CAPÍTULO 22

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Após falar com mais pessoas do que gostaria, Ian foi para sua sala e ficou observando o pequeno andar do ponteiro dos segundos eu seu relógio. Mais do que qualquer outra coisa, ele gostava de ver o tempo passar, observá-lo o fazia ter controle sobre ele, de um jeito estranho, mas fazia.

Ele estava quase completamente relaxado em sua poltrona acolchoada quando uma doce voz invadiu o ambiente. Entrando pela porta suavemente até os ouvidos de Ian, o que tirou seu olhar do relógio para uma menina angelical, com sua pele alva e seus cabelos loiros voando ao vento. A luz do ângulo de Ian fez com que ele pudesse visualizar de relance a sua esposa, Helena. Mas, claro, não era ela. Era a pequena garota que o fazia levantar todos os dias de manhã. A única alma que ele amava na terra além dele mesmo. Meredith.

A garota gritava com muito ânimo:

-- Papai! Papai!

Ela entrou na sala com muita euforia, o que tirou de vez seu pai do transe em que estava.

-- Papai! Papai! – a menina repetia, perseverante.

-- Diz logo, menina! Eu não tô surdo!

Ela riu um pouco, o sarcasmo do pai já fazia parte de sua vida diária, então ela não se incomodava mais, apenas ria, pois, no fundo, era engraçado.

-- Preciso que você liberte Eloise!

O pequeno pedido fez o homem saltar da cadeira.

-- Você ficou maluca?! – Ele perguntou, e aparentemente não estava brincando.

-- Não, pai. Ela já cumpriu sua pena. Já pagou demais. Ela vai enlouquecer lá dentro e...

-- Pois que enlouqueça! – o pai interrompeu a filha rapidamente. – Ela lhe agrediu! Merece morrer. Só não matei porque Rebecca me implorou amargamente que não a castigasse de maneira tão cruel.

-- Mas pai! Eu preciso dela... para um... para um... Experimento! É isso!

Ian a fitou com uma sobrancelha arqueada.

-- Você mente tão mal quanto a sua mãe. O que você realmente quer com ela? – ele cruzou os braços, esperando uma resposta verdadeira.

Meredith passou bom tempo – para ela foi muito tempo, mas não demorou um minuto na realidade – pensando no que dizer para o pai que não entregasse suas reais intenções e seu plano antirelacionamento do Luke.

-- Ela vai me ajudar com um projeto. – ela disse, tão convicta de que aquilo era a verdade absoluta que seus movimentos passaram a acontecer para que ela se confirmasse,

-- E que projeto é esse? – Ian perguntou, ainda desconfiado.

-- É uma coisa muito importante, mas ainda secreta. Que poderá ser revelada se funcionar. – ela selecionava cuidadosamente o que ia dizer. – O senhor vai adorar! Eu prometo!

Ian descruzou os braços. Ainda não estava convencido de que sua filha falava a verdade, mas mesmo assim decidiu dar um voto de confiança a ela. Afinal, estava fazendo isso para proteger ela. E se Eloise a machucasse de novo ou pisasse na bola de qualquer maneira, ele poderia se vingar dela do jeito certo. Do jeito que ele queria desde que ela encostou o primeiro dedo em sua filha.

-- Tudo bem, mas se essa garota ao menos me irritar ou lhe causar uma mínima dor, um pisão no dedo mindinho que seja! Eu mato ela! Entendeu? – Ian disse tão sério que Meredith sentiu seu corpo se arrepiar.

-- Entendi, pai. Agora me dá a chave da cela dela!

-- Nada disso! Um guarda vai com você! – Ian apertou um botão, chamando um dos guardas – onde já se viu, andar sozinha por aí, ainda mais naquele lugar imundo.

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