Capítulo 21

10.4K 1K 236
                                    

Recordo-me de uma frase que Philip sempre falava: "o amor surge nas situações mais inusitadas e indesejadas também, mas que pode perdurar durante anos dependendo das nossas atitudes"

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Recordo-me de uma frase que Philip sempre falava: "o amor surge nas situações mais inusitadas e indesejadas também, mas que pode perdurar durante anos dependendo das nossas atitudes". Então, será essa a minha oportunidade? Não, não Bela, pare de pensar besteira e olhe para si, o que você precisa agora é de um emprego que dê dinheiro, você precisa se reerguer com seus próprios esforços.

Parei de dançar e olhei para Ryan.

— Não, não, não posso fazer isso — pronunciei essas palavras desconexas, ainda contemplando o seu olhar confuso dirigido a minha pessoa. Não tive tempo de escutá-lo quando este tentou proferir alguma palavra, pois de repente saí do salão em direção a qualquer canto, com isso, terminei trombando em uma senhora que terminou derrubando um pouco do seu vinho em meu vestido, não dei muita atenção, pois voltei a andar rapidamente.

Quando finalmente pude respirar, resolvi ir ao banheiro já que era o lugar propício para ficar sozinha.

Andei apressadamente pelos corredores, mas nada de banheiro. Então, parei o garçom e perguntei a localidade. Quando finalmente achei, entrei às pressas, me batendo com alguém e como consequência caindo de bunda no chão.

Poxa, não podia ser em outra hora, estava demorando demais para ser verdade.

— Desculpe.. Bela? — soou surpresa.

Olhei para a pessoa, reconhecendo imediatamente aquele ser na minha frente, Dália.

— Você? — sussurrei quase inaudível.

— Deixe-me ajudá-la — ofereceu-se com sua voz falsa, como me recordo.

— Me poupe. — Levantei-me sem precisar da sua educação.

— Não sabia que tinha vindo para cá. Como está? Faz quantos anos mesmo? — Colocou a mão na cabeça como se quisesse relembrar.

— Estou ótima, cinco anos. — Esbanjei o meu melhor sorriso falso, batendo calmamente no meu vestido para tirar qualquer vestígio de sujeira.

— O tempo voa, parece que foi ontem que nos conhecemos. O Henry está hoje com quatro anos, deveríamos nos ver outro dia. Acho que seus filhos iriam amar. — Sorriu sugestivamente, como se quisesse afirmar que não possuo filhos.

Qual o significado dessa conversa toda? Ela não sabe o significado da palavra ódio? Não vou me estressar com essa santa falsificada, entrei no banheiro sem dar atenção para sua conversa. Porém, hoje é o meu dia de sorte, e ela continuou a falar enquanto estou na cabine.

Como nada na minha vida é normal, tenho que me encontrar logo com essa mulher. Dei a descarga e saí da cabine.

Me olhei no espelho, visualizando o meu belo visual. Tenho que admitir, as meninas capricharam.

— Então, como está a vida? — Pareceu interessada.

Dália é como aquelas mocinhas perfeitas dos livros de romance, doce, gentil, ingênua e recatada, totalmente o contrário do que fui um dia, suponho que foi por causa disso que Sebastian se apaixonou por ela, pois nunca fui como uma mocinha dos romances fofos.

— Ótima, até você chegar — falei a última parte da frase em um sussurro.

— O quê? — Pareceu confusa.

— Nada. — Dei um sorriso amarelo.

— Bela! Cadê você? — Zandara entrou no banheiro chamando atenção, com a menina nos braços com seu rostinho completamente molhado pelas lágrimas.

— Por que a trouxe aqui? — Peguei Tiana que está chorando.

— Ela não parava de fazer escândalo. — Parou de falar e olhou para a mulher ao meu lado, e depois me encarou novamente, pronto, acho que ela percebeu alguma coisa. — E o seu noivo mandou a trazer para você — comentou em um tom desafiador mirando Dália.

Noivo? Que noivo? Não acredito no que Zandara está inventando. Olhei incrédula para ela, não acredito que essa mulher que mal conheço está projetando uma mentira na minha cara. Não que seja um erro, mas mentir usando o meu nome é demais, se fosse outra pessoa é outro caso. Contudo, mantive um tom passivo, já que não vi sentindo nessa atitude descabida. Porém, olhando por outro lado, isso veio em boa hora — o que foi? Não me julguem, apenas estou entrando no jogo —, continuando, essa é a minha oportunidade de me mostrar superior à Dália, afinal, em todos os atributos sou a mais abençoada.

— Não entendi... — Entrei na rodada.

— Ele pediu para você voltar. — Indagou me cortando.

— Essa é sua bebê? Mais que coisa fofa. — Dália se aproximou de mim e apertou a bochecha da menina, quando percebeu que ficou de escanteio na conversa.

— Dália, ela está brincando com a sua... — Fui cortada novamente.

— Prazer em conhecê-la Dália. — Sorriu demonstrativa.

— Já nos conhecermos, esqueceu? — Zandara proferiu com um sorriso contrariado.

— É mesmo, tinha esquecido, aquela viagem a Escócia — comentou nostálgica.

Não acredito que são amigas. Olhei para Zandara e fiz sinal de saída.

— Dália que tal conhecer o noivo da minha cunhada? — Puxou a moça enquanto sigo às duas.

Não entendo o motivo da mentira de Zandara, porém ela tem muito o que me explicar, oh se tem. Ela só não sabe de uma coisa, tenho um namorado, pode ser de mentira, mas para o resto do pessoal existe, suponho.

— Bela como é seu noivo? — Dália disse, aparentando estar bastante animada e morta de curiosidade.

— Não vejo necessidade em você saber, já vai vê-lo mesmo. — Fiz questão em instigar a sua indagação.

— Não seja grossa Bela, ela quer saber a sua perspectiva em relação ao seu homem. — Zandara interferiu na conversa dando uma palmadinha nas minhas costas.

Não gosto mais dessa falsa cunhada, ela não me parece muito certa do juízo, e tenho certeza de que ela está aprontando uma para mim.

— Bom, ele é... preciso encontrar uma maneira certa para descrevê-lo, tem uns olhos verdes impressionantes, que fico tentada a decifrar qual o mistério que eles escondem, é alto mais ou menos 1,85 cm. Cabelo escuro, aparentando ser profundamente sedosos, que traz ar ao meu pulmão toda vez que imagino tocá-lo, e um porte forte, trazendo-me uma sensação protetora. Resumindo é... — Sorri imaginando cada detalhe daquele belo rosto.

— Obrigada por me dizer o quanto está apaixonada. — Dália riu aparentando se divertir com meu comentário.

O quê!!! Não estou apaixonada, só retratei a sua fisionomia.

— Nunca imaginei que essa seria a sua visão em relação a mim. — Uma voz casta soou próximo a nós, trazendo sensações estranhas ao meu corpo.

Não, não, não posso acreditar, isso só pode ser carma! Olhei para trás e encarei aquele que tira o meu sono, às vezes, quero ressaltar.

O Chefe da MegeraOnde histórias criam vida. Descubra agora