A smurfete olha para mim e sorri.
— Vamos ter de te arranjar uma arma, loirinho. — ela vira-me as costas e abre uma porta. Entramos e o meu queixo cai com a quantidade de armas penduradas na parede. — Serve-te.
Passo os dedos mas várias armas, sem saber qual escolher, já que não percebo nada de armas.
— Então, quais são os testes que vou ter de passar? — pergunto enquanto passo os olhos pelas facas de aspeto ameaçador.
— Não sei quais vão ser os testes, mas três características vão ser testadas: inteligência, capacidade física e manuseamento de armas. Se não tiveres qualquer uma das três, estes testes vão fazer com que acabes no cemitério.
— Nada que já não tenha enfrentado antes — respondo, escondendo o pânico que ameaçava tomar conta de mim.
— Não, estes testes não são como nada que já tenhas enfrentado, loirinho. Eu quase não consegui sobreviver. Aliás, se não fosse a tua amiguinha, a Sky, nunca teria sobrevivido. Eu treinei com ela para me preparar para estes testes, tu não tens treino nenhum. Ainda.
— A Skylar treinou-te? — a pergunta escapa-se dos meus lábios antes que eu me possa conter. A rapariga dos cabelos azuis olha para mim com interesse.
— É por causa dela não é? É por causa dela que estás a fazer isto tudo? O amor é uma emoção perigosa, loirinho. Mais perigosa ainda quando envolve um membro de um gang.
— Ouve, Smurfette, eu não preciso de lições de moral. Preciso de uma arma.
— Okay, okay, guarda lá as garras! — ela diz e ergue os braços, em sinal de rendição, enquanto solta uma gargalhada trocista — Já mataste alguma coisa? Claro que não, pergunta estúpida.
Ela aproxima-se de mim e o seu olhar observa cada pormenor do meu corpo.
— Alto, não muito corpulento, mãos grandes e fortes...
De repente, ela atira-me uma faca relativamente curta. Apanho-a no ar antes que ela me atingisse.
— Reflexos rápidos... Como é a tua pontaria?
— Eu jogo basket, por isso não é terrível...
— Hmm... Estás habituado ao contacto portanto...
— Como se chama esta... Coisa? — pergunto, apontando para a arma que repousava na minha mão direita. A rapariga foca o seu olhar em mim.
— Essa é uma Kunai.
— Tipo as Kunai de Naruto?
— Isso mesmo. Como te sentes com ela na mão?
Giro a lâmina na mão e treino alguns golpes. A Saphira olha para mim com um olhar satisfeito.
— Bastante confortável. Para alguém que tem uma arma ninja na mão.
— O fundamental é escolher uma arma que sintas confortável na mão para depois aprenderes a lutar com ela mais facilmente. Mas, para já, o combate com armas não é o principal. — ela tira-me a Kunai da mão e pousa-a — Primeiro, a tua estratégia, capacidade de tomar decisões rápidas e de decifrar enigmas vai ser testada. Se a estratégia que delineares não for boa o suficiente, tu morres. Se demorares mais um segundo a decidir, tu morres. Se fores incapaz de decifrar seja o que for...
— Sim, sim, já sei... Eu morro.
Ela sorri para mim, descontraída, e eu retribuo o sorriso.
— Estás com prisão de ventre? — parece que o meu sorriso descontraído não saiu tão descontraído assim. — Tem calma, loirinho, com a minha ajuda as tuas chances de sobrevivência sobem um bocadinho.
— Tu queres ajudar-me?
— O que é que eu posso fazer? Sou uma alma caridosa, sempre pronta a ajudar.
Quando dou por ela, tenho uma espada apontada à minha garganta. Solto um grito de surpresa e ela ri-se.
— Regra nº1: Por favor, não grites. Vais chamar a atenção de todos os teus inimigos e, mais importante do que isso, não me pagam o suficiente para a consulta de otorrino se me rebentares os tímpanos — fecho a boca e sinto-me corar. Ela larga a espada e os meus músculos relaxam.
Grande erro.
A rapariga, com um movimento rápido, imobiliza-me no chão.
— VAMOS LOIRINHO! Estou a prender-te os braços e a pressionar-te a zona lombar com o peso do meu corpo. Como te libertas?
— Eu... Eu... — tento pensar em alguma forma de me libertar, tento fazer força, mas a verdade é que, da forma que ela me estava a prender, não conseguia sair. — Eu... Eu...
— MORTO — ela finalmente liberta a pressão que estava a exercer em cima de mim. — Entraste em pânico, loirinho. Regra nº2: Nunca, NUNCA, baixes a guarda. Relaxaste o corpo, logo não estavas pronto para o meu ataque. Regra nº3: Observa todos os pormenores. A forma como o teu oponente se move, a sua estrutura física, os seus pontos fracos e os seus pontos fortes. Se conseguires antecipar os meus movimentos vai ser mais fácil de te desviares.
Desta vez mantenho-me alerta.
— Vamos lá, analisa os meus movimentos, concentra-te. — a Saphira prepara-se para me atacar. Eu observo a sua postura corporal e os seus movimentos. Ela é ágil e rápida, mas é leve. Se eu a conseguir...
Vejo a perna dela mexer-se rapidamente e mal tenho tempo de me desviar do seu pontapé mortífero. Ela sorri de lado e aproveita o meu desiquilíbrio para me voltar a imobilizar no chão.
— MORTO! Tens de pensar rápido! Mais rápido! És um Angel of Fire ou és um homem morto? VAMOS AUSTIN!
Ela atacou-me 25 vezes e, nas 25 vezes, eu acabei caído no chão, completamente imobilizado. A Saphira estava apenas ligeiramente ofegante enquanto que eu aparentava ter acabado de correr a maratona.
— Acabamos por hoje. Continuamos amanhã — ela diz enquanto limpa o suor. Ela vira-me as costas para sair e eu semicerro os olhos.
Sem pensar, desato a correr o mais rápido possível mas sem fazer muito barulho. Ela vira-se surpreendida e eu, usando o meu peso e força, agarro nos seus braços e empurro o seu corpo com o pé, destabilizando-a. Ela equilibra-se rapidamente e trata de fazer uma sequência rápida de movimentos que me metem no chão em questão de segundos, completamente alheio ao que se tinha acabado de passar.
— Nada mal, pelo menos aprendeste a regra nº2 e usaste-a contra o teu oponente. — ela liberta ligeiramente a pressão e eu giro-a rapidamente, ficando eu por cima dela a prendê-la. Ela olha para mim com um sorriso divertido e rapidamente se consegue libertar. — Já estás a aprender, mas ainda tens um longo caminho à tua frente. Um caminho que eu não vou facilitar.
Ela começa a sair da sala, desta vez mantendo os músculos do seu corpo tensos.
— Saphira? — ela para mas não olha para trás — Obrigada. — ouço o seu riso leve e ela sai, deixando-me sozinho naquela sala cheia de armas.
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Something Bad
RomanceEle é o bad Boy Ela é a filha do diretor Ele é too good for school Ela é inteligente e aplicada Ele não se dá com ninguém Ela é uma das populares Ele tem má reputação Ela é o anjinho para todos Ele tenta não se meter em problemas Ela é o problema "G...