CAPÍTULO 17

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─ E agora eu vou precisar ajudar ele a conquistar uma garota que eu nem sei o nome.

Meredith desabafava e desabafava.

─ Você sabe que só porque eu estou "presa" isso não me qualifica a uma psicóloga, certo?

Eloise era obrigada a ouvir cada palavra do que a inimiga dizia. Ela não queria, obviamente, detestava ter que ficar escutando a voz de Meredith. Mas se reclamasse, a sua prisão poderia demorar mais tempo.

─ Se você gosta dele, é só ir lá e falar para ele! Não fica se oferecendo para ajudar ele com outras pessoas. Isso é burrice!

Até que a morena tinha razão. Meredith balançou a cabeça em negação.

─ Eu não gosto dele! ­─ Meredith disse com certeza ─ Ou será que gosto? AH! Eu não sei!

Eloise ouvia tudo enquanto revirava os olhos várias e várias vezes. Quando Meredith percebeu o desinteresse, ficou irritada e logo disse:

─ Você nunca gostou de alguém, não?! Nunca sentiu que a felicidade dessa pessoa teria que vir antes da sua?

─ Não.

A cientista tentou encontrar um pequeno sinal de ironia na expressão de Eloise, mas não encontrou nada. O Não da garota era totalmente verdadeiro.

─ Ai meu Deus, Eloise! É o sentimento mais horrível do mundo!

Meredith se sentou no chão, desejando morrer.

─ E você sente isso tudo em três dias de convívio? Eu hein!

─ Foram três dias de muita conexão, tá?!

Eloise revira os olhos pela enésima vez. Implorando aos céus para que a outra saíssem de sua cela para que ela pudesse aproveitar a solidão e o silêncio sozinha.

As duas se calaram e por um curto período de tempo, tudo ficou em paz. Um grande silêncio dominou a sala em que as duas estavam.

─ É isso!

Meredith gritou, assustando Eloise, que já pegava um livro que havia roubado da loira para ler.

─ Isso o quê?

Eloise perguntou só por saber que mesmo que não perguntasse, ela ia ser obrigada a ouvir.

Meredith pulava e balançava as mãos com uma alegria de quem ganhou na loteria.

─ Obrigada, Eloise! Eu te devo uma!

E sai correndo, deixando a morena sem entender nada, mas a mesma não se importava. Pegou o livro, sentou com as pernas relaxadas em cima do colchão da cela e mergulhou na leitura.

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