Capítulo 6

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Enquanto estou perdida no seu olhar, caio em mim quando o elevador dá sinal que irá abrir

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Enquanto estou perdida no seu olhar, caio em mim quando o elevador dá sinal que irá abrir. Balanço a cabeça rapidamente, dissipando qualquer pensamento errôneo. Enquanto isso, aproveito a oportunidade e saio, praticamente correndo, sem me importar com o homem atrás de mim.

Entrando no saguão do último andar, falei com a moça que está atendendo as pessoas, pedi informação sobre a entrevista, e fui aconselhada a aguardar.

Enquanto aguardo, vi o homem que estava comigo no elevador passar apressado.

Que mico! Não acredito que essas malditas lágrimas resolveram descer naquela hora, depois de tantos anos.

A mulher quando me atendeu, encarou tanto o meu rosto, que pensei que estava com alguma sujeira nele. Meu semblante deve estar todo inchado e vermelho pelo choro.

Ótimo, agora todos saberão do ocorrido — pensei ressentida.

Enquanto aguardo a minha vez, pude reparar que a empresa é muito chique e grande, muito maior que a minha antiga empresa.

O que sei dessa organização? Formulei as respostas em minha mente: a empresa Martilhe foi fundada no século XX e seu principal acionista e fundador saiu do cargo há muito tempo, deixando a corporação na mão do seu bisneto.

Enquanto espero a minha vez, já que têm algumas pessoas a minha frente. Reflito que Ângela conseguiu essa entrevista para mim por causa de uma amiga, essa pessoa aproveitou a vaga de uma mulher que desistiu do emprego na última parte da seleção. Sei que pode ser ilegal e antiético estar nessa posição sem ter passado pelas outras fases da seleção como as outras mulheres, mas para quem já passou por todo o meu trajeto isso realmente não importa mais. Tendo em vista, a minha competência absurda.

Enquanto reformulo meus conhecimentos sobre o empreendimento, sou chamada. Quando adentro a sala, fico de costas para fechar a porta e respiro fundo.

Tudo tem que dar certo, nada poderá sair errado. — Faço uma prece para mim mesma.

Quando me viro, fico extasiada com o homem que me encara, é o mesmo do elevador.

Ótimo, agora que não passo mesmo na entrevista. — Me senti insegura.

— Pode se aproximar senhorita... — olhou para o meu currículo na mesa e pronunciou o meu sobrenome — Solano, sente-se.

Acomodei-me tentando me acalmar.

O que está acontecendo comigo? Nunca fico nervosa.

— Senhorita, no seu currículo informa sobre a sua formação em administração, tendo o mestrado em finanças, exato? Com essa base de conhecimento o que espera trazer para a empresa? — falou direcionando toda sua atenção para mim, ao encontro do X da questão.

Meu Deus, assim não dá, com ele me encarando desse jeito fico mais nervosa. — O meu outro eu, ou seja, meu subconsciente tentou tomar posse de mim. Isso sempre acontece quando estou sobre pressão, mas normalmente não me afeta.

— Pretendo trazer novos conhecimentos para a empresa, não apenas com o que aprendi na faculdade, mas com atitudes inovadoras que acrescentarão na organização — respondi com segurança e objetividade.

Me encarou com o sorriso torto, tendo um olhar zombeteiro.

— Em relação ao seu comentário anterior, espero que você não resolva todos os seus problemas demitindo pessoas. Ao colocar-se em meu lugar, qual é a sua releitura sobre o assunto? — Seus olhos brilharam em animação.

Tenho certeza de que estou sendo testada, engulo em seco não imaginando voltar para esse assunto. Tenho certeza de que qualquer palavra minha será levada para o tribunal. Mais do que nunca meu pensamento sobre a demissão por justa causa, não deve ser considerado.

Bela, nessas horas você deve ser a mais falsa possível — falei para mim mesma.

— Procurarei saber o que verdadeiramente ocorreu e se houver falha pelas partes, deverão ser punidos, mas não com uma medida tão drástica como afirmei — pronunciei uma besteira qualquer só para convencê-lo.

Ele me olhou com uma sobrancelha arqueada, com um olhar de vamos tirar a prova dos nove.

— Infelizmente a vaga que a senhorita foi encaminhada já foi preenchida, mas temos uma vaga para auxiliar da minha assistente pessoal. Como posso dizer — pensou — Você será uma faz tudo. Aceita? — Seu sorriso zombeteiro cresceu drasticamente.

Ele está caçoando de mim? Só pode, essa vaga é para uma estagiária, não para uma mulher com mestrado em finanças.

Como viu a minha demora, começou a falar sobre o cargo.

— O salário será de 1.205,00 dólares de segunda a sexta. Claro, com horas extras quando necessário, das 9h às 17h.

Olhei para ele, pelo menos ele não me dará o salário de uma estagiária, em compensação trabalharei o dobro, mesmo assim não chega aos meus pés.

Com esse salário, resolverei a minha vida, um pouco.

— Aceito — comparei minha voz.

— Está contratada, fale com a minha secretária e acerte os termos.

— Sim, senhor — falei e saí apressadamente, sem permitir que ele mencionasse algo mais.

Quando saí da sala, dei de cara com uma mulher que aparenta ter mais ou menos 30 anos.

— Senhorita Bela Solano? — perguntou incerta ao ver o meu estado.

— Sim.

— Me acompanhe, por favor. — Caminhou em direção a uma das salas.

Apressei-me em segui-la. Ela entrou em uma sala relativamente mediana, porém, muito menor do que a sala do meu chefe.

Sentou-se na mesa a minha frente. Não sei como ela conseguiu ficar confortável naquela roupa apertada, ela não tem aparência de uma mulher vulgar, mas transparece gostar de suas belas formas a mostra. Contudo, me parece muito profissional.

— Senhora aqui está o seu contrato, por favor leia e assine. — Me entregou alguns papéis.

Li os termos do contrato e assinei.

Após isso ela me explicou sobre a empresa, e informou que na minha função não será necessário uniforme, porém, não deveria aparecer com uma roupa vulgar, mas com algo formal caracterizando minha função. Sendo seu comentário especificado pelos dias em que eu estiver na corporação.

Só não entendi na hora que ela falou quando eu estivesse na empresa. Se todos os meus trabalhos não serão na empresa, então onde serão?

Ela informou que devo comparecer aqui amanhã às 8h, para a assistente pessoal do senhor Martilhe, me passar todas as instruções necessárias. No fim das explicações, ela pediu para me direcionarem até o setor do RH.

Finalmente a sorte está voltando na minha vida. — Refletir agradecida.

Passei no setor do RH e resolvi toda a burocracia. Na saída do prédio, Ângela acenou para mim do seu lugar de trabalho, para não ser mal-educada dei um aceno moderado.

Peguei o metrô e segui para a pensão, dando graças a Deus por naquele horário o transporte não estar cheio. Não vejo a hora de ter um carro, mas sei que isso vai demorar um pouco. Infelizmente!

Espero que gostem, até a próxima.😘😘

O Chefe da MegeraWhere stories live. Discover now