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Peter

Semana após semana, o nível de coisas para fazer só aumentava. Consegui que a Noelle pudesse conversar com a amiga no telefone por um tempo curto, mas o suficiente para eu ganhar um beijo cheio de paixão e felicidade. Consegui passar mais tempo com a minha garota e com a minha filha, além de passear com a Amigão toda tarde, quando ela estava mais tranquila e não me puxava na direção do parque. Consegui enviar tudo que precisava para a faculdade antes da Ação de Graças. Conversando com o Marcus, consegui um emprego em Boston, que pagava bem.

Tudo estava certo, até o dia do aniversário da Gwen. Como de costume, comprei um bolo e algumas guloseimas para ela ter uma festinha na escola, com os amigos dela e voltei pra casa. Estava resmungando por precisar tirar umas plantinhas da Amigão, que continuava se aventurando em outros quintais, quando ligaram da escola da Gwen.

— Como assim chorando, Natasha?

— Alguns alunos mais velhos viram a comoção pelo aniversário dela, e descobriram que era sua filha. Fizeram comentários bem feios sobre como em breve ela nunca mais veria o senhor, como ela ficaria sem o pai e a mãe, por supostamente você ir para a prisão novamente, e vandalizaram a festinha. É de partir o coração, senhor, mas ela chora mais pelo bolo, que foi completamente destruído. Diz que só queria um pedacinho.

— Certo. Os pais destes alunos também foram chamados?

— Não, senhor. Os professores avaliaram que não houve necessidade.

Não houve necessidade! Engraçado que, quando as vítimas são filhos de pessoas mais influentes, até um pisão no pé é motivo para chamar os responsáveis do desavisado sobre o tênis sagrado. Desligo, frustrado por ter que manter a Gwen nesse lugar por mais três semanas. Depois disso, iremos para Boston, onde espero que as pessoas parem de tratar as crianças pelo nível financeiro dos pais. É a sexta escola que a Gwen estuda em três anos, e é sempre a mesma coisa.

Pego as chaves do carro, e abro a porta de casa no exato momento em que a Noelle bateria à porta, e quase ganho um soco no ombro.

— Ei gata. O que foi?

— Estava pensando de irmos ao cinema. Você está saindo?

Explico por alto para onde vou e vejo o humor dela mudar.

— Que tipo de escola é este? — resmunga — Nem na Lincoln que era uma baderna diária eles toleravam isso.

— O tipo de onde vou tirar minha filha agora. Quer vir comigo?

O laranja do cabelo dela desce para alimentar o fogo raivoso do olhar quando assente. Há algo que ela não me fala no caminho, e eu não pergunto também, mas descubro o que é assim que pisamos lá.

— Senhorita Bertrand, que honra é vê-la aqui! Seu pai contribuiu muito para a reforma da nossa escola. O pátio está pronto para receber as crianças agora e... — a fala da funcionária morre quando me vê ali. — Como posso ajudar, senhor? Deveria ter ligado antes, temos uma visita importante hoje. — aponta a Noelle, como se ela fosse uma das pessoas mais importantes do mundo para ela também, e não só uma fonte de dinheiro.

Resmungo xingamentos em alemão.

— Na verdade, eu não vim visitar. Vim buscar a minha filha, Gwen Patrowski, cujo ele é o pai. Você deve saber quem é, a criança que pode ser o alvo, já que o pai não pode pagar pela proteção dos professores? — a Noelle se coloca à minha frente, tampando parte de mim para a mulher.

Provocando Amor - Série Endzone - Livro 4Where stories live. Discover now