Capítulo 1 - Amargo & Doce

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Eram provavelmente duas e quinze da manhã. Era provavelmente o vigésimo cigarro entre os lábios dela. E ela perdeu a conta nas doses de vodka. Nada disso a fazia se sentir mais sonolenta.

Ela respirou fundo e pegou um livro para ler. Não, sua mente estava pensando rápido demais para isso. Ela tentou se distrair nas suas redes sociais em seu telefone, mas seu cérebro não estava colaborando com isso também. Ela suspirou de novo e voltou a observar a cidade da varanda do seu quarto, os carros nas ruas carregando todos os tipos diferentes de pessoas, de histórias, de experiências, de vida.

Mas a ansiedade continuou crescendo em seu peito.

Ela poderia ligar para Priscilla ou Keila, mas ela já as tinha irritado muito ultimamente.

Ela pensou por um momento que isso estava começando a virar um mecanismo de enfrentamento meio 'não saudável', mas toda a merda que ela tinha feito durante toda a noite também era. Então, ela apenas pegou o telefone e começou a digitar o número enquanto saía de casa - uma das garotas que podiam ficar com ela duas vezes.

"Marceline?" Disse uma voz doce e sonolenta do outro lado.

"A primeira e única", disse ela, provocação na voz, já na expectativa do que estava prestes a acontecer. "Tire essa sua bunda sexy da cama e venha me encontrar no clube. Vai estar aberto ... Só para eu e você."

"São quase três da manhã" a outra garota (como é o nome dela, aliás? Katia ... Kelly ... Kitty. O nome dela é Kitty) disse suavemente do outro lado, claramente tentando bancar a difícil com ela.

"Eu vou fazer valer a pena, querida. Agora se arrume e venha encontrar sua rainha, sim?"

"Tudo bem", respondeu Kitty, rindo "te vejo em quinze minutos".

"Vestindo lingerie bonita, por favor" Marceline murmurou entre a risada, desligando.

Ela não podia calar as vozes em sua cabeça, mas com certeza podia fazer uma garota gemer mais alto que elas.

*·······*

A festa estava acontecendo por muito tempo agora para o seu gosto. A música era muito alta e os adolescentes estavam muito bêbados e ela não estava exatamente confortável com nada disso, mas era uma festa de um de seus melhores amigos, afinal. Ela não podia simplesmente ir embora.

Ela estava sentada em um sofá conversando com Lucia sobre uma garota aleatória em sua aula de matemática quando Jake apareceu, jogando-se no sofá entre elas.

"O que vocês estão fazendo aqui enquanto todo mundo está se divertindo lá fora na piscina?" ele disse para as duas, mas sorrindo mais para Lucia (claro).

"Você sabe que eu realmente não gosto de estar perto de gente bêbada perto da piscina. Eles meio que podem me afogar" ela disse, dando de ombros gentilmente e colocando um pouco de cabelo rosa atrás da orelha.

"Você basicamente não gosta de estar perto de pessoas, Zanne" Lucy disse, revirando os olhos de brincadeira, mas mesmo assim isso lhe causou algo que parecia um soco no estômago.

"Deixe Bonnibel em paz, sua coisa chata" Jake disse batendo o joelho no dela, fazendo-a rir. "Ela está certa, afinal, as pessoas podem ser muito irritantes".

"Muito obrigado pela consideração" Bonnie disse, sua vez de revirar os olhos agora, fazendo todos rirem.

"É MELHOR VOCÊS VIREM LOGO JOGAR 'DUAS VERDADES, UMA MENTIRA' AO REDOR DA PISCINA" Finn gritou, aparecendo de repente na porta do quintal, claramente muito bêbado.

"Quanto ele bebeu?" Bonnie disse, olhando meio assustada para ele.

"O suficiente" Jake disse, claramente não tão preocupado com seu irmão quanto deveria estar. "Vamos, senhoritas, a festa está chamando!"

Bonnie quase começou a reclamar, mas em vez disso ela se levantou e foi atrás deles. Uma vez lá fora, ela foi cercada por líderes de torcida e jogadores de futebol, todos os 'garotos legais' e também alguns dos menos afortunados ao seu redor, desejando um pouco de sua atenção. Ela tinha tudo: os amigos certos, o rosto bonito certo, o ponto certo no topo pirâmide das líderes de torcida - tanto que ela nem precisava ter um namorado jogador de futebol para estar embaixo dos holofotes. O que não detinha cada um deles de tentar estar lá com ela.

Era incrível como todas aquelas pessoas podiam conhecê-la e mesmo assim ninguém realmente a conhecia.

Como a música era tão alta e mesmo assim ela se sentia tão afogada em silêncio.

Como ela estava cercada de pessoas e se sentia tão sozinha.

Agridoce - Bubbline AUOnde as histórias ganham vida. Descobre agora