A Resistência | À Beira do Caos (Livro 1)

Capítulo 83

NOTAS IMPORTANTES

Os capítulos especiais no ponto de vista do Lucas e do Nathaniel serão postados amanhã. Leiam eles para entenderem algumas situações.

Vocês podem ir direto para o segundo e terceiro livros depois do epílogo. Não vou repostar a versão revisada, mas já fiz as mudanças mais importantes na versão que está publicada no Wattpad. Claro, vocês vão encontrar inconsistências e erros, mas nada que atrapalhe significativamente a história. Falei sobre isso nos stories hoje: cristi_sil

Dúvidas?

Bora pra Gaia então!

*

Respiro fundo para tentar me acalmar, enquanto pressiono meus dedos trêmulos no pescoço do Nathaniel implorando por um batimento.

Apenas um segundo, mas parece uma eternidade até sentir a pulsação.

— Ele está vivo. — Minha voz sai tremida, e vejo que Matt parece voltar a respirar neste momento.

O ar também encontra o caminho de volta para os meus pulmões.

Sem deixar de pressionar o ferimento, procuro qualquer ferimento na cabeça dele ou hemorragia no nariz ou no ouvido e não encontro nada. Isso é um ótimo sinal

Analiso melhor o lugar onde a bala entrou.

Foi no lado esquerdo, mas bem acima do coração. Ele deve ter batido a cabeça com força quando caiu, por isso, está inconsciente.

— Temos que levá-lo para um hospital — digo para o Matt sem esconder o desespero na minha voz. — Não vou deixá-lo aqui. — Matt, que estava de joelho ao meu lado, se levanta e se afasta um pouco com as mãos na cabeça. Fico observando-o por alguns segundos, esperando a decisão dele, mas não podemos perder tempo. — Matt!

— Temos você e a Meredith. — A voz dele soa nervosa quando volta a se aproximar de mim. — Vamos levá-lo conosco.

— Ele pode morrer, Matt — grito.

— Se ficarmos, todos nós morremos, Emily. — Apesar de tentar parecer convicto, sei que ele também está ponderando levar o Nathaniel para um hospital.

— Não me importo. — Sinto o gosto das lágrimas enquanto falo. — Nunca vou me perdoar se algo acontecer a ele.

Eu estava preparada para me afastar do Nathaniel, mas não para isso. E não importa mais nada agora, eu só preciso que ele fique bem.

— Emily, é só uma bala, a Meredith consegue lidar com isso. — Matt dá indicações para os Soldados pegarem o Nathaniel. Começo a protestar mas ele é assertivo: — Não temos mais tempo, a decisão está tomada. Tragam o Kyle também.

Peço para continuarem pressionando o ferimento para estancar a hemorragia, não consigo acompanhar o ritmo dos Soldados.

— E a Nina? — pergunto para Matt, sentindo um nó na garganta.

Tudo deu errado.

— A Louise deveria tê-la trazido — ele diz. — Mas ela é esperta, vai saber lidar com a situação. Há muitos outros Resistentes que podem ajudá-las. O James e a Mia por exemplo.

— Mia?

Matt confirma, ajudando-me a caminhar pelo corredor estreito, e faço todo o percurso sem conseguir impedir que as lágrimas caíam.

Afinal, o Kyle sempre teve razão.

A irmã dele é uma Resistente.

Achava impossível, mas saber disso me faz gostar muito mais dela.

— O que aconteceu? — Meredith pergunta enquanto dois Soldados tiram a maca de um jipe-ambulância e deitam o Nathaniel nela.

Ele continua desacordado.

Os soldados afivelam os cintos de segurança a volta dele e empurram a maca para dentro.

— Você estava certa quando falou para trazermos um desses — Matt diz para Meredith, referindo-se ao jipe-ambulância.

— Só não esperava ter que usá-lo agora. — A voz dela reflete todo o nosso fracasso esta noite.

Meredith entra e começa a examinar o Nathaniel.

Seguro a barra na porta do veículo e tento subir, mas a única coisa que consigo é abafar um grito de dor.

— Emily, sua perna — Matt fala, e sinto que ela voltou a sangrar.

Ele a examina com o foco de uma lanterna que pede de um soldado e Meredith pede para me entregarem gazes para estancar a hemorragia.

— A bala não está alojada — Matt confirma o que eu já imaginava —, mesmo assim foi fundo. Você vai precisar de alguns pontos.

— Eu estou bem — minto, tentando subir de novo na ambulância.

— Não, Emily — Matt me impede.

— Quero ir com o Nathaniel — rebato.

— Só tem dois lugares — ele avisa. — E a Meredith precisa de alguém que possa ajudar, mas você não está em condições.

Desisto de protestar, seria inútil.

Por isso, Matt me guia para a frente do jipe, me ajuda a subir na cabine e coloca meu cinto de segurança enquanto continuo pressionando o ferimento na minha perna.

— Este é o mais próximo, Vitor — diz para o Soldado ao meu lado que, depois de examinar um mapa, dá a partida e espera apenas o Matt entrar na parte de trás do jipe para começar a se afastar da Muralha.

— Para onde estamos indo? — pergunto nervosa.

— Um bunker — o Soldado responde, com os olhos estreitos e atentos na estrada e volta a ficar em silêncio.

Na velocidade a que vamos, não o distraio.

Apenas torço para chegarmos rápido e para que o Nathaniel aguente até lá.

Aguente firme pela sua vida
Não pode ser agora
Eu não vou dizer adeus
(Hold On For Your Life | Sam Tinnesz)

Quem quiser participar do sorteio dos planners da Resistência comenta o nome do personagem preferido aqui (obrigatório para participar). Mais informações no meu Instagram: cristi_sil