14.

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- Austin? O que estás aqui a fazer?

- Sky, eu... - Sinto todos os olhares sobre mim e o homem com a arma aproxima-a mais da minha cabeça. Cerro os olhos com força.

- Aiden baixa a arma, está tudo bem. - o tal de Aiden ainda me observa de alto a baixo antes de baixar a arma. Ela aproxima-se de mim. - Levanta-te.

Os seus olhos que normalmente brilhavam e exprimiam um carinho especial estavam agora com uma frieza anormal. Levanto-me e ela puxa-me bruscamente para uma sala.

- O QUE RAIOS ESTÁS A FAZER AQUI, AUSTIN?

- Eu... Eu... - tento falar mas a verdade é que não sei muito bem a razão.

- TU TENS NOÇÃO DO PERIGO EM QUE TE METESTE? AUSTIN TU FOSTE ATROPELADO PORQUE EU ANDAVA DEMASIADO CONTIGO!

- Desculpa eu...

- DESCULPA? AS DESCULPAS TERIAM SERVIDO DE MUITO SE O AIDEN TE TIVESSE ENFIADO UMA BALA NA TESTA.

- Eu só queria saber se estavas bem, se estavas segura... Eu não sei eu só queria conhecer esta parte da tua vida.

- E se isso custasse a tua vida, Austin? - ela pergunta com os olhos cheios de lágrimas. Abraço-a.

- Eu sabia que me protegerias.

Ouço o ranger da porta a abrir-se e afasto-a rapidamente. Ela mete-se à minha frente numa posição defensiva que logo relaxa quando vê a cara do pai.

- Skylar, o que é que o Sr. Kane está aqui a fazer?

- Eu... - começo a falar.

- A culpa é minha, pai. Eu é que o deixei curioso e ele seguiu-me.

- Skylar pensei que tivesse deixado bem claro para te afastares dele. Ele não é digno o suficiente para ti. - teria ficado ofendido se não estivesse mais ocupado a estar espantado com a aparência do Diretor Finnegan.

- Digno o suficiente? Fala o membro de um gangue

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- Digno o suficiente? Fala o membro de um gangue. - ela diz com um tom de voz sarcástico.

- Filha tu és demasiado boa para ele. Ele não passa de um órfão idiota que nem os tios o querem. - cerro os punhos para controlar a vontade de lhe dar um murro. Ouço o som nítido de uma estalada e vejo o Diretor Finnegan agarrado à bochecha que estava toda vermelha.

- Nunca, NUNCA mais fales assim do meu melhor amigo. - ela diz com uma voz ameaçadora, gélida. O pai olha para ela furioso e vejo-o levantar a mão. Meto-me à frente dela e agarro-lhe na mão.

- Se bater na Skylar eu juro que conto tudo o que vi e ouvi aqui à polícia. Acho que eles iam adorar saber que o senhor, diretor de uma das melhores escolas do estado, é na verdade membro dos Angels of Fire, o gangue responsável por uma enorme quantidade de crimes. - digo, mantendo a voz serena e com um tom frio.

- Acho que não estás em posição de fazer ameaças, Kane. Afinal, caso não percebas estás na toca do lobo. E um lobo está sempre acompanhado pela sua alcateia. E os membros da alcateia protegem-se uns aos outros e, acima de tudo, protegem o seu chefe. Não sei se a Skylar te contou... Mas o Alfa sou eu. - ele diz com um sorriso de lado. Estremeço. - E não te esqueças que já foste atropelado por menos.

A Sky agarra-me no braço, sinto-a estremecer.

- Vamos Austin. - saio com ela do bar. Ela tremia por tudo o que era canto e eu abraço-a de lado. Ela começa a tremer ainda mais. - Tens noção do perigo em que estás agora? Austin eles atropelaram-te porque eu andava a passar demasiado tempo contigo. Mas agora? Agora tu insultaste o meu pai que, por acaso, não é mais nem menos do que o chefe deles.

- Vosso chefe. Tu também fazes parte deles, Skylar - lembro. Ela suspira.

- Eu sei... A culpa é toda minha eu não te devia de ter contado.

- Não, tu confiaste em mim. Eu é que te segui. Eu só queria fazer mais parte da tua vida. Tu és sempre tão... Misteriosa.

- É, tu foste um idiota bastante curioso mas eu devia de te ter protegido.

- Vamos mesmo ter uma destas discussões clichês de casal sendo que nem sequer somos um casal? - pergunto com um sorrisinho para aliviar o clima. Ela ri-se e dá-me um murro brincalhão no braço.

- Como se não desejasses ser meu namorado, bad boy. - ela diz brincalhona e eu faço um ar pensativo.

- Por acaso, não. Pensei que shipasses Huntin e não Skylin.

- Apesar de Huntin ser vida, qualquer OTP comigo é o melhor - ela diz, já mais calma. Tropeço num ramo e ela agarra-me. Malditos pés desastrados. Olho para ela que estava bastante próxima. Ok... Benditos pés desastrados. Muito benditos. Ela afasta-se e tosse. - Não deveria de ser ao contrário, bad boy? Não deveria de ser eu a tropeçar e a cair nos braços do meu príncipe encantado?

- Achava que já tínhamos chegado à conclusão que nós somos tudo menos clichês - digo risonho. Agora é a vez dela tropeçar mas desta vez ela cai de rabo no chão. Rio-me e só depois é que estendo a mão para a ajudar. Em vez de se deixar levantar ela puxa-me para baixo e, como eu fui apanhado desprevenido acabei por cair por cima dela.

- SAI DE CIMA DE MIM SEU BALOFO - ela berra entre risos ofegantes. Levanto-me, mas desta vez não estendo a mão para a ajudar. Recomeço a caminhada e ouço-a resmungar algo sobre a falta de cavalheirismo hoje em dia. Solto uma risada e avisto o meu carro. Ou melhor, o carro do Hunter.

- Hey, queres boleia? - pergunto à morena

- E o que faço à minha mota? É suposto deixá-la aqui? Para vir um vampiro, alimentá-la com energia demoníaca e fugir com ela enquanto ainda é de noite? - ela diz séria e eu rio-me percebendo automaticamente a referência.

- Não te preocupes, algum caçador de sombras vai certificar-se de a encher com água benta.

- E depois fico sem mota? Nem pensar. Desculpa Jace falsificado mas vais ter de ir para casa sem a minha companhia porque eu vou na minha motinha.

- Então já só te posso desejar um bom regresso a casa. - ela sorri. - manda mensagem assim que chegares... Para eu saber se a mota ainda está bem.

- Só a mota?

- Só a mota. - respondo com um sorriso de lado. Ela monta na mota, pisca-me o olho, mete o capacete e arranca. Eu limito-me a organizar a noite mais bipolar da minha vida na minha cabeça. Abano a cabeça assim que tudo se torna demasiado confuso e entro no carro. 

Something BadWhere stories live. Discover now