Tentando fazer as pazes.

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O sol na minha cara me incomoda mais do que o olhar de Sebastian em mim enquanto atravesso o estacionamento. O dia hoje não está pra mim, para melhorar, Callie decide ficar doente logo segunda-feira e nenhuma aula de Judd é comigo. Adentro a sala e aula de matemática logo começa. Me deparo com o diabo em forma de números, expressões e letras. Sinto algo bater nas minhas costas e quando vejo é uma bolinha de papel que me acertou, nela havia alguma coisa escrita, a desenrolo e encontro uma conversa.

"A safada da Callie tinha mesmo que cair de boca no namorado da Sophia?"

"ela é uma vadia"

"espero que o vídeo deles dois na festa caía na rede kkk"

"espero mesmo é que a Sophia à quebre na porrada."

"e você, Melly? O que acha da sua amiguinha tarada?".

Me viro pra trás e vejo Holly, Toby, KJ e Colton rindo, amasso o papel e jogo no chão, tento prestar atenção na aula, mas as risada irônicas de Holly me incomodam, tento à ignorar até a hora do intervalo. Assim que vejo todos saírem e Holly ficar para terminar um exercício, vou até sua mesa e bato com toda força na carteira, Holly da um pulo de susto e me encara.

- Se você postar alguma sobre Callie em qualquer rede social, eu mato você.- digo e me viro.- e se você a chama novamente de vadia, eu quebro a sua cara!- concluo.

- Quem? A vadia da Callie?- ela levanta e cruza os braços.

- O que?- me viro fervendo.

- Callie é uma vadia, tarada e recalcada, e olha que você está indo no mesmo caminho, pegando o universitário primo do Judd, acha que será só uma transa e depois ele vai se apaixonar?- ela ri.

- Eu te avisei.

Corri até ela e arremessei minha mão na sua cara, ela se inclinou com a mão no rosto, mas logo agarrou-me pelos cabelos, com uma mão tentei empurra-la, enquanto a outra socava seu estômago, ouço seus gemidos e grito quando ela começa socar minha cabeça com toda força, sinto então os braços de alguém me envolver e Jonathan gritar o nome de Holly e a segurar, meus olhos parecem chamas e eu sinto que posso queima-la apenas de olhar.

- Vocês estão querendo ser expulsas?- Jonathan grita.

- Me solta.- Holly se solta e se arruma saindo em seguida pela porta.

A essa altura eu já estava de pé no chão, quem me segurava era Sebastian e ao seu lado estava Judd, ele dizia algo mas tudo estava rodado, eu perdi o equilíbrio caindo em cima de Sebastian que quase caiu surpreso, ele me segura e meus olhos reviram, eu tento não fecha-los, sussurro pra Sebastian que não estou me sentindo bem e então sinto meu corpo se erguer e alguém correr pela escola gritando pra saírem da frente. E essas são às únicas coisas que lembro depois de acordar na maca da enfermaria da escola. De um lado está Sebastian e Jonathan em pé e ao outro está Judd sentado segurando minha mão, olho pra ele e sorrio.

- Menina, que merda que tu fez com a gente?- ele grita.- eu fiquei em pânico!

- Desculpa, eu só... AI!- grito ao sentir uma pontada na cabeça.

- São os pontos.- diz Sebastian.- Holly conseguiu abrir um rasgo na sua cabeça com o apontador.- imagino a cena e tenho vontade de vomitar.

A moça logo diz que posso ir embora, mas que não posso dirigir, digo que estou bem, mas ainda assim ela recusa. Sebastian se oferece para me levar, mas eu recuso. Judd diz então, que Stevie estava lá fora e com certeza iria querer me deixar em casa, afirmo com a cabeça e sinto uma náusea. Pego o papel com a enfermeira e logo saio daquela sala. Eu, Judd, Sebastian e Jonathan atravessamos a escola em silêncio até a saída, Stevie está parado no estacionamento e assim que me vê sai do carro e corre até à mim.

- Melly!- ele me abraça.- O que aconteceu?

- Te explico no carro.- digo. Sebastian parece observar cada detalhe de Stevie, sabendo que o vira pulando a janela ontem à noite.

Stevie segurou a minha mão e foi comigo até o carro, Judd sentou atrás e eu na frente, o caminho todo fomos em silêncio, apenas Stevie falava as vezes e quase nunca dava para ouvir direito. Assim que ele chega em casa, me leva até a porta. Ele conversa comigo e diz que qualquer coisa é para ligar pra ele, ele beija minha testa e passa a mão em meus cabelos e reafirma novamente que quer ter notícias, sorrio ao ver ele se preocupar e então o beijo, um beijo calmo e doce, nada de exageros, aliás ainda sinto muita dor, ouço o rugido do carro de Sebastian e percebo ele parando na garagem, ele sai do carro nos olhando e entra em casa, não que eu me preocupe de beijar no meu jardim e o meu vizinho ver, mas é que incomoda. Stevie então vai embora e eu entro em casa, meus pais já haviam saído e deixaram um bilhete pedindo pra avisar assim que chegar, jogo o bilhete na mesa de volta e subo pro meu quarto, assim que entro, coloco o pijama e deito na cama, eu não sinto fome, apenas dor e sono, provavelmente efeito de algum medicamento que tomei. Deito para o lado e nem me importo com a claridade entrando pela janela aberta, durmo igual um neném depois de mamar.

***

O toque do meu celular ecoa pelos meus ouvidos, fazendo-me acordar, olho a tela e minha mãe ligava.

- "Desculpa, eu peguei no sono e esqueci de ligar."- digo assim que atendo.

- "Que horas que você chegou em casa?"- ela pergunta.

- "Umas 2h..."

- "Já são quase 5h, Mellory!- ela exclama."- espero que isso não aconteça novamente.

- "Está bem."- digo e me despeço.

Já que ela fez o favor de me acordar, levanto e me espreguiço. Ouço alguém sussurrando ou talvez distante demais para que eu consiga escutar, vou até a janela e olho para baixo na expectativa de ser Stevie me chamando, mas na verdade era Sebastian na janela ao lado.

- Seus pontos já abriram?- ele diz sério.

- Não!- indago.

- Que pena...- ele diz como se estivesse triste.

- Meu Deus!- exclamo.- Quer que eu morra?

- Claro que não!- ele responde.- não estou afim de sentir você puxar meu pé a noite, garota esquisita.- ele diz debochando.

- Ah, me poupe!- digo e vou me virando.

- É brincadeira!- ele ri. Que sorriso, meu pai!- está bem?

- Como se você se importasse.- reviro os olhos.

- Não sei nem porque perguntei.- ele ri debochado e se vira fechando a cortina, faço o mesmo.

Desço para preparar algo pra comer. Sento-me no sofá e coloco algo para ver, o tempo passa e ainda sinto vontade de dormir, meu celular vibra, Callie surtava perguntando se eu estava bem, logo em seguida, Stevie me liga, converso por um tempo com eles e então meus pais chegam. Na primeira hora minha mãe surta quando me vê com os pontos na cabeça, não havia nada demais em mim, além da cabeça e um roxo na bochecha direita, a menina precisava deixar pelo menos uma marca, senão seria muito vergonhoso.

Não me deixe irOnde as histórias ganham vida. Descobre agora