e logo me começo a deslocar velozmente sendo acompanhado por ela que acelerava ao meu lado. - Vá lá, Austin!

Continuo a andar, sempre a olhar para a frente, mas de repente sinto-me tentado a olhar para o lado, para ela. Ela tinha a viseira do capacete levantada e olhava preocupada para mim.

- Austin, desculpa eu... AUSTIN CUIDADO - sinto algo a embater em mim e eu a voar. Caio desamparado sentindo o meu corpo a estalar e dores. Dores infernais. À minha volta tudo está turvo.

Ouço o motor da mota a parar, se bem que não consigo precisar se está perto ou não. Ouço um grito, alguém a correr e depois aparece um anjo.

- Austin? Austin por favor responde. Oh meu Deus. ALGUÉM QUE LIGUE PARA O 911! SOCORRO, POR FAVOR. - sinto algo molhado no meu rosto e logo estendo a língua para ver o que era. Salgado. Lágrimas. Ela estava a chorar? Começo a perder as forças - Aguenta, Austin, por favor, olha para mim.

Ela acaricia o meu rosto e mesmo no preciso momento em que estava a deixar os meus olhos fecharem-se ouço uma sirene. Sinto-me a ser levantado para uma maca, a minha mão a ser agarrada com força e logo apago.

15 dias depois...

Pi... Pi... Pi... Um barulho constante era ouvido. Exatamente igual ao barulho das máquinas do hospital quando os meus pais sofreram o acidente. Hospital? E porque é que eu não me consigo mexer? Faço um esforço tremendo e consigo fazer o meu dedo mexer-se. Gesto que me esgota completamente.

- Austin? - ouço uma voz cansada. Espera... Sky? Logo as memórias começam a voltar, juntando-se como um puzzle.

- Não, querida, ele não se deve ter mexido... Podes ter imaginado, afinal, tu mal dormes. - ouço-a a suspirar e a beijar-me na testa.

- Desculpa, Austin, a culpa foi toda minha. - volto a sentir as suas lágrimas a cair e só queria poder responder que não era culpa dela, que eu estava bem. Mas exigia um esforço tremendo. Esforço que eu ainda não consigo fazer. - Volta, Austin... Volta para o Hunter, volta para mim. - ela diz, fungando de seguida. Ela aperta-me a mão e faço um esforço ainda maior que o primeiro e consigo corresponder ao aperto dela, ainda que levemente.

- A... Austin? MÃE EU DISSE ELE MEXEU-SE, ELE APERTOU-ME A MÃO! - a sua felicidade era quase palpável. Ouço passos e logo ouço uma voz masculina, provavelmente do médico.

- Peço desculpa senhora e menina Finnegan, mas para os pacientes em coma, tal como a senhora sabe, cada gesto exige um esforço tremendo que gasta as suas forças rapidamente. Vão para casa descansar. Quem sabe se amanhã ele não acorda. - sinto mais um beijo na testa.

- Não fujas, bad boy - ouço mais passos e a porta a fechar-se. O silêncio preenche o quarto. Fecho os olhos, mentalmente não é, e sinto-me a cair no sono.

Something BadWhere stories live. Discover now