Capítulo 25

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Levou quase cinco minutos, mas ela tinha asas mais uma vez. Foi quase que irrefreável o impulso de se lançar no ar atrás de volantes e assustar Orfeu com a surpresa, mas ela precisava se lembrar de que não podia ser vista ainda com suas habilidades restabelecidas, não sabia se Eros poderia ver através dos olhos de Volantes. Vinha mantendo Orfeu alimentado com seu próprio sangue, portanto sabia que a mente dele era segura, mas os outros não. Reteve o impulso e voou na direção oposta, baixo para que não fosse vista, logo estava fora de alcance, subiu um pouco, verificou e quando estava certa de que não seria vista nem pelo barco, tão pouco por Orfeu subiu mais um pouco e se lançou na direção do reino da Morte, queria ver a distancia que faltava, podia caçar na volta.

Levou mais de duas horas de voo, mas conseguiu chegar onde queria. Contando que usava a máxima velocidade que suas asas atingiam e a ajuda das correntes de ar que conjurara, julgava que Orfeu estava certo, teriam ainda quase um mês de viagem pelo rio.

Podia adiantar isso aumentando o impulso do barco com ar, mas não ia usar esse recurso, sua magia voltava e para seu plano funcionar de maneira mais eficiente, precisava do máximo dela que pudesse. Já não seria fácil o que tinha que fazer com magia, muito menos quase que totalmente exaurida.

Teria que pagar o preço e esperar, se recuperar, dar tempo às suas habilidades e magia de voltarem para ela e se fortalecerem para serem úteis quando mais precisaria. Quando chegou na última montanha antes dos domínios de Eros se manteve escondida entre as arvores e atrás da montanha. De lá pode ter um vislumbre que confirmava sua visão. Lá estavam as bestas aladas circundando os picos das montanhas negras que ladeavam o rio. Bem por onde passariam em mais algum tempo de viagem.

Perfeito!

Ela estudou a geografia do local e voltou por onde viera, mas quando estava há alguns quilômetros do rio...

"Como você conseguiu isso?" – Orfeu perguntou em sua mente.

Ela olhou para baixo e o viu olhando surpreso para ela com uma presa já caçada para levar para o barco e a pé. Ela desceu e começou a retrair as asas para desaparecerem em suas costas de novo quando estava perto dele já.

— Descobri que era capaz disso de novo, logo que saiu com Volantes. – ela respondeu, vendo-o correr em torno dela para ver a transformação se concluir em suas costas.

— Isso dói? – ele perguntou quando as asas finalmente terminaram de desaparecer em suas costas, deixando rasgos enormes nas costas de seu corpete de couro que por poucos centímetros de couro e as alças não saiam totalmente de seu corpo.

— Mais do que me lembrava, mas acho que devido ao tempo que não uso essa habilidade.

— E como exatamente pretende explicar esse estrago nas suas roupas?

— Vou dizer que você me atacou. – ela ergeu as sobrancelha.

— Está falando sério? – ele não sabia se ria ou se preocupava.

Ela gargalhou.

— Sério! O que vai dizer? – ele indagou agora bem humorado, percebendo que ela estava brincando.

— Você me encontrou lutando contra um bando de predadores selvagens que me superavam em muito por seu número, então me ajudou com eles. Estes rasgos foram feitos por uma criatura que se aproximou por trás e que não pude combater por estar ocupada com a frente e laterais.

— Acha que vão acreditar? – ele perguntou cético.

— Pouco me importa, só precisam de uma explicação, se vão acreditar ou não tanto faz. Isso explica tanto os rasgos nas costas da roupa quanto o tempo que fiquei fora. Se tivermos sorte, seu pai vai achar que minha magia diminuiu absurdamente, porque não estou usando o ar para aumentar nossa velocidade e ainda fui superada por criaturas selvagens e precisei de sua ajuda. Isso pode ser bastante útil.

Batalha da AliançaWhere stories live. Discover now