CAPÍTULO 8

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A paz entre os clãs já perdurava a 8 anos. Um período muito bom se estendeu entre os mesmos, já que tinham outros problemas para se preocupar, para quê ficar guerreando? Respeito era a base da sociedade, porém, é claro, dentro de cada um ainda havia o espírito de desprezo para o clã vizinho. Ir para outro clã era proibido, a não ser que fossem questões governamentais que não pudessem ser resolvidas de longe.

Rebecca, líder do clã do Sul, ainda sentia as consequências do peso da guerra. Afinal, seu filho morreu por causa dela. Ela ficou arrasada por meses, mas se recompôs e agora dedica sua vida para proteger seu clã e seu novo protegido, Luke. E Eloise, que havia adotado alguns meses depois de Luke.

Ian, líder do clã do Norte, também perdeu pessoas que amava por causa da rivalidade entre os dois povos, sua casa foi incendiada e sua esposa foi carbonizada no ato. Ficou apenas com sua filha, Meredith. Que começou a dedicar sua vida para o ramo da medicina, inspirada em salvar vidas, já que não pôde salvar a da sua própria mãe. A garota era inspirada na bondade, porém seu pai era um pouco mais para um ditador, como você já sabe.

Não podemos esquecer de Luke, que perdeu os pais na guerra, ele não nutria ódio por ninguém, mas achava que o clã do Norte era composto de pessoas fracas que não sabiam lutar nada. Ele, por outro lado, era um dos melhores guerreiros do seu clã, já que foi adotado por Rebecca quando tinha 7 anos. E não se deve esquecer que ele havia sido escolhido como sucessor de Rebecca.

Eloise é o nome de outra garota que também foi adotada por Rebecca, ela era de fato a melhor guerreira de seu clã, ninguém a vencia, se não a própria Rebecca. Ela vivia sendo atormentada pelo seu passado, também perdeu seus pais na guerra e eles morreram na sua frente. Ela sim nutre ódio por Ian e por tudo que ele representa. Eloise é uma garota mais profunda do que se imagina. Ela esconde mais segredos do que os próprios líderes dos clãs. Uma menina fria, que foi criada para ser uma guerreira perfeita, não por escolha de Rebecca, mas por escolha da própria Eloise. Ela treinou incansavelmente por anos até se tornar uma assassina perfeita. Sua arma preferida era o arco e flecha, mas isso desde antes da morte dos pais.


Rebecca estava cuidando do transporte de água no seu clã, como de rotina, quando um de seus soldados veio falar com ela. Se aproximou da líder e cochichou em seu ouvido:

─ Rebecca, the disappearances keep happening.* ─ ele fala em sua língua

Rebecca fica um pouco desesperada com a fala que lhe foi dita, porém não se altera. Apenas arregala os olhos com a surpresa e assente com um movimento da cabeça.

*Rebecca, os sumiços continuam acontecendo

─ Thank you for the warning.* ─ Rebecca agradece. ─ You can go, you're free..**

*Obrigada pelo aviso.
** Você pode ir/está livre.

Após a permissão, o soldado vai embora e Rebecca fica inquieta, pensando no que pode fazer para descobrir o que está acontecendo. Os sumiços das pessoas do seu clã estão cada vez mais frequentes e ninguém sabe o motivo, faz mais de uma semana que eles vêm acontecendo e não se têm ideia do que acontece com as pessoas que são levadas. Sem ter ideia do que fazer, Rebecca vai para seu escritório e chama Luke. O garoto vai a seu encontro.

─ Mandou chamar, Rebecca? ─ o garoto entra na sala, bem devagar, levantando as cortinas que serviam de portas improvisadas.

Rebecca se sente aliviada ao ouvir a língua universal. Somente os guerreiros sabiam fluentemente essa língua. E eles sempre preferiam a mesma. Rebecca, como líder, era fluente nas duas e sempre deveria dar prioridade para a língua nativa, mas achava melhor a língua universal.

SobreviventesWhere stories live. Discover now