Capítulo 46

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O dia previsto para o ataque estava horroroso! Pensou Melok.

Logo pela manhã uma nova nevasca em Platínium soterrara metade dos veículos blindados ainda ativos para o combate e diminuíra a altura dos muros de proteção dos vilarejos de maneira ridícula.

Parecia uma piada de mau gosto dos deuses que tantas coisas importantes pudessem dar errado de uma só vez. A única opção de vantagem que restara eram as naves que estavam posicionadas no espaço, portanto fora do desastre que se tornara o planeta. Todos os controles remotos também, Darwil posicionara em uma nave com tripulação e fora da zona de risco, para que pudesse comandar o ataque estelar.

Tirando isso, tudo que aconteceria em terra seria decidido no embate físico. Tentaram organizar as forças em todos os lugares da forma mais homogênea possível e entre os melhores treinados pelo menos um estaria em cada localidade.

Mas não tinha jeito de estarem tão separados quando sabiam do número absurdo de inimigos que se concentrariam na queda das naves, portanto dos dois locais que de acordo com as visões eram próximos teriam que contar com Astaroth, Darwil, Melok, Yan e Mala.

Por alguma misericórdia divina a rainha Allie informara que a ideia de Darwil de jogar naves contra os inimigos funcionaria perfeitamente, poupando a preocupação com incursão para colocar explosivos. Segundo ela, se jogassem duas naves em cada uma do inimigo seria suficiente para matar um bom número de devoradores à bordo, bem como garantiria a queda de ambas.

Questionaram sobre atacar o inimigo antes de efetivamente chegar muito próximo da órbita do planeta e ela simulou a decisão informando que as naves menores de ataque seriam liberadas, transformando o planeta inteiro em um campo de batalha, sem a chance de concentrarem a batalha em poucos lugares.

Obviamente isso estava fora de cogitação, pois diminuiria drasticamente qualquer mínima chance que ainda lhes restava de vencer o inimigo. Portanto teriam que esperar as naves se aproximarem o suficiente para atacar o planeta, assim jogariam as naves de uma direção que empurrasse as naves inimigas para a órbita planetária e a gravidade se encarregaria de impossibilitar o lançamento de capsulas de fuga ou naves menores de ataque.

Então pelo menos conseguiriam derrubá-los, mas o problema era a difícil escolha, correr o risco de enfrentar seus canhões no espaço poupando uma nave e derrubando apenas uma, ou derrubar as duas logo e tentar a sorte em terra?

Levando-se em conta que a nave que fosse poupada poderia se dirigir para um terceiro planeta ou atirar diretamente neles em terra, ou ainda liberar as naves menores e também transformar o planeta todo em um campo de batalha. A segunda opção, apesar de suicida ainda era melhor que a primeira. Portanto decidiram-se por ela.

Todos os combatentes, sem exceção, usavam comunicadores de pulso com fones sem fio enfiados em uma orelha para que pudesse se comunicar, tanto em Platinium, quanto com as forças em outros planetas. Até Aster aceitou um comunicador. Estavam equipados com os trajes criados por Melok, com os escudos individuais de Ayron e com as espadas criadas em Endor.

Em Platinium, pelo menos, era tudo que tinham devido a tudo que o clima destruiu. Portanto as chances eram ridículas.

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— Cara! Eu não sabia que isso podia parecer ainda pior ao vivo. – disse Melok ao grupo assim que avistaram as duas naves chegando juntas.

Lá estavam elas, gigantescas se aproximando do planeta Platinium, há minutos de entrarem em posição para o primeiro ataque, portanto para poderem ser derrubadas.

Nas imagens assistidas de Allie elas eram medonhas, mas pessoalmente era infinitamente pior. Cada uma media quilômetros de diâmetro, nem era possível precisar quantos.

Batalha da AliançaWhere stories live. Discover now