Carolina.

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Sebastian

Alguém bate na porta e apenas digo para entrar, vejo então Jonathan. Abro o sorriso quando o vejo e ele faz o mesmo, nos abraçamos e então ele fechou a porta. Jonathan vinha pelo menos uma vez por semana aqui, normalmente nas sextas, mas hoje era quarta, um dia depois da formatura.

- Aqui está.- ele me entrega meu diploma.- com muita insistência e ajudinha do seu pai, conseguimos pegar seu diploma e trazer pra você.- ele diz se sentando na cama.

Eu abro o canudo retirando o papel de dentro e lendo tudo o que estava escrito.

- Queria ter estado lá.- digo ainda olhando o papel a minha frente.- Como foi?

- Boa. Mas tem algo que você vai querer ver.- Jonathan tira o celular do bolso e senta do meu lado.

Então começa um vídeo, era dele no palco, devia ser a homenagem aos amigos. Jonathan então começa a falar. Não sou do tipo que me emociono por tudo ou chora à toa, mas admito que neu coração apertou ao ver aquilo. Jonathan podia ser o maior galinha que eu já conheci, mas também era o maior amigo e o mais próximo de irmão que eu já tive.
No fim do vídeo, a pessoa que gravava passou mostrando as pessoas que vieram, pude ver quem estava ao seu lado. Ela estava linda, seu vestido rosa caía perfeitamente em seu corpo, ela aplaudia o que Jonathan acabara de dizer. Oh céus, Mellory estava linda.
Tento tira-la de meus pensamentos quando Jonathan desliga o telefone.

- Você é um idiota.- digo e ele ri me abraçando.- Valeu, cara! De verdade!

- Valeu você!- sinto ele sorri.- Mas e aí? Como anda as coisas? Você e Mellory já transaram nesse quarto? A cama parece ser pequena demais pra vocês dois...- ele diz pulando um pouco na cama.

- Não.- eu o olho sério.- nós acabamos.- jogo a cabeça pra trás encostando na parede.

- Vocês nem começaram, como podem acabar?- ele diz incrédulo.

- Pois é.- o encaro.- a louca da mãe dela disse que se eu não terminasse, iria me processar por pedofilia.- reviro os olhos.

- Como assim? Ela não pode fazer isso!- ele diz.

- Bom, Mellory tem 16 anos ainda e eu tenho 18 anos, entao…- o olho.- ela pode sim.

- Mas que mulher babaca!- exclama.- como fez isso? Quero dizer, acredito que não contou a verdade pra ela.

- É, eu menti dizendo que à traí.

- O que? Tá louco?

- Ela não ia acreditar, cara.

- Mas você deve ter magoado demais ela.- ele diz me encarando.

- Eu sei.- me jogo pra trás novamente olhando o teto.- o pior é que eu sei.

***

Mellory

"Quer ir à uma festa hoje a noite?"- Callie.

"Com certeza."- Mellory.

"Quem é você e o que fez com a minha amiga?"- Callie.

"Qual? aquela que morreu com Sebastian?"- Mellory.

"Melly."- Callie.

"Tá tudo bem. Às onzes horas passo aí."- Mellory.

"Ok."- Callie.

Bloqueio o celular. Se não consigo esquecer ele por bem, esquecerei por mal. Vou até meu guarda-roupa e pego vestido mais provocante que tenho. Sua cor era preta, destacava em excesso meus seios e minha bunda. Solto o cabelo e faço uma maquiagem boa o suficiente para não se parecer comigo mesma. Olho no relógio e espero ouvir a porta do quarto dos meus pais trancarem. Pego os saltos e minha bolsa e então desço sem fazer barulho até a porta. Entro no carro jogando a bolsa e o sapato do lado. Dou partida e vou em direção a casa de Callie. Assim que chego, apenas buzino e ela logo saí, ela estava linda, realmente linda, ela entra no carro e me olha de cima a baixo. Apenos digo sem comentários e ela dá risada. Ela me fala onde vai ser a festa e eu vou até o lugar. Era em uma casa imensa, dava pra ver as luzes e o som alto da esquina. Estaciono o carro e coloco os saltos, retoco o batom vermelho e saio do carro pegando minha bolsa. Esperei Callie e adentramos o lugar.
Assim que entramos na casa, fomos direto para o bar. Eu ainda não sei o que iria fazer aquela noite, eu não era essa garota, eu não era assim, quem eu era naquele momento?
Callie se joga na pista, enquanto eu fico ainda no bar bebendo. Peço mais uma dose quando um cara chega ao meu lado. Minha dose chega junto à ele. Ele me olha e sorri maliciosamente.

- Olá.- ele diz.- Poderia saber seu nome?- ele beija minha mão. Penso por algum momento em que fazer e então viro um copo puro de vodca.

- Carolina. E você? Quem é?- digo.

- Belo nome. Matheus.- ele me encara.- O que acha de irmos dançar?- ele continua segurando minha mão.

- Acho uma ótima ideia.

Aquela altura, já nem sabia mais quem eu era, Mellory ou Carolina. Eu simplesmente deixei com que ele me levasse, me conduzisse. Ele podia fazer o que quiser comigo naquele momento, porque eu estava totalmente entregue à ele.
Nosso corpos se mexem ao ritmo de I Took a Pill in Ibiza. Matheus junta nossos corpos e sinto seu rosto em meu pescoço, ele então começa a beijar-me no pescoço, seu beijo vai subindo até minha boca, ali começamos a nos beijar, um beijo quente e feroz, ele praticamente me devorava na frente se todos, ele foi então me levando até as escadas, subimos ela a procura de algum quarto, acredito eu. Eu sabia o que ele faria, eu estava apavorada, minha vontade era gritar por Sebastian, mas ele não estaria ali, não mais. Foi então que Matheus encontrou um quarto, antes de entrarmos ele beijou novamente meu pescoço, sorrio jogando minha cabeça para o lado e me assunto ao ver quem estava me encarado no fim do corredor. Aqueles olhos não podiam ser mais marcantes que os de Sebastian. Esverdeados com uma turbulência em um mar clareando pela luz da lua à noite. É nessa hora que empurro o cara a minha frente.

- O que eu estou fazendo?- digo abaixando meu vestido.

- O que houve, Carolina?- Matheus me olha sem entender.

- Carolina?- digo e saio correndo.

Desço as escadas e vou para saída. Corro até o carro e adentro o mesmo.
Não adianta o que eu diga, dava ou pensei, não consigo deixar ele ir, não consigo deixar Sebastian ir, eu o amo demais para deixa-lo ir.
Começo a chorar em desespero. De alguma forma, Sebastian me livrou dali, mesmo não estando no momento.

- Mas que droga!- grito.- Eu não posso seguir em frente sem você!- bato no volante e grito como se pudesse fazer Sebastian ouvir.- eu amo você demais pra isso…- encosto-me no estofado do carro e respiro fundo.- amo demais…- repito tentando manter a calma.

Não me deixe irOnde histórias criam vida. Descubra agora