Something Bad

10.

Novamente o familiar apitar das máquinas, de pessoas a falar, dela a falar.

- Eu estou muito confiante que ele vai acordar hoje Hunter. Eu simplesmente sei que sim.

- Espero bem que sim, Sky, espero bem que sim. - nunca ouvi o Hunter tão sério. De repente sinto as forças a voltarem lentamente. À medida que vou ganhando forças, mexo os dedos, depois as mãos, depois os braços e por fim abro os olhos lentamente. Inicialmente vejo tudo desfocado.

Depois vejo-os. Cabelo desgrenhado, olheiras maiores que sei lá o quê, olhos tristes. Os meus melhores amigos.

- Hey - digo, porém o som que sai é demasiado baixo. Respiro fundo. - S... Sky? - digo mais alto, com a voz rouca. Vejo-os a levantar o olhar e a olhar para mim. Um brilho aparece nos olhos deles, um sorriso resplandecente nasce e ambos correm na minha direção.

- AUSTIN - berram enquanto se atiram para cima de mim.

- AI - grito de dor, quando sinto a Sky sobre o meu braço

- Desculpa, desculpa, desculpa esqueci-me completamente que tinhas partido o braço - ela diz com um olhar preocupado. - Idiota fiquei tão preocupada - ela diz abraçando-me novamente desta vez mais cuidadosa. Acaricio os seus cabelos levemente com a minha mão boa.

- Por muito que eu ame ver filmes de romance eu também quero abraçar o meu melhor amigo. - a Sky afasta-se e ri, trocista, enquanto empurra o meu melhor amigo na brincadeira.

- Não te preocupes, Hunter, apesar de eu ser fabulosa, o Austin só tem olhos para ti. - o Hunter ri-se e dá-me um abraço urso

- Tive saudades amorzinho - ele diz brincalhão

- Também tive saudades - olho para a Sky e completo a frase para implicar com ela. - Xuxuzinho. - Ela revira os olhos, mas não consegue evitar um sorriso.

@SkySemEstrelas Welcome back, bad Boy @AustinSemAlly

@BrandonLewis Xuxuzinho? Porque estás com ele?

- Hey Sky? E o teste de Filosofia? - ela olha para mim com um olhar triste, como se se lembrasse da noite antes do acidente. O médico entra com uma seringa na mão, o que faz com que o Hunter saia do quarto a correr, já que ele tem medo de agulhas.

- Olá, Austin, eu sou o Dr. Melendez. Como te sentes? - ele pergunta, observando-me minuciosamente. - Menina, eu preciso de o examinar, por favor pode sai... - não o deixo acabar a frase.

- Não, ela fica. - ela sorri para mim

- Ok, então - ele continua com os exames.

- Sky? O teste. Como ficou? Vou ser expulso?

- Não. A stora disse que te ia dar mais uma semana depois do teu regresso para tu estudares.

- Graças a Deus - digo, soltando um suspiro de alívio. Permanecemos em silêncio até ao médico dizer que estava tudo bem e que amanhã já podia ir para casa, mas devia de descansar mais 3 dias antes de ir para a escola. No preciso momento em que o médico sai, vejo lágrimas a escorrer do rosto da Sky. Sento-me na cama, com muito esforço enquanto a examino.

- Desculpa, Austin - ela diz por entre soluços.

- Hey, Sky anda cá - digo batendo no espaço vazio ao meu lado na cama. Ela aproxima-se lentamente. Assim que se senta, eu puxo-a para o um abraço. - Está tudo bem, calma. - digo enquanto acaricio levemente os seus cabelos e a sinto a apertar-me contra si, como se eu fosse desaparecer a qualquer momento.

- A culpa foi toda minha, Austin, toda minha - ela diz olhando para mim

- Não foi, Sky. Tivemos uma discussão. Acontece. A culpa não foi tua. Eu é que devia de ter prestado atenção.

- Não, Austin, a culpa foi minha. Eu estou metida em... Coisas. Coisas perigosas. - afasto-a ligeiramente, de forma a poder estar frente a frente com ela.

- Como assim coisas perigosas?

- Coisas perigosas, tipo um gangue - ela sussurra. Se não estivesse a olhá-la olhos nos olhos diria que ela estava a brincar.

- G...Gangue?

- Sim... Desculpa. - ela diz olhando para baixo. Puxo o seu queixo para cima e abraço-a. - Eles são a minha família.

- Está tudo bem, Sky, eu estou aqui.

- Eu adoro-os, mas eles já me tinham ameaçado que se eu continuasse a passar mais tempo contigo do que com eles que te faziam mal. Mas eu não acreditei. Eu tenho de me afastar. - ela começa a falar demasiado rápido e eu ponho o dedo sobre os seus lábios e vejo as lágrimas a escorrer pelo seu rosto pálido. - Desculpa.

- És a minha melhor amiga, nem penses que te vais afastar. Nem que eu tenha de te raptar e meter na minha cave. - ela ergue um olhar com um pânico fingido e começa a rir. Sorrio e fecho os olhos, feliz. Acabo por adormecer.