six; to midnight talks

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Anne entrou dentro da casa. Se ela pensou que o quintal estava cheio, a sala de estar estava muito pior. Tinha pelo menos dez pessoas num colchão para três, copos e garrafas no chão, pessoas se beijando em todo canto, um garoto dançando em cima da mesa enquanto algumas garotas jogavam papel higiênico no mesmo. A musica estava tão alta que Anne não conseguia ouvir nem seus próprios pensamentos. A maioria era remixes e musicas que ela não gostava. Um garoto havia sugerido fazer uma playlist conjunta do Spotify com todos na festa, e ele agia como o DJ. Anne passou pelas garotas bêbadas cantando como se fosse noite de karaokê, os outros garotos dançando e Jane jogando beer pong junto com Tillie, que parecia estar tendo o tempo de sua vida.

Anne subiu as escadas, evitando todas as pessoas que estavam ali. Ela pensou que era ridículo, as pessoas em pé na escada, quando deveriam subir ou descer. Ela chegou ao segundo andar e procurou um lugar para descansar por um tempo. O banheiro estava ocupado, um dos quartos tinha a porta trancada e um papel dizendo "Não entre", que ela assumiu ser a madrinha de Gilbert, e o outro estava sendo fechado por um casal. Anne continuou andando até chegar a uma janela no final do corredor e subiu. Ela sentou-se no telhado, com vista para a rua, e olhou para as estrelas.Agora ela sentia paz e tranquilidade. Ela queria ficar sozinha. Sozinha com seus pensamentos. Ela precisava entender o que estava sentindo por Gilbert. Não era amor, pelo menos não ainda. Pode ser adoração ou algum tipo de compaixão e empatia. Por que tudo com Gilbert Blythe tinha que ser tão complicado? Por que ela perdeu tempo pensando nele? E a questão mais importante: por que ela não se importou?

Era como se os pensamentos dela sobre Gilbert tivessem uma conexão psíquica com ele, porque ele agora estava de pé do lado de fora da janela. Anne olhou para ele surpresa. Ele parecia que ia dizer alguma coisa, mas em vez disso, ele apenas olhou para ela.

Ela hesitou, mas abriu a janela para o mesmo se sentar do lado de fora com ela. Ele assentiu em agradecimento e se colocou ao lado de Anne. Agora ela não estava sozinha com seus pensamentos, mas por algum motivo desconhecido, ela não se importava. De fato, sua presença não era caótica ou alta, era quieta e confortável. Os dois ficaram lá, olhando para o céu. Gilbert tomou um gole de sua taça e entregou-a a Anne.

- O que é isso? - Ela perguntou, olhando para o copo e depois para ele.

- Cerveja, eu acho - Ele encolheu os ombros - Moody tinha dois copos disso e, bem, você sabe o que aconteceu - Anne riu, lembrando-se do que Diana lhe dissera. Ele começou a rir também, em uníssono. Para Gilbert, sua risada era a sinfonia mais perfeita.

Então, surpreendentemente, Anne tomou um gole da bebida. Ela provou o líquido com cuidado. Foi amargo. Ela torceu o nariz.- Nojento - Ela disse - Como as pessoas bebem essas coisas? - Ela tomou outro gole enquanto Gilbert sorria e revirava os olhos.

- Ok, ok - Disse ele, tomando o copo longe dela depois de seu terceiro gole - Isso é o suficiente para você, eu quero um pouco também.

- Posso te perguntar uma coisa? - Ela olhou para ele e depois para baixo, brincando com as mãos - Como Cassandra deixou você fazer essa festa?

Ela conhecia Cassandra, ela a vira algumas vezes e eles conversaram no funeral do pai de Gilbert. Ela não era uma mulher alta, da última vez que Anne a viu. Ela provavelmente estava no final dos 20 ou início dos 30 anos, sua pele estava escura e trabalhava no banco. Desde os tempos em que Anne a conheceu, ela poderia dizer que ela era uma dama muito legal.

- Ela disse: 'Claro, convide algumas pessoas, mas não fique muito louco'. É por isso que deveria ser apenas o nosso ano - Explicou Gilbert, enquanto Anne assentia - Acho que Billy não deu ouvidos.

- Ele escuta alguma vez? - Ela brincou, e Gilbert riu.

- Mas Cassandra é legal, quero dizer, ela não é meus pais, mas ... - Ele murmurou. Anne entendeu. Gilbert olhou para as estrelas mais uma vez.

- Você sente falta deles - Ela observou.

- Muito - Gilbert disse, rindo tristemente e olhando para Anne - Você? - Ele perguntou - Você sente falta dos seus pais?

- Acho que sim - Ela sorriu, olhando para o céu - Mas é estranho porque eu não tenho lembranças deles, apenas frações. Eu basicamente sinto falta das frações deles. Há muito mais que eu não sei sobre eles - Disse ela - Isso é estranho? - Perguntou ela. Ele balançou a cabeça.

- Não é estranho - Ele respondeu, entregando-lhe a taça novamente. Ela riu e tomou outro gole.

E ali estava o silencioso silêncio confortável entre eles. Para Anne, o silêncio era geralmente desconfortável, mas ela nunca sentira isso com Gilbert. Com as estrelas acima deles tudo parecia certo. Eles ainda podiam sentir a música do andar de baixo e os gritos do quintal.

- Tem certeza de que eles não vão incendiar sua casa? - Anne perguntou, realmente preocupada.

- Eu honestamente não tenho ideia - Gilbert disse. Antes que ele pudesse continuar falando, Anne se iluminou quando uma nova música começou.

- Ah, eu amo essa música! - O piano suave, a música animada e as duas vozes se fundindo, e sentar ao lado de Gilbert fizeram a noite, naquele momento, parecer mágica.

- Que música é essa? - Gilbert perguntou, já que ela ficou animada ao ouvir.

- Overgrown - Ela disse - Do Oh Wonder - Eles ficaram parados e em silêncio, Anne murmurando partes da música. Assim como sua parte favorita da música estava chegando, Gilbert puxou a mão em um punho. Anne olhou para ele, quase perguntando com os olhos dela, o que ele estava fazendo, Gilbert insistiu e ela puxou o punho também. Eles cerraram o punho.

- À conversas da meia-noite e fogueiras loucas que não vão acabar bem - Disse ele - Estamos batendo punho porque falta outro copo para você e não podemos brindar assim - Anne riu novamente.

" e no meio da noite quando você está sozinho, eu estou perseguindo a luz no índigo"

SOCORRO!!! Depois de meses eu apareci novamente rsrs, eu vi todos os seus comentários no cap anterior e isso me animou muito, então aqui está um capitulo novinho pra vcs.

That's so us - shirbertWhere stories live. Discover now