CAPÍTULO 28

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Faziam mais ou menos dez horas que Rebecca havia saído. A noite já avançava e a manhã já estava próxima. Apesar de ter dito que para ela ir e ter ficado zangado, Ian estava preocupado com o que poderia acontecer com ela, por isso se ocupou com várias coisas no período que ela esteve fora.

Tudo corria bem e calmo, até que Rebecca chegou no acampamento, com uma mancha enorme de sangue em sua cintura, havia sido mordida e o machucado estava horrível.

Meredith a encontrou e arregalou os olhos quando viu a mulher daquele jeito. A mesma estava com dificuldade para andar, então a médica tentou ajuda-la.

-- Meu Deus, Rebecca! O que aconteceu? – ela perguntou, assustada.

-- Fui mordida. – a líder respondeu, com dificuldade. – Você tem que me matar. Rápido. Antes que eu me torne um deles!

-- Não. Eu não vou te matar! – a médica começa a arrastar Rebecca para a ala hospitalar, porém é muito difícil por ela ser mais pesada que a menina. – Alguém ajuda! Ajuda!

Um dos sulistas que estava passando por lá viu elas e correu para ajudar sua líder. Ele a pegou no colo e seguiu Meredith até o hospital. Colocou Rebecca numa maca e não conseguiu evitar mostrar preocupação para com sua líder.

-- Chama meu pai. Meu pai. Ian. Líder do Norte. – Meredith tentava falar de um jeito que ele entendesse.

No final, parece que ele entendeu. Assentiu com um movimento e saiu do local para chamar Ian.

Meredith começou a examinar Rebecca.

-- Faz quanto tempo que você foi mordida? – ela perguntou para deixar Rebecca acordada.

-- Umas... umas duas horas. – a mulher respondeu, quase desfalecendo.

Quando a loira viu que Rebecca estava quase desmaiando, ela segurou o queixo da líder e a forçou a olhar em seus olhos azuis.

-- Rebecca, olha pra mim. Você não pode dormir, okay?

-- Eu não consigo... Estou cansada. Não consigo. – Ela dizia, tentando não fechar o olho.

-- Vai ficar tudo bem se você ficar acordada! – Meredith disse enquanto limpava a ferida aberta que ainda não havia parado de sangrar. Ela tinha certeza que Rebecca havia perdido sangue demais.

Foi nessa hora que Ian chegou no local. Desesperando, pálido, procurando Rebecca em cada maca que havia naquele hospital.

Enquanto ele e Meredith conversavam, Rebecca foi perdendo as forças e fechando os olhos lentamente, vendo tudo ficar escuro. Até não ver mais nada.

Tempos depois, ela acordou. Ian estava gritando com todo mundo e Meredith estava terminando um curativo.

-- Graças a Deus você acordou! – Meredith exclamou. – Eu falei para você ficar acordada!

-- Perdão. Eu me sinto mais forte agora. – Rebecca disse. – Porém estou com frio.

-- Mais forte porque eu fiz uma transfusão sanguínea em você e com frio porque você está ardendo em febre! – Meredith percebeu que Rebecca não estava muito interessada de falar sobre isso, então se aproximou dela e cochichou – Você e meu pai estão tendo alguma coisa?

-- O quê? Como assim? Quer dizer, claro! Nós trabalhamos juntos. – Rebecca tentou parecer o mais séria possível.

-- Por favor. Você sabe que eu falo de algo mais. Perguntou porque ele está irritado e preocupado. Ele não ficaria assim se vocês trabalhassem juntos. – Ela se aproximou novamente – Pode me contar. Eu quero o melhor para ele. Ele é meu pai.

SobreviventesWhere stories live. Discover now