Senhora Hastings.

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A tarde tinha sido ótima, estar com Judd e Callie era incrivelmente doido e divertido, eles alegram o dia de qualquer um. Quanto a Stevie, as coisas pareciam pesadas, mas ainda sim, era confortável tê-lo por perto.
Estaciono o carro na entrada de casa e vejo a nova vizinha - provavelmente mãe de Sebastian - regando as flores do jardim, sua aparência é igual a de um zumbi, olhos fundos e pretos, pele pálida e semblante de quem não estava aguentando mas nenhum segundo em pé, ela estava doente e era visível, mas o que fazia do lado de fora e regando flores? Assim que ela percebe minha presença, me olha e sorri, eu faço o mesmo e continuo a observar de longe e é aí então que vejo seu corpo sendo arremessado ao chão, corro até ela e a pego, ela está tão fraca, não sei o que acontece, ela simplesmente sussurra o nome de Sebastian, ergo ela usando toda força que tenho, e a levo para dentro de casa, pondo-a em seguida no sofá. Perto da estante tem o número do celular de Sebastian, disco o número e logo ouço as chamadas. Três, quatro, cinco e nada, mas então ouço a voz rouca do outro lado da linha.

- Alô?

- Sebastian Hastings?- digo com a voz trêmula

- É ele, quem é?- ele diz com a voz firme.

- É a sua mãe, ela caiu no jardim.- digo rápido.

- Onde ela está?- ele diz com um ar de desespero na voz.

- Na sua casa.

Ele desliga sem dizer absolutamente nada. Corro até a cozinha e pego um copo d'água, vou até o banheiro e procuro algo para limpar o sangue que escorria de seu supercilio aberto, acho uma caixinha com algumas coisas, vou até a sala e limpo com água oxigenada e gase, logo coloco um curativo, aquilo teria que levar no mínimo três pontos, curativo não adiantaria em nada.
Levo um susto quando a porta se abre de repente atrás de mim e um ser alto, de preto e com olhos gigantes esverdeados adentra.

- Mãe.- ele diz e se aproxima dela. Eu me afasto dando espaço para ele.- O que aconteceu?- ele pergunta para
ela, mas é visível a exaustão e a dificuldade, entao, permito-me à responder sua pergunta.

- Ela estava regando as flores do lado de fora, ela não parecia nem um pouco bem, e foi então que a vi caindo na grama.- digo à ele que continua de costas para mim.- o corte não foi tão fundo, deve levar uns três pontos, e não vi se tem mais alguma outra ferida ou hematomas, se quiser que eu vá com voc…

- Não, obrigado..Você já fez demais.- ele diz rude.

Minha expressão muda totalmente, antes se eu estava preocupada, agora estava com desprezo, não da senhora Hastings, ela não tem culpa de ter um filho tão mal amado como esse. Se não fosse por mim, provavelmente a senhora Hastings estaria jogada naquele jardim úmido até agora.

- Está bem.- digo e me dirijo a porta. Antes que eu possa sair, ouço uma voz bem fraca e cansada.

- Obrigada, querida.- a senhora Hastings sussurra isso com a maior dificuldade, e sorri como uma forma de pagamento. Vou até ela e passo a mão em seus cabelos.

- Disponha, senhora Hastings.- sorrio e volto a andar até a porta.

Antes que eu possa sair por completo, vejo em cinco segundos a cara de Sebastian, sua expressão era confusa, mas mesmo assim, não parecia nem um pouco arrependido do que me disse à alguns segundos atrás.
Adentro minha casa e vou para o quarto.
A senhora Hastings era tão linda, mesmo parecendo uma zumbi, ela tinha uma pele linda, um cabelo castanho comprido lindo, e uns olhos verdes vivo, se eu a visse, talvez nem acreditasse que fosse mãe de Sebastian, ela realmente era uma mulher de se parar o trânsito, mas na situação a qual se encontrava ela estava realmente acabada, mas ainda era possível enxergar seu brilho nos olhos, e eles eram iguais a de Sebastian, um olhar forte e penetrante, uma cara de invocado, mas ao mesmo tempo lindo, parecia nunca estar relaxado e claro, a ruga entre as sobrancelhas que se forma quando forçam os olhos, eles eram realmente lindos, eram de se ficar observando por horas.

***

As horas se passaram, eu já estava em cólicas para saber sobre a senhora Hastings, mas eles ainda não chegara, ando de um lado para o outro, eu realmente estava preocupada, e pelo visto, Sebastian era o homem da casa, não tinha uma foto de seu pai, ou de algum outro irmão, eram só os dois. Ouço o barulho do carro parando na garagem ao lado, dou um pulo da cama e corro até à sala onde tenho visão da entrada, Hastings retira a mãe com cuidado, ela parecia melhor, porém ainda fraca, ele à leva até a porta e aciona o alarme. Eles entram e eu perco a visão.

- O que tanto olha na casa vizinha, Mellory?- meu pai pergunta.

- Sabe nossos novos vizinhos?- pergunto e eles assentem.- hoje a senhora Hastings caiu no jardim, ela parecia muito doente e eu a ajudei ir até o sofá e liguei para o seu filho.- digo e me junto à eles no sofá.

- E como ela está?- minha mãe pergunta desviando a atenção da tv e olhando para mim.

- Não sei, é sobre isso que quero saber…

- Provavelmente ele virá lhe dar notícias, fique tranquila, querida.- minha mãe diz.

Apenas mexo a cabeça positivamente enquanto vejo o fogo da lareira subir. É claro que Sebastian não viria até aqui me dizer sobre sua mãe, mas talvez não fosse uma boa ideia ir até lá, ele podia me ver como enxerida, tudo bem que eu quem a ajudei, mas mesmo assim, ele não parecia nem um pouco feliz com a minha presença ali.
Meus pais se levantam do sofá e decidem ir para o quarto, no relógio já se marcavam dez horas da noite, eu também precisava ir, mas não agora, não estava com sono. Coloquei algo para ver na tv enquanto o sono vinha. Algumas horas depois ouço a campainha, levo um susto e me pergunto quem poderia ser à essa hora. Visto meu moletom para abrir a porta, e então dois pares de olhos verdes me encaram.

- Hastings…- digo surpresa ao ver Sebastian parado a minha frente.

- Mellory, né?- ele pergunta baixo. Admito ficar ofendida por ele não saber meu nome.

- Isso.- respondo seco.

- Eu só…- ele para de falar e gagueja.- só…- me encara.- só vim me desculpar.- ele diz de uma vez.- vim pedir desculpas da forma em que te tratei, minha mãe pesou na minha consciência depois que saímos do hospital.

- Como ela está?- pergunto.

- Bem, na medida do possível.- ele diz balançando a cabeça.

- Por que ela estava tão doente? Ela parecia…- procuro palavras para não chama-la de zumbi.

- Semi-morta?- ele diz e sorri debochadamente.- ela só não sabe se cuidar, e fica me dando dor de cabeça.- ele diz seco.

Tento arranjar algum palavrão para xinga-lo, mas nenhum é bom o suficiente.

- Por que você não cuida dela?- digo grossa e ele me olha surpreso.

- E eu cuido.- ele diz.

- Como? comprando drogas no beco perto do parque?- digo e me surpreendendo com as minhas próprias palavrad. Eu não tinha absolutamente nada a ver com a vida dele e simplesmente me intrometi.

- Acho que é melhor você entrar, já está tarde.- ele diz sério e sha voz assume um tom mais rouco que o normal.

- Sebastian, me descul…

- Boa noite, Mellory.- ele sai andando sem deixar eu me despedir ou terminar de pedir perdão.

Mellory Carson, você tem noção da cagada que você acabou de fazer?, penso comigo mesmo.
Fecho a porta e desligo as luzes, subo correndo para meu quarto, e deixo algumas lágrimas caírem no caminho. Eu não devia ter dito isso, eu não tinha o direito de dizer aquilo. Vou até a janela e o vejo adentrando o quarto quebrando quase tudo e pegando o celular discando um número, e então só é visível ver seus gestos e como parecia irritado com a pessoa na outra linha, mas então ele arremessa o celular na cama e passa as mãos pelos cabelos, e em seguida parece pegar seu pijama, ele sai do quarto e posso ver a luz do quarto ao lado acender, mas deste eu já não tenho visão, vinte minutos depois a luz se apaga e tudo parece calmo como antes, Sebastian não volta para seu quarto e eu simplesmente saio da janela me permitindo deitar. Eu estou tão nervosa que me permito fechar os olhos na tentativa de me auto xingar, mas me sinto exausta e durmo antes que eu possa me apedrejar mentalmente.

Não me deixe irWhere stories live. Discover now