CAPÍTULO 25

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Passou-se uma semana desde a morte de Luna, o luto já deveria ter acabado, mas ninguém o acabou.

Rebecca passava 90% do seu tempo se culpando. Não lembrava de suas obrigações, nem se importava. Luke não saía de seu quarto, ele não conseguia derramar uma lágrima e se sentia mal por isso.

Como já havia passado esse tempo todo, Meredith resolveu ver Luke. Ele estava sentado na cama, olhando para a parede a sua frente quando ela entrou. A garota se aproximou lentamente e sentou na cama.

-- Hey – ela tentou ser um pouco animada – Como vai?

-- Indo... – ele disse, muito desanimado.

-- Luke...

-- Eu não consigo nem chorar, Meredith! – Luke disse olhando para o chão.

-- Está tudo bem, Luke. Você não deve chorar para sofrer. – Ela colocou a mão em seu ombro e lhe lançou um olhar de compaixão.

-- Meredith, eu... eu...

-- Você é um sobrevivente. – Meredith disse com firmeza – O que resta da raça humana. Você deve dar a volta por cima. Deve isso à raça humana, a seu clã, a si mesmo.

-- Como eu posso simplesmente sair por aquela porta e fingir que nada aconteceu? – ele pergunta, olhando fixo nos olhos dela.

-- Eu não sei. Mas nós vamos descobrir isso... Juntos.

Ela ofereceu a seu amigo o melhor de seus sorrisos. Incentivou o garoto a levantar da cama e sair do quarto.

Luke finalmente pisava fora daquele lugar e se sentia melhor, é como dizem, a melhor coisa para se fazer quando se está trise é sair da sua zona de conforto. Talvez Luke nunca teria experimentado dessa sensação se não fosse por Meredith e ele se sentia feliz por ter alguém como ela.

Os dois caminharam por todos os lugares daquela fortificação. Alguns lugares lembravam Luna para Luke, mas ele começou a lutar contra os pensamentos quando eles vinham, ele decidiu naquele momento e em diante transformar todas as dores, todos os traumas, tudo de ruim que lhe acontecesse, em algo bom e que o ajudasse a ser uma pessoa melhor no futuro.

E então eles acabaram no refeitório. Lá havia um balcão cheio de cupcakes.

Meredith riu da ironia e puxou Luke rapidamente até lá.

-- Olha, bombas! – ela riu e ele revirou os olhos, achando graça. Meredith pegou um, tirou o papel que o protegia e quase o colocou inteiro na boca – Está delicioso! Pode pegar um! – ela disse com a boca cheia, deixando cair algumas migalhas do bolo que estava em sua boca.

Luke aceitou o convite de se juntar a ela nessa mini festa, pegou um dos bolinhos e deu uma mordida na sua massa fofinha, revelando o recheio escuro de chocolate.

-- Isso é incrível! – exclamou o garoto, fazendo tanta sujeira quanto Meredith, os dois se entreolharam e riram da situação.

Foi quando Luke percebeu, aquilo era uma festa. O que eles comemoravam era uma dúvida, mas eles estavam animados. Havia música no fundo, comida circulando pela sala, crianças correndo e brincando, casais dançando juntos. Era uma visão linda. Apesar de animada, era vintage e calma, o que fez o coração de Luke se alegrar e ele dar um pequeno sorriso.

-- Que festa é essa? – o rapaz perguntou – Comemorando o quê?

-- Você não lembra? Hoje é o dia da paz. – ela sorriu – É comemorado, pois anos atrás os nossos ancestrais conseguiram acabar com a guerra e se instalarem no abrigo antirradiação do Brasil. Você estudou história, certo? – O garoto fez que sim com a cabeça.

SobreviventesWhere stories live. Discover now