Waiting at your doorstep | Tom Holland

Capítulo 31

Quando você decide trabalhar com cozinha, ninguém nunca te prepara o suficiente pra quantidade de louça com a qual você vai precisar lidar. Como se o meu projeto final para me formar não fosse estressante o suficiente, no final de tudo eu ainda tinha que lidar com a montanha de potes, talheres, fôrmas e utensílios pra lavar. E lá estava eu, parada diante daquilo tudo, rindo de nervoso com um pano de prato nos ombros e com vontade de deitar em posição fetal até que aquela louça se lavasse toda sozinha. Para o meu alívio momentâneo, a campainha toca.

— Entra! – dou um berro, já me antecipando que seria Halima do lado de fora.

A campainha insiste em tocar por mais duas vezes.

— Entra, Halima! Tá sem chave? – vou até a entrada de casa enquanto seco minhas mãos no avental que usava e abro-a, esbaforida.

Ao abrir a porta, me deparo com uma Halima sorridente e, ao seu lado, uma pessoa que só conhecia até então por fotos e ligações de facetime.

— Ei, se não é a famosa Cecília! – Labib abre os braços e um sorriso caloroso, como se fôssemos velhos amigos. – Não acredito que finalmente tô te conhecendo!

— Labib? – arregalo os olhos em surpresa, mas não deixo de abraçar o noivo da minha melhor amiga, que usava um perfume refrescante e quase forte demais – Meu Deus, Halima! Por que não me avisou que vinham?! Eu tô toda desarrumada! – Tento ajeitar meus cabelos arrepiados em vão – Por favor, entrem!

— A gente queria te fazer uma surpresa! Uma não... na verdade duas! – Halima sorriu, enquanto segurava seu noivo pela mão e o guiava até o sofá da sala.

— E bota surpresa nisso! Não sabia que você vinha pra Londres! – me dirijo a Labib, que sorria como um bobo olhando para minha amiga o tempo todo.

— Consegui uns dias de folga no trabalho e vim aproveitar do lado da minha futura esposa... – Ele apertou Halima em um abraço desajeitado, já que ela era consideravelmente mais baixa que ele. O topo de sua cabeça mal encostava no peito de Labib.

— Awwww, parem de ser fofos vocês dois! – junto minhas duas mãos ao lado do meu rosto, fazendo uma vozinha delicada.

— Então... falamos que seriam duas surpresas! – Halima trocou olhares rápidos com Labib – A gente quer que você seja a nossa madrinha de casamento!

— Madrinha?! – levo minhas mãos até a minha boca enquanto dou pequenos saltitos empolgados – C-como assim?! Claro que eu aceito, aaaaaaah!

Aparentemente sem se importarem com eu estar completamente descabelada, suja de farinha e com o avental molhado, o casal se une em um abraço triplo comigo. Eu não conseguia me conter de felicidade e de honra.

— Olha, por mais que a gente não se conhecesse até agora, eu sei que eu devo muito a você. – Labib cutucava implicantemente o topo da cabeça de Halima com a mão – Você ajudou bastante essa garota a não pirar com a história do noivado e agora do casamento. Com certeza eu ouviria muito mais reclamações se não fosse por você segurando a onda dela!

— Ei! Eu tô ouvindo isso! – Hali franziu as sobrancelhas e torceu os lábios, parecendo uma criança contrariada.

— Eu sei bem disso! – gargalhei, apertando as bochechas da minha amiga, que não conseguiu conter um sorriso. – Eu não sei nem como agradecer esse convite, gente! Muito obrigada mesmo!

— Ok, ok, peraí um segundo! – Halima agitou suas mãos no ar, interrompendo a conversa – Você aceitou o nosso convite. Sabe o que isso significa?

Torço meus lábios e inclino levemente meu rosto, quase que com medo do que estaria por vir.

—DESPEDIDA DE SOLTEIRA! – Halima soltou um gritinho, saltitando.