Capítulo 56

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— Onde está Darwil? – Melok perguntou a Ayron, mas foi Aryen quem respondeu.

— Nos aposentos de Callidora.

— O quê? – Ayron e Melok arregalaram os olhos.

— Exatamente o que ouviram. Callidora é a vampira mais centrada, calma e, arrisco dizer decente, deste hospício, portanto era muito evidente que ela seria aquela que chamaria a atenção de Darwil. – respondeu Aryen como se fosse algo tão óbvio que não entendia como os dois não se deram conta disso antes.

— E você? Vai dizer que está apaixonado por alguém também? – Melok se virou para Ayron que gargalhou, mas respondeu.

— Bem, sou um homem muito bondoso, portanto teria de me casar com umas oito garotas para poder ser justo.

Aryen gargalhou.

— Está brincando, certo? – Melok se surpreendeu.

Ayron e Aryen gargalharam.

— Não estou entendendo vocês dois.

— Meu querido priminho dragão, acha mesmo que dormindo a cada dia com uma garota diferente ou mais de uma, eu teria tido a chance de me apaixonar? – Ayron ergueu uma sobrancelha – Gosto muito da vida aqui, mas não tenho pretensão de ficar, nem poderia claro, mas não encontrei minha rainha ainda. Não se preocupe que também não estou iludindo ninguém. Elas querem me provar e eu, sendo muito bondoso, as atendo, apenas isso.

— Esse é o desmiolado do meu irmão. – Aryen meneou a cabeça rindo dele e do rosto em choque de Melok.

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Nos dias que se seguiram Melok deu início e prosseguimento ao treinamento de Kimera, exigindo dela tanto quanto exigiu de Aryen e de seus aprendizes em seu mundo.

Provocava-a, ridicularizava-a e mantinha um nível alto de exigência e seriedade no treinamento das habilidades mágicas e transmórficas que ela adquirira dele, mas os resultados eram surpreendentes.

Kimera descobriu que assim como Orfeu odiava as habilidades transmórficas. A dor era excruciante! Não conseguia entender como Aryen e Melok se transformavam com tamanha rapidez e facilidade sem demonstrar dor alguma, nem sequer um pequeno tremular de veias. Ao que ele lhe explicou que se devia ao hábito e prolongado uso dos dons, lhe dizendo que quanto mais usasse as transformações mais se acostumaria com elas e menos sentiria a dor.

Durante o treinamento com Melok pode notar porque o cheiro dele sugeria tanto poder, força entre outras qualidades que lhe chamaram a atenção deixando-a curiosa a ponto de proibir que suas irmãs e amigas se aproximassem. Ele realmente era tudo que o cheiro sugeria.

Ela adorava o fato de não ser tratada como uma garota indefesa, ele a desafiava sempre mais, dizendo que sabia que ela era capaz, dizendo que sua força era evidente, portanto deveria ser trabalhada de acordo.

A conversa com Orfeu também martelava em sua mente. Orfeu lhe dissera que sabia que ela amava Melok, assim como sabia pela mente de Ary que o fato de Melok estar com ela sem sequer olhar para qualquer outra garota, deixava claro que ele a amava também, talvez mais do que ele mesmo tivesse notado.

Kimera se revestiu por tanto tempo por trás da mulher forte, fria e sarcástica que agora não sabia como admitir o que sentia, nem para si, muito menos para Melok. E ele como um guerreiro poderoso e forte como se mostrava dificilmente seria romântico ao ponto de lhe dizer com todas as letras que a amava. Então como isso se resolveria? Logo ele partiria com os outros de volta a seu mundo, e aí? O que aconteceria?

Batalha da AliançaWhere stories live. Discover now