Projeto Ankh - Nova Era [1°história].

t r i n t a e s e t e .

Sinto a satisfação me encher ao segurar o maldito Sebalos, ele me olha apavorado.

Mas a sensação boa passa instantaneamente quando escuto a Algodão-doce:

— Bjorn! — Ela grita desesperada e em seguida consigo ouvir o barulho de algo rasgando a pele e adentrando o corpo.

Olho para trás e a criaturinha está na minha frente, a Moe na porta com um arco nas mãos nos encarando, Raven, na forma de lobo, ataca a Moe. Algodão-doce cai de joelhos no chão e eu solto o Sebalos correndo até ela. Tem uma flecha no meio do seu peito, sangue mancha toda sua roupa e seus olhinhos estão brancos.

— Algodão... — Sussurro a segurando em meus braços. Ela toca meu rosto.

— Bjorn... — sussurra rouca — senti sua falta — sorrio sentindo as lágrimas no meu rosto.

— Vai ficar tudo bem, meu amor, vai sim. — Acaricio seu rosto tentando conter o sangramento, mas falhando. — Logariel! Aoras! Me ajudem! — Grito em desespero. — Me ajudem! — As lágrimas começam a cair quando os olhinhos da Algodão-doce ficam com a cor mais fraca, mas mesmo assim ela sorri.

— Não fica triste, Bjorn — sussurra por último e fecha os olhos.

— Não, não, não! Algodão! — Uma mulher para ao meu lado colocando alguns panos ao redor da flecha.

— Vamos, traga ela! — Fala segurando no pulso da Algodão. — Ela ainda está viva, rápido!

Caminho com rapidez até uma cama e deposito a Algodão-doce, a mulher junto com um homem começam a cuidar da minha criaturinha. Aoras me puxa pra fora.

— Deixe eles trabalharem, Thorn — sussurra, Logariel me olha abrindo a porta.

— Vou ajudá-los, cuidem do Euran e da Tita. — Avisa sumindo assim que a porta se fecha atrás dela.

— Vem, vista isso — Aoras coloca um casaco sobre meu corpo até então nu. Ela me guia até um quarto que demoro pra perceber ser o que eu dormi. Raven chega com alguns panos dobrados nas mãos.

— Ei, vai dar tudo certo. Ela é forte. — Fala sorrindo parando na minha frente. — Tome um banho, não quer que a Algodão te veja assim quando acordar, certo? — Balanço a cabeça negativamente e ela sorri de novo. — Então vem — me puxa e me deixa no banheiro saindo em seguida.

Faço tudo no automático, não consigo parar de lembrar da Algodão-doce morrendo em meus braços, quando seus olhos perderam a cor e elas os fechou, eu imaginei que seria pra sempre. Algo em mim se apagou quando isso aconteceu.

Visto a roupa e saio do banheiro sentando na cama e ali ficando por não sei quanto tempo, quando volto a mim novamente, já está tudo escuro.

Saio do quarto desesperado e esbarro contra a Raven.