Capítulo 14

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Eu ainda estava inebriada com as palavras ditas pela mulher a minha frente quando ela levantou e seguiu para um cômodo que certamente seria o seu quarto. Já eu, continuei do mesmo jeito olhando para o teto branco e repassando na minha cabeça o que tinha acabado de acontecer.

- Ana eu pedi uma pizza pra gente – ouvi ela gritar do quarto – Tu gosta de frango né? – a voz dela já estava mais perto, abri o olho e ela estava em minha frente.

- Hum rum – sorri e ela saiu de perto de mim - Assim, só a título de curiosidade... – falei um pouco mais alto - A minha dívida está dividida em quantas parcelas mesmo?

Me ergui um pouco do chão apoiada nas mãos para ver o que ela iria responder, eu não deveria estar tão ansiosa assim. Ela parou de andar na direção da cozinha e olhou para mim.

- Depende da forma que você for me pagar – ela falou da forma mais sexy possível e finalizou com uma piscadinha.

Meu Deus onde eu fui me meter?

***

Estávamos a um tempo sentadas na ilha da cozinha enquanto comíamos a pizza, a minha por sinal estava maravilhosa.

- Ninha como que tu vai saber se uma coisa é ruim se tu nunca provou? – Vitória insistia pra eu experimentar a pizza verde dela.

- Isso aí – apontei para a fatia que ela estava segurando – não vai entrar nessa boquinha mesmo.

- Eu ainda vou fazer tu gostar disso aqui – ela falava confiante – pode escrever.

- Duvido meu amor – a desafiei.

Meu celular vibrou pela nonagésima vez e resolvi atender Letícia que me ligava desde a hora que sai de casa.

- Oi Lê

- Ana onde que tu tá? Meu Deus eu tava morrendo de preocupação. Me desculpa.

- Calma, eu estou bem. – tentei falar o mais calmo e lento possível.

- Onde você tá?

- Na casa de uma amiga, já tô indo pra casa.

- Mas tu já me desculpou?

- Já Lê – ouvir ela soltar o ar do outro lado da linha – não se preocupe não, a gente conversa quando eu chegar, eu já estou quase indo.

- Tá, tô te esperando.

- Tchau Lê.

Desliguei voltei minha atenção para Vitória que estava com os olhos em mim.

- A história da suruba é verdade? – ela perguntou rindo.

- É Vitória, você pensou que eu estava mentindo? – perguntei fingindo indignação.

- É no mínimo inusitado Naclara – Olhei para ela com os olhos cerrados.

- Preciso ir pra casa, já está um pouco tarde – mudei de assunto procurando meu tênis.

- Você tem aula amanhã? Tu podia dormir aqui – ela falou um pouco mais baixo a última frase e eu ri.

- No tapete? Não obrigada – respondi rapidamente.

- No meu colchão, a gente podia nem dormir – ela falou e eu comecei a tossir descontroladamente – calma Ana – ela desceu do balcão e veio até onde eu estava dando pequenos tapinhas nas minhas costas.

- Tenho aula amanhã .... Não posso – disse tentando me recuperar.

- Tem mesmo? – ela arqueou as sobrancelhas.

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