20.

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P.O.V. Austin

Acordo com um trovão que faz abanar a minha casa e mando um grito.

É, ando a passar demasiado tempo com o Hunter.

Sento-me na cama e passo as mãos pelo cabelo. Imagens do meu sonho passam pela minha cabeça e eu mordo o lábio. Skylar, Skylar, Skylar... O que andas a fazer com os meus neurónios?

Sinto os seus lábios rosados nos meus e os seus dedos pequeninos a passear pelo meu peito. Ela afasta-se ligeiramente e sorri e eu só consigo suspirar.

Pisco os olhos várias vezes para afastar o sono e o flashback que surgia deste sonho.

Isso mesmo... Eu, Austin Kane, tive um wild dream com a Sky. Passo novamente as mãos pelo cabelo e levanto-me.

A campainha toca e eu franzo a sobrancelha. Hoje é sábado, é o dia que eu passo em casa de pijama a ler ou a ver séries. Visto uma t-shirt preta por cima das calças de fato de treino e desço as escadas a correr. Abro a porta e vejo a cara mais que maquilhada da minha querida tia (sintam a ironia).

— Austin! Querido! — franzo ainda mais a sobrancelha e olho para trás dela. A agente social sorria atrás da minha tia e eu percebo logo tudo.

— Tia! Ia mesmo para arrumar agora as minhas coisas para ir. O Hunter teve de sair para ir comprar não sei o quê à mãe. — digo, criando a história de que esta era a casa do Hunter e eu tinha vindo cá dormir.

— Correu bem a noite? O que fizeram, querido? — pergunta a minha tia fingindo-se muito interessada.

— Oh, o normal. Ver uns filmes de terror e umas séries, comer, falar de raparigas. — rio-me mentalmente ao pensar no Hunter. A única rapariga de quem ele falava era a Sky porque ela era a sua ídola. 

— Coisas normais da idade. — diz a agente social satisfeita. — E as notas? Como andam as notas?

— Tive agora um A+ a filosofia. — digo com um sorriso na cara. Esta era provavelmente a única verdade que ia dizer durante o tempo que a agente ia estar comigo.

Vejo o queixo da minha tia a cair e lanço-lhe um olhar de aviso para que ela se recomponha.

— Ah sim, estou muito orgulhosa do meu sobrinho, conseguiu melhorar imenso a sua nota! — ela diz com uma voz maternal.

— Muito bem, Austin! Muito bem! És um orgulho para a tua família. Bem, acho que está tudo. Não deixes a tua tia a esperar muito Austin, tens de voltar para casa se não ela fica cheia de saudades — a agente social diz e eu rio-me com vontade. Sim claro, a minha tia com saudades minhas. A agente fica satisfeita por achar que me tinha rido da sua piada, entra no carro, acena e arranca.

— Porque é que não me avisaste que ela vinha? — pergunto deixando o meu ódio pela senhora à minha frente transparecer na minha voz.

— Porque eu também não sabia Austin. Os serviços sociais desconfiam de alguma coisa. Vê se és mais discreto, idiota. — ela diz e entra no seu Porsche vermelho descapotável. Reviro os olhos e ela arranca.

Vejo uns olhos castanhos a fitar-me curiosos atrás de um vaso. A dona destes olhos sai de trás do vaso e abraça-me. Sinto uma lágrima escorrer-me pelo rosto. Eu finjo que toda esta situação não me atinge mas a verdade é que me afeta.

Ela afasta-se e limpa-me a lágrima.

— Espero que tenhas pipocas e gomas, bad Boy, porque eu trouxe o senhor dos anéis. — sorrio e meto o meu braço nos ombros dela. Ela conhece-me demasiado bem. Entramos em minha casa e eu entro na cozinha atrás dela.

Ela amarra os seus cabelos castanhos num rabo de cavalo e abre o frigorífico. Sorri quando vê uma garrafa de Sprite lá em cima e salta para a agarrar. Rio-me quando vejo que ela não chega lá e aproximo-me dela por trás.

Ia para pegar na garrafa quando ela se vira rapidamente, salta para as minhas cavalitas agilmente e pega na garrafa.

— Obrigada, bad Boy. — ela diz enquanto salta das minhas costas. Rio-me e vou buscar as pipocas e as gomas. Subimos para o meu quarto e ela deita-se na minha cama.

Pouso a comida na cama e, quando me ia para deitar, um trovão ressoa e eu grito. Ouço uma gargalhada e abro os olhos. A Sky olhava para mim curiosa.

— O bad boy tem medo de trovoada? — sinto-me corar e desvio o olhar.

— Não — tento soar o mais neutro possível mas a minha voz trai-me e sai esganiçada. Ela ri-se e puxa-me para a cama.

— Pronto, a Skylar está aqui agora — ela diz enquanto eu deito a cabeça no seu colo e ela me faz festinhas. Ela mete o primeiro filme, a Irmandade do Anel e eu sorrio.

Ficamos assim as 9h, eu com a cabeça no colo dela, ela a fazer-me festas, rodeados de comida, a ver a nossa trilogia favorita.

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Eu ia cancelar esta fic mas como as reads têm aumentado imenso nos últimos dias vou continuar. Mas peço paciência porque je tem uma vida muito ocupada (mentira eu não tenho vida 😂).

Something BadWhere stories live. Discover now