For your eyes only

Ackward fone's call

Harry acordou meio atordoado com um barulho irritante de celular. A primeira coisa que notou é que estava sozinho na cama, mas não estava surpreso com isso. Apenas suspirou e estendeu o braço até alcançar o barulhento celular. Atendeu sem nem ao menos olhar quem era.

__ Alô. – disse sonolento.

__ Onde você se meteu? – dizia uma voz bem irritada do outro lado – a imprensa está enlouquecida e eu preciso falar com você. Esteja na minha sala, em meia hora!

__ Jeff? – Harry olhou o aparelho sem entender nada – o que eu perdi?

__ Quem diabos é Jeff? – a voz do outro lado parecia ainda mais irritada – Louis, eu não estou brincando! Traga essa sua bunda grande para a gravadora agora mesmo.

Louis?

Só então, Harry percebeu que aquele não era seu celular, e pelo tom de voz do exagerado que gritava do outro lado, Louis Tomlinson estava bem encrencado no momento.

__ Ahn...não sei como te dizer isso, mas...não sou o Louis.

O silencio do outro lado da linha pareceu durar séculos, embora tenha sido apenas alguns segundos. Harry podia escutar a pessoa bufando e resmungando coisas que ele não entendia. Talvez nem quisesse entender, porque o homem estava mesmo furioso.

__ E pode me explicar como o celular do Louis está com você? Aliás, quem é você? – a voz baixou o tom.

__ Aqui é o Harry. – não achou necessidade de dar seu sobrenome – acho que Louis esqueceu o telefone dele aqui.

__ Entendo... – mais silencio – então me desculpe pela gritaria. Se por acaso falar com o Louis, diga àquele bastardo que Simon está procurando por ele.

__ Eu direi. – Harry ficou olhando para o aparelho quando a ligação foi repentinamente interrompida.

Harry se arrastou para fora da cama. Tomou uma ducha rápida porque ele mesmo tinha seus próprios compromissos. O que o fez lembrar-se do celular. Não estava encontrando seu aparelho em lugar nenhum do quarto. Os aparelhos eram iguais e, parecia obvio que Louis havia levado o dele por engano.

E já podia imaginar Louis recebendo ligações de Jeff, lembrando-o dos compromissos daquele dia. Ou de Niall, zombando dele pelo mico da noite passada. Ou pior, de Nicholas...

Pelo menos tinha uma desculpa perfeita para ver aquela deliciosa criatura novamente, já que teriam que trocar os aparelhos.

Sorriu com esse pensamento e ficou pensando se seria invasão demais mexer no celular alheio. Não havia senha de bloqueio e Harry roía as unhas de curiosidade com o que poderia encontrar ali.

Já estava pronto para sair. Pegou as chaves do carro e o celular, enfiando no bolso antes que a curiosidade falasse mais alto. Mas foi uma folha sobre sua escrivaninha que o fez parar.

Havia alguns versos soltos, com uma letra redonda e pequena. Parecia o esboço de uma letra de música. Lembrou-se de Niall mencionar algo sobre Louis estar sem inspiração para compor ultimamente.

Até mesmo sugeriu uma parceria entre os dois. E parece que o pequeno andou ocupado de madrugada, porque Harry não fazia ideia em que momento ele escreveu aquilo, entre uma trepada e outra que tiveram naquele quarto.

Só de lembrar, o encaracolado sentia arrepios pelo corpo todo e sentia seu amiguinho entre as pernas manifestar-se. Nunca poderia imaginar que aquele ser tão pequeno e tão fofo, fosse aquele furacão na cama.

Harry nunca se entregou tão facilmente a alguém. Nunca antes se sentiu tão indefeso diante de um corpo e rosto bonito. Nunca sentiu seu corpo tão fora de controle com apenas um toque. Louis era um demônio sedutor com cara de anjo...