CAPÍTULO 7

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Ian ficou completamente maluco. Ele liberou o povo para ir legalmente matar pessoas do outro lado. Não estava nem aí se iria começar uma guerra. Todos passaram a idolatrar Ian a partir daí e ele ganhou o respeito de muitos.

Rebecca e seu exército não estavam esperando o que estava por vir. Quando viram, já era tarde demais e o povo de Ian já estava tentando quebrar a porta gigantesca que dava acesso ao local que o clã do Sul habitava.

Mas o povo do Sul era forte e bem preparado, é claro que eles iriam conseguir se proteger. Bom, era nisso que Rebecca contava e era isso que ela esperava dos soldados em quem ela investiu tanto.

Ela só esqueceu de uma coisa: Seu filho.

O exército ficou esperando na porta até que todo o povo do Norte invadiu o local. Eles tinham algumas armas cedidas por Ian e entraram sem se preocupar em como lutar – já que eles não sabiam –, houveram muitas mortes naquele dia, mas só uma morte de uma pessoa importante.

Joel Walker, filho de Rebecca Walker e seu único herdeiro.

Rebecca lembrou de seu filho no meio da batalha, correu até o local onde ele estava, mas já era tarde demais. O pequeno bebê estava todo ensanguentado dentro do berço, provavelmente morreu sem dor, mas isso não aliviava a que Rebecca estava sentindo naquele momento. Ela não aguentou nem ao menos ficar em pé, caiu de joelhos no chão e começou a berrar de choro. Sozinha, desamparada, sem ninguém para abraça-la ou confortá-la.

Até que um pequeno garotinho, Luke, saiu de dentro do cômodo ao lado de onde Rebecca estava, viu a sua protetora no chão e sentou ao lado dela. Ele fez o mesmo que a líder fez quando o viu desolado quando seus pais morreram.

-- Não se preocupe, eu vou garantir que você não passe por isso de novo. – ele disse, enquanto a abraçava

A mulher sentiu um amor tão grande por aquele menino. O abraçou tão forte. Que, naquele momento, ele era o seu filho. Foi assim que Rebecca decidiu adotar Luke.

A guerra prosseguiu lá fora, mas os dois ficaram seguros do lado de dentro, protegendo um ao outro. Na verdade, foi o que eles fizeram pelo resto de suas vidas depois daquele episódio. Dizem que da tragédia sempre vem algo ruim, mas sempre nasce algo bom. Esse foi o algo bom que aconteceu na vida dos dois. Eles perderam uma família para ganhar outra.

A guerra se prosseguiu por bastante tempo, não mais que um dia, mas era difícil ter noção do tempo sem a mordomia de olhar um relógio. Rebecca esperou a poeira baixar para voltar para o local da batalha. Quando finalmente saiu, já era noite e todos os do norte já haviam recuado. Ela sabia que deveria fazer alguma coisa, brigar, enfrentar Ian, qualquer coisa. Mas ela não o fez. Ela simplesmente aceitou o fato de ter tido 30 baixas naquele dia. Sabe por que? Porque depois que viu seu filho morto ela percebeu uma coisa. Guerra só atrai ódio, e ódio só atrai morte. Ela não queria mais ver ninguém morrer. É por isso que decretou uma nova ordem. Ninguém poderia, jamais, falar ou até mesmo pensar no lado norte.

Aquilo já bastava, aquela matança gratuita que ocorreu naquele dia, já bastava. Ian percebeu isso também. E ambos decretaram uma "paz" que perdurou por muito tempo. Bom, agora que você sabe a introdução e como tudo aconteceu. Está na hora de eu começar a verdadeira história. Aquela que mudou aquele mundo.

SobreviventesWhere stories live. Discover now