Projeto Ankh - Nova Era [1°história].

t r i n t a e d o i s .

Abro os olhos sentindo minha cabeça latejando, está tudo escuro. Vou levantando lentamente.

— Calma — ouço a Moe e sinto ela segurando em meu braço, a empurro com força.

— Que merda é essa? — Pergunto desnorteado olhando para o lugar onde estamos. Paredes de pedras e uma grade na frente.

— Estamos no calabouço do castelo. Presos — ela responde.

— E o que está fazendo aqui?

— Eu não contei as coisas porque quis, Thorne. Eles me obrigaram. Através da Raven e da Aoras fiquei sabendo que a garota era do rei, então quando Norton me achou, me convenceu a conta-lo, depois me arrastou pra cá. Ele fez isso pra ganhar a confiança do rei, Norton quer ficar no trono e planeja mata-lo.

Balanço a cabeça.

— Maldito! — Bato contra a grade.

— Alguém está agitado... — Ouço a maldita voz do Norton, ele aparece do outro lado sorrindo, da sua boca escorre sangue.

— Deveria ter te matado quando tive a chance — rosno.

— Deveria mesmo, porque quem vai te matar agora sou eu — limpa a boca com o dedo. — Vou guardar a dos cabelos coloridos pra ser meu jantar — chupa o dedo e me encara. — Nos dois sentidos — sorri.

— Seu merda, por que não me solta pra gente resolver isso de uma vez? É covarde demais pra isso? — Bato contra a grade novamente, Norton ri balançando a cabeça.

— Não sou mais movido a emoções como era antes, Thorne, não caio nessa.

Sorrio.

— Pode mudar de espécie, mas a covardia vai estar sempre com você — ele trava a mandíbula e meu sorriso aumenta.

— Verme — sussurra se afastando e indo embora.

— Não o provoque dessa maneira, Thorne, estamos em desvantagem — Moe fala me encarando.

— O que você tem a ver com isso, Maureen? Não é da sua conta. — Ela engole a seco abaixando a cabeça.

— Desculpa... — Sussurra.

Me jogo sentado no chão e bufo alto sem poder fazer nada pra escapar dessa merda.

Não sei por quanto tempo permanecemos ali, mas digo que são dias. Eles nos alimentam duas vezes por dia, tivemos ao total dez refeições, ou seja, cinco dias presos. Às vezes Norton aparece tentando me provocar, mas sem sucesso, então vai embora.

Logo após recebermos a primeira refeição do dia, o guarda sai e em seguida escutamos gritos vindo da superfície. Ouvimos coisas sendo jogadas contra o chão e a parede e mais pessoas gritando.

Levanto-me assustado agarrando na grade.

— Que merda é essa? — Pergunto pra mim mesmo.

Então ouço o uivo.