Capítulo 27

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— E-eu não tô entendendo, Tom! – gaguejo, levando minhas mãos até a minha cabeça, em desespero – Quem te mandou isso?

— Ah! É essa a sua preocupação?! Quem me mandou?! – ele esbravejou, guardando seu celular de volta. – Ainda que eu soubesse de quem é o número que me mandou isso, esse seria o menor dos problemas agora!

— Tom, não é o que você tá pensando! – termino de subir as escadas, atordoada, enquanto buscava as minhas chaves no bolso – Por favor, vamos sair daqui e conversar lá dentro!

Não é o que eu estou pensando... – debochou – O que você acha que eu estou pensando, Cecília? O que essas fotos parecem pra você?

— Tom, eu tô tão confusa quanto você! – exclamo, enquanto finalmente abro a porta e entro em casa, atrapalhada com as minhas bagagens, largando-as em qualquer canto e deixando a porta aberta para Tom entrar.

Confusa? Vai agora dizer que essas fotos são montagem? Que você não se encontrou com o seu ex-namorado nessa sua ida ao Brasil? – Tom entrou em minha casa, batendo a porta atrás de si.

— Peraí! Eu nunca disse isso! – arregalei os olhos, franzindo as sobrancelhas – Eu te falei sim que eu tinha encontrado com o Bruno!

— Ah, claro! Agora o louco sou eu! – Tom bufou, cruzando os braços e revirando os olhos – Eu não vi uma única mensagem que você mencionasse isso no meu celular!

— Talvez seja porque você estava ocupado demais enchendo a cara e terminando de estragar a porra do seu celular ao invés de olhar o que eu tinha te mandado naquela noite! Aí fica mesmo difícil de saber qualquer notícia minha! – rosnei.

— E isso te dá o direito de sair com o seu ex na primeira oportunidade?! – Tom deu uma gargalhada irônica – Entendi... a culpa é minha então!

— Para de colocar palavras na minha boca e assumir coisas que você não sabe! – meu indicador estava em riste em sua direção – Eu sequer sabia que Bruno estaria na cidade! Nos encontramos por acaso!

— Esquece, Cecília... – ele suspirou, abaixando sua cabeça e o seu tom de voz – Quer saber? Agora tudo faz sentido.

— Do que você tá falando, Tom? – minha voz era trêmula.

— Você sempre deixou muito claro que não queria se envolver comigo. – Tom mantinha a sua cabeça baixa, sua voz parecia sair por entre os dentes – Sempre falou pra gente "ir com calma" e que tinha medo de se comprometer... agora eu entendo o porquê.

— Tom, para com isso! – meus olhos marejaram – Deixa eu falar!

— Falar o quê?! Que você nunca superou o seu ex? Que ainda pensa nele o bastante pra ir encontrar com ele na primeira oportunidade? Que nosso "lance" era só uma eurotrip divertida pra você? – Ele finalmente levantou seu olhar para mim. Em seu rosto, uma lágrima solitária escorria.

Todas aquelas acusações de Tom me ofendiam. Ele não tinha o direito de assumir todas aquelas coisas ao meu respeito sem sequer deixar que eu me defendesse. Eu começava a sentir raiva.

— Tom... me ouve, por favor. – meus punhos estavam cerrados ao lado do meu corpo.

Que merda, Cecília! Me ouça você! – Ele explodiu, socando a parede ao seu lado, ofegante – Eu te amo! Será que esse tempo todo você não entendeu isso ainda e por isso fica brincando comigo?

Ok. Eu não esperava por estas três palavras. Ao menos... não agora. Não nessas condições. "Merda... o que eu fiz?!"- pensei, antes de explodir em lágrimas silenciosas. Lágrimas muito mais compostas de medo e raiva do que de tristeza. Eu estava confusa.

Waiting at your doorstep | Tom HollandWhere stories live. Discover now