Viciado.

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Estávamos no enterro, Sebastian havia acabado de fazer sua homenagem a sua mãe. Ontem ele parecia acabado enquanto chorava ajoelhado no meio do estacionamento.
Todos estavam no enterro, até mesmo seu pai. A homenagem de Sebastian fez todos chorarem, era tão intensa, ele mesmo não aguentou, saiu correndo ao fim de suas palavras, eu fui atrás dele, mas não o encontrava em nenhum lugar. Foi quando me lembrei do topo da igreja, subi correndo e lá estava ele, na beira do fim da igreja, bem no alto. Tento não assusta-lo, um suspiro e ele cai.

- Sebastian?- o chamo e ele se vira com olhos totalmente encharcados.- Vem cá, sai daí.- estico minhas mãos.

- Não!- ele grita.- eu fui um mal filho, eu devia ter morrido.- ele coloca um pé sob o degrau.- ela se foi e eu fiquei, isso não é justo, Mellory!- ele sobe por completo.- Eu preciso me desculpar. Eu preciso dela.

- Se desculpar pelo o que?- pergunto tentando faze-lo falar e se distrair.

- Pelo vicio nas drogas.- ele diz e eu arregalo os olhos.

- Ta tudo bem, podemos resolver isso, eu e você.- me aproximo tentando puxa-lo.

- É tarde demais, Mellory. É tarde demais…- ele se joga como uma pena, igreja à baixo, talvez não fosse alto, mas era alto o suficiente para mata-lo.

- SEBASTIAN!- grito e antes de correr até a beira, acordo assustada.- Meu Deus, isso foi um sonho?

Olho o relogio e são nove horas da manhã, me visto correndo e vou em direção a casa de Sebastian. O deixei ontem a noite na cama, sei que ele não saiu, mas algo me dizia que eu tinha que ir vê-lo. Bato na porta e ninguém abre, talvez ainda estivesse dormindo, forço para abri-la, a qual se encontrava já aberta, e então consigo entrar, chamo por Sebastian e olho em todos os cômodos da casa, até mesmo em seu quarto, e nada, ele estava sem carro, não tinha como ter saído, a não ser que fosse a pé, mas eu teria ouvido. Vou até o banheiro de seu quarto e chamo pelo seu nome, não sei se é certo entrar no banheiro quando alguém pode estar usando, mas eu não me importava, abri a porta ainda dizendo seu nome e lá o encontrei, caído no chão do banheiro. Corri até ele na tentativa de entender o que estava acontecendo. Vicio em drogas, lembro do sonho, Sebastian era realmente viciado. Vejo um pouco de pó em cada canto, seu nariz sujo e tudo bagunçado, estava visível que passara a noite se drogando. Sei que não está morto, mas não sei o que fazer, tento acorda-lo, mas ele nem se mexe. Sento ao lado dele desistindo.

- O que você está fazendo com você, Hastings?- digo com as mãos no rosto.

Então sinto ele cair para o lado, ele deita no meu colo, como uma criança, ele não estava acordado, talvez sonhava, mas sei que estava dormindo igual pedra. Olho para o seu rosto e acaricio o mesmo, no estado que ele está, nem um tapa o acordava. Deixo algumas lágrimas escorrerem, é horrível pensar nesses últimos dias, e ver ele nesse estado, me machuca mais ainda. Procuro seu celular e vejo as chamadas perdidas de Jonathan, pego o número e ligo para ele.

"alô?"- ouço uma voz sonolenta do outro lado da linha.

"Jonathan?"

"Sou eu. Quem é?"

"Oi, é a Melly. Mellory."-corrijo-me.-"preciso da sua ajuda."

"Como assim?"- ele pergutna confuso.

"É o Sebastian. Venha até a casa dele, a porta esta aberta."

"Ok"- ele desliga.

Fico por um tempo ali, sem me mover. Posso sentir o calor de seu corpo, e o cheiro da droga. Não demora menos de vinte minutos e ouço a voz de Jonathan pela casa chamando meu nome, grito em resposta, dizendo-lhe que estou no banheiro. Ouço ele correr e então ele para a minha frente.

Não me deixe irOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz