Provocando Amor - Série Endzone - Livro 4

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Peter

Ter amigos e uma irmã na faculdade traz diversos benefícios, como ficar sabendo quais cursos definitivamente não quero fazer. Quando a Heaven começa a falar do curso dela, eu tento me interessar, mas nanotecnologia não é mesmo minha área. Eu nunca pensei que conseguiria entrar na faculdade, mas com duas semanas de trabalho na empresa do Maurice ouvi que haviam instituições interessadas em mim, e já até fiz a minha escolha dentre estas.

É incrível como a gente para de andar sem ter ideia de quão perto estamos do sucesso. A Noelle é a razão pela qual voltei a andar nessa estrada, para fazer companhia a ela, mas é em situações inusitadas que as melhores coisas acontecem.

— Garoto, você é muito bom nisso. Muito bom mesmo. — o Maurice elogia ao me ver terminando mais um carro, o sexto do dia.

— O desespero me levou a entender disso mais rápido que o normal. — digo, limpando minhas mãos.

— A Noelle contou o que aconteceu com você. Conheço advogados muito bons, caso você precise.

— Agradeço muito, mas já tenho uma advogada. Julia Rutherford, da Georgia.

Ele assobia.

— Rutherford? Como você conseguiu? A garota vive ocupada e nunca pode atender um caso novo.

— Algo a ver com o casamento dela, ela tirou um tempo para resolver este assunto e pôde me encaixar no meio disso. O pai dela me ajudou também.

— O pai dela? Como você conheceu ele?

— Na prisão. Terry Rutherford, um cara muito bacana.

— Bacana? Você não conhece ele, é claro, estava na Alemanha quando ele, dentre outras coisas, atropelou um monte de pessoas, sob alegação de estar atrasado para buscar a filha na escola. Era um domingo. De qualquer forma, a Julia não seguiu o exemplo dele, e virou advogada de defesa para ajudar uma das vítimas. É uma das melhores do país.

Pego uma peça para limpar, pensando na história, e ele se afasta para olhar algo que outro mecânico quer. Fico encarando o carro pronto, admirado pela beleza antiga, e mãos tampam meus olhos.

— Rothaarige, se você quer me fazer adivinhar quem é, é melhor não passar seu perfume.

Ela me abraça e eu passo um braço ao redor dela.

— É o xampu, não perfume. Eu estava brincando com a Amigão e ela me derrubou na piscina sem querer, depois viu que era uma piscina e entrou. Foi uma luta fazê-la sair e uma guerra colocá-la no banho. O que você está fazendo aí? Cadê o meu pai?

— Estou trocando todas as peças deste carro, o segundo dono achou que seria legal fazer um carro de sessenta anos um carro de corrida, trocando só o motor. Nunca vi uma suspensão tão destruída. Seu pai está conversando com o outro mecânico ali. — aponto.

— Hm, acho que ele vai para o restaurante daqui a pouco e a minha mãe vem pra cá. Ela vai trazer algum lanche.

Nestas duas semanas de trabalho, aprendi a dinâmica da família Bertrand. Ninguém sabe fazer uma coisa só, e todos estão trabalhando em tudo. A Jeanne é a melhor mecânica que conheci, e o Maurice cozinha muito bem. E a Noelle faz as duas coisas e ainda presta serviços a um canil.

— Bom. Me passa a chave Torx, por favor.

Sem olhar, ela pega o que eu pedi.

— Peter, meu pai falou que algumas instituições demonstraram interesse em você. Eu queria saber se... se você vai para alguma destas? Ou se não quer. Eu vou entender se não quiser, apesar de ficar chateada com a distância, é algo com que não podemos lutar, né? Mas tudo vai dar... — calo ela com a minha boca, evitando encostar as mãos.