Em um mundo destruído, subjugado por seres místicos, em sua maioria malignos, humanos e seres mais indefesos são obrigados a unir-se para tentar a sobrevivência entre os selvagens. Thorn, líder de um dos grupo de sobreviventes, encontra por seu cami...
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Thorne bate a porta com força ao sair, Aoras me encara de olhos arregalados.
— Hey, calma aí! — Digo segurando a Algodão-doce que tenta correr na direção do Thorn.
— Parece que ele não estava preparado pra isso, hein — Logariel diz nos olhando preocupada.
— Ele ficará bem — Moe responde sorrindo. — Vou conversar com ele — avisa e sai em seguida.
— Bom, que seja. Então, como você se chama? — Logariel pergunta se abaixando até a Algodão-doce.
A garotinha me olha assustada e segura com força minha mão.
— Me diz o seu nome, não vou te fazer mal. — A mulher insiste. Algodão a encara e sussurra:
— Algodão-doce.
Logariel sorri.
— Algodão-doce? Tenho certeza que não foi esse nome que te deram no centro, não é? Mas quem se importa, você pode ter o nome que quiser — ela levanta olhando as outras pessoas de cabelos coloridos. — Venham conhecer a Algodão-doce — chama. Os quatro se aproximam lentamente enquanto a Algodão continua retraída.
— Meu nome é Euran! Você tem o cabelo igual o meu! — O garoto de cabelos rosas que fala primeiro, ele toca no cabelo da Algodão que o olha surpresa. Ele sorri todo entusiasmado. — Vem conhecer eles, Algodão-doce. Isso não é o nome de um doce, Ariel? — Ele olha para a Logariel que assente.
— Muito bem, você estudou direitinho os livros que dei, não é? — Ela elogia sorrindo e o garoto assente orgulhoso.
— Eu posso te mostrar nossos livros, Algodão-doce, alguns tem várias figuras.
— Esses são os mais legais — Tita, a negra dos olhos extremamente dourados, diz. Seus olhos chegam a serem assustadores pois nem a pupila aparece em meio ao dourado.
— Vai conversar com eles, Algodão — Aoras fala se abaixando até ela. — Conta pra eles sobre nossa viagem, fala as coisas que você mais gosta — incentiva. Me abaixo também e Algodão me olha.
— Pode ir, nós estamos bem aqui — aponto para as cadeiras onde Logariel já ocupa uma.
— Pode? Vai me deixar?
— Não, não vamos te deixar. Você vai conhece-los e nós vamos conversar com ela — Aoras explica toda paciente, Algodão-doce por fim aceita e se vira para o garoto Euran.
Ele estende a mão pra ela que aceita e os cinco correm até os vários livros numa estante.
Sentamos na frente da Logariel.
— De onde eles vieram? — Pergunto. — São mesmo robôs?
Ela sorri me encarando.
— Eles não são robôs, esse é um conceito errado. Essas pessoas são humanas, com algumas diferenças apenas. — Franzo a testa.
— Quais?
— Eles são fortes reprodutores e não reprodutores, como se fosse a mesma divisão com o gado. Uns são selecionados para reproduzir e outros viram alimentos. É basicamente a mesma coisa.
— Isso é bizarro! — Aoras fala por mim. — Como exatamente é feito? Achei que eles fossem tipo uma mistura de humano e máquina.
— Ah, isso é o que o criador diz — Logariel da um sorriso triste.
— O que quer dizer? — Questiono.
— Quero dizer que esse é o marketing do homem que faz essas coisas, porque do contrário ninguém compraria. Ele diz que eles são apenas objetos sexuais ou para reprodução, mas a verdade é que são seres humanos também.
— Mas... Como assim? Eles obedecem os donos! — Aoras fala.
— Claro, a ciência está nisso. Assim como nas cores de cabelos, pelos, olhos, e formato do corpo. Entre tantas outras coisas. O cientista responsável por isso que faz. É como se ele criasse um ser humano, mas do jeito que o comprador quiser.
— Isso é horrível — sussurro, ela assente.
— É desumano, ele altera o DNA, gene e tudo o mais que for preciso. — Logariel diz com raiva. — Mas aconteceu algo de errado com a criação dele, esses, assim como a amiga de vocês, são diferentes. Eles são como crianças em corpos adultos. Penso comigo que talvez nem tudo tenha saído como o programado no processo de criação e eles ficaram independentes — aponta sorrindo. — Porém, apesar de no começo não saberem de nada, a inteligência é enorme e aprendem rapidinho.
— Então ela nada mais é do que uma pessoa? — Pergunto, a Logariel me olha.
— Bom, sim. — Da de ombros.
— Precisamos voltar pra casa — levanto. — Algodão-doce venha — chamo a fazendo me olhar e se levantar. — Obrigada pela ajuda, Logariel, e pelas informações, mas precisamos encontrar nossos amigos.
Seguro na mão da Algodão-doce e da Aoras e avanço de volta pra casa.
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— Thorne! Cadê você? — Grito entrando em casa, vou direto para o quarto dele e bato na porta. — Estou entrando! — A abro e me deparo com a Maureen deitada na cama apenas com uma blusa no seu corpo. Franzo a testa e balanço a cabeça. — Onde ele está?
Não espero ela responder, pois ouço o barulho da porta do banheiro abrindo, Thorne sai enrolado na toalha.
— O que foi? — Pergunta encarando a Aoras que o olha fixamente de um jeito enojado. — O que ela está fazendo aqui? — Aponta para a Algodão-doce que tenta toca-lo, mas ele a empurra.
— Bjorn? — Ela sussurra o encarando, a trago até mim e a abraço a deixando na frente do meu corpo.
— Preciso te contar o que a Logariel nos contou... — Ele nos empurra para entrar no quarto, nessa hora a Moe já se levantou.
— O que caralhos você ta fazendo aqui...? — Thorne é calado quando Moe pula no pescoço dele o beijando. Arregalo os olhos espantada pela pouca educação dela e encaro a Aoras que me olha entediada.
— Bjorn? — Só então me lembro da Algodão, ela está encarando fixamente a cena do Thorne e da Maureen juntos. Seus olhos ficam cinzas e marejados.
Thorn afasta a Moe e encara a Algodão-doce, mas ela escapa por meus braços e corre pra fora de casa.
— Merda! — Ele pragueja vestindo uma calça rapidamente e correndo atrás da Algodão. — Vamos! Ela não pode sair por aí sozinha!
Aoras me encara tão confusa quanto eu, mas vamos atrás em busca da Algodão.