Adeus temporário.

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Estávamos todos do lado de fora. Eu, Jonathan, Antony, até Callie e Judd apareceram. Sebastian colocava a mala dentro do carro do pai, enquanto nós o observavamos. E então chegou a hora, a terrível hora de dizer um adeus temporário. Sebastian se aproximou primeiro de Jonathan. Ele encarou o amigo e depois o puxou para um abraço forte, os dois ficaram um bom tempo assim, falando coisas um para o outro, e então ele veio até Callie e Judd que o cumprimentaram e desejaram boa sorte. E então, ele andou até mim, meus olhos já marejavam só de ver aquele rosto lindo. Ele então me envolve em seus braços, fazendo-me sumir, eu começo a soluçar e ele me aperta mais ainda. Depois de um tempo assim, o olho e ele me encara.

- Ontem à noite...- ele diz.- foi incrível.- ele sorriu de lado.- Quero que fique com isso.- ele me entrega o seu mini álbum com fotos dos lugares que ele havia visitado.

Sorrio ao olhar e então ele diz que só aquela foto não bastava e que o álbum ficaria melhor comigo do que no armário dele, sorrio o agradecendo e então ele beija a minha testa. Sebastian se vira sem dizer tchau, aquilo parecia machuca-lo. Ele olha uma última vez para a casa enquanto andava até o carro e então olha para o céu, como se ele fosse sua mãe.

- Ae!- ele diz chamando a atenção de Jonathan. Sebastian enfia a mão no bolso e tira as chaves de seu carro.- cuida dele pra mim?- ele joga as chaves para Jonathan que olha como se fosse a mulher mais linda do mundo. O carro de Sebastian era uma BMW I8 preta, totalmente linda.

Sebastian ri e adentra o carro. Ele não olha pra trás quando o carro dá partida, talvez fosse difícil pra ele.
Olho às horas no celular, preciso voltar pra casa e bagunçar a cama, aliás, dormi com Sebastian e meus pais não podiam sonhar nisso. Entrei em casa e vi minha mãe abrir a porta do quarto ainda sonolenta.

- Onde estava? - ela pergunta parada na porta.

- Estava apenas me despedindo de Sebastian.- digo parando no topo da escada.- já ia voltar pra cama.

- Você dormiu de com essa roupa?- ela me olha de cima a baixo.

- Não, eu só me vesti pra ir vê-lo.- vou até a porta do meu quarto.

- Hum...- ela me encara.- ele realmente vai se internar na clínica?- ela pergunta.

- Sim!- sorrio orgulhosa.

- Não fez mais que a obrigação.- ela diz.- aliás, coitada de dona Clarissa, ter um filho drogado na situação dela devia ser ruim.

- Sebastian nunca deixou de cuidar da mãe por causa das drogas.- digo ofendida por ele.

- Aquele menino sempre foi estranho.- minha mãe diz e sinto meu sangue ferver.

- Vai dormir, mãe.- digo abrindo a porta do quarto.- Bom dia.- fecho a porta e à tranco.

***

Sebastian

O caminho não é tão longe, uns trinta minutos talvez. Sei que estou fazendo a coisa certa. Sei que disse que Mellory foi meu maior motivo, e foi, mas minha mãe também foi. Tiro nossa foto do bolso e a encaro. Ela era tão linda, não porque era minha mãe, mas ela era uma mulher que todo homem se encantaria, me pergunto porque meu pai à deixou.
Assim que chego na clínica, me assusto com o tamanho, me perderia fácil naquilo. Quando entrei, meu pai me levou até a recepção e então a moça disse que mostraria meu quarto. Havia algumas pessoas na sala, algumas pararam para me olhar e outras simplesmente me ignoraram. Boa parte das pessoas variavam de 15 anos até seus 40 anos.
Meu quarto não era nada mal, tinha um espaço legal e dava para viver por um ano ali, eu acho.

- Senhor Hastings...- eu e o meu pai a olhamos rapidamente.

- Me chame apenas de Hastings.- digo quando percebo que falava comigo.

- Hastsings...- a moça de pele negra e sorriso amigável se corrige.- esses serão seus horários.- me entrega uma folha.- de manhã temos o café, normalmente tem alguma palestra ou algo assim, depois disso, o almoço, e a tarde você terá consultas com psicólogos, alem de ter tempo livre pra conhecer as pessoas por aqui e a noite, temos um momento com todos.- ela diz sorrindo.- se me derem licença, os deixarei à vontade.- a moça de retira.

Olho por toda minha volta novamente e encaro meu pai.

- Eu não vou me acostumar com isso.- digo sério.

- É... eu sei.- meu pai sorri. Me sento na cama ainda de cabeça baixa.- Virei todos os dias te ver, está bem?- ele diz chamando minha atenção.- quando não der, darei meu jeito de avisar. Acredito qur Melly virá sempre que der também e Jonathan eu nem digo nada.- rimos.

Sabíamos que Jonathan viria contar tudo para mim. Sobre as garotas e como estão sendo as coisas sem mim.
Meu pai diz que está na hora de ele ir, e eu apenas confirmo com a cabeça, me levanto para me despedir dele, mas não sei como fazer isso, ficamos meio parados nos olhando, quando ele me puxa pelo braço e me abraça.

- Estou orgulhoso de você!- ele sussurra.- e sua mãe também está.- ele se afasta.- nós sempre vamos te amar.- ele sorri e faço o mesmo sem mostrar os dentes.

Meu pai sai do quarto deixando a porta aberta, não me dou o trabalho de fecha-la. Vou até minha mala e começo a desfaze-la, primeiro ajeito as roupas, depois coloco as fotos na cômoda e alguns itens, eu precisava deixar aquilo o mais parecido possível com a minha casa, ou seria terrível viver ali, colo algumas fotos na parede e ajeito tudo, coloco as coisas no banheiro e então volto para o quarto. Paro na porta do banheiro quando vejo uma garota loira que aparentemente tinha seus 15 anos, ela encarava as fotos na parede e nem havia percebido minha presença. Coço a garganta na intenção de chamar sua atenção. A garota se vira assustada, ela tinha uma cara de criança, mas sei que tinha no mínimo seus 15 anos, se não não estaria aqui.

- Posso te ajudar em algo?- digo sério.

- Desculpa, eu só estava passando e vi que esse quarto estava desocupado, meu pai sempre dizia que ninguém queria esse quarto...- ela falava rápido nervosa.

- Você é filha do dono?- a interrompo.

- Sim, sou.- ela sorri.- Achou que eu era uma viciada?- ela diz alegre e rindo.- meu pai diz que sou viciada em celular ou as vezes em tv também, mas só isso mesmo.- ela ri e eu não consigo segurar a risada.

Dou uma risada leve, mas sem mostrar que estava a achando engraçada. Ela então pede desculpa e se retira do quarto fechando a porta logo em seguida. Volto a arrumar as coisas e então procuro meu celular. Bosta, esqueci que celulares são proibidos. Deixo pra lá e decido explorar o lugar.
Existe três andares, o de cima não se sabia ao certo o que era, o do meio eram os quartos e embaixo tinhamos a sala, recepção, cantina, e essas coisas. Olhos novamente algumas pessoas jogando na sala e então decido subir novamente. Hoje o dia seria esse tédio e minhas atividade só começariam amanhã.

Não me deixe irOnde histórias criam vida. Descubra agora