22

7.1K 896 128
                                    

Noelle

Depois do jantar, que acaba cedo, a minha mãe leva a Gwen para a cozinha para ensina-la a ler um livro de receitas, pra fazer as coisas que gosta quando crescer. Eu fico com o Peter na sala, de onde ele pode ver a filha, e conversamos sobre a situação da Lindsay. Demonstro minha frustração por não ficar sabendo e ele me consola.

— Tenho certeza que poderá conhecer o Nashville em breve.

O meu olhar é de puro choque.

— Como você sabe o nome do filho dela?

Ele fica sem palavras, e balança a cabeça.

— O meu chefe vai me matar, mas não gosto de mentir para você. Ela conheceu um agente que eu conheço e trabalho para às vezes, meu chefe, nas últimas semanas. Ele me contou como ela estava, como estava a gravidez e do que ela precisou. Por favor, não diga isso para ninguém.

— Como é, Peter? Você sabe dela há semanas e não me disse nada?

— Ei, eu não disse isso. Ele me avisou só ontem, já que o bebê havia nascido. O cara é o maior idiota e estava babando como um cachorro. Se eu soubesse que era só fazer isso para amolecer o coração de pedra dele, teria contado da Gwen há anos! — diz irritado.

Compartilho da irritação dele, mas por outra razão.

— Eu só quero a minha amiga de volta. Com um bebê, ela ficará na casa dos pais para sempre.

— Gata, ela não voltaria nem se fosse oferecido um milhão de dólares. O que o Victor fez com ela foi muito grave. O meu chefe me contou como foi e não posso julgar o ato dela. Olha, eu já errei, já perdi a cabeça algumas vezes, e às vezes isso refletia em outras pessoas, como quando fui bater na parede para extravasar a raiva, mas a Brittainy entrou na minha frente. Ela estava sempre do meu lado e acabava sendo atingida por mim às vezes, já que não tenho equilíbrio perfeito. Ela sabe disso, e mesmo assim não me perdoou totalmente. O Victor fez por querer. Por que ela perdoaria ele?

Muito irritada, resmungo um monte de xingamentos em francês. Se o Victor não fosse um idiota, a Lindsay estaria mais perto que quase no Canadá! Minha mãe chega com um copo de água e o meu remédio, que engulo com sabor de ódio.

— Eu não entendo a motivação de alguém que trai o parceiro. Se quer ficar com outra pessoa, avisa antes caramba!

— Você fez alguma coisa, Peter? — a minha mãe pergunta.

— Não, foi um conhecido dela.

— Conhecido nada! Um desconhecido, essa palhaçada que ele fez me fez perceber que não conheço ele coisa nenhuma. Imbécile.

O Peter esfrega minha perna, e a minha mãe sai da cozinha resmungando em francês que a juventude atual é mais maluca que a da época dela. Claro que somos mais malucos, as coisas que têm surgido por aí são prova disso. Jogos que destroem vidas e vídeos e fotos íntimas que são compartilhados sem consentimento são grandes exemplos.

— Que tal vermos um filme para você esquecer disso, hm?

— Esquecer? — rio — Eu nunca vou esquecer isso. Se eu bater a cabeça agora, posso esquecer até o meu nome, mas não isso.

— Ok, reformulando: para você pensar em outra coisa por enquanto. Essa pobre almofada não merece toda a destruição que você está causando. — aponta a espuma na minha mão.

Provocando Amor - Série Endzone - Livro 4Where stories live. Discover now