Eu ainda estava inebriada com as palavras ditas pela mulher a minha frente quando ela levantou e seguiu para um cômodo que certamente seria o seu quarto. Já eu, continuei do mesmo jeito olhando para o teto branco e repassando na minha cabeça o que tinha acabado de acontecer.
- Ana eu pedi uma pizza pra gente – ouvi ela gritar do quarto – Tu gosta de frango né? – a voz dela já estava mais perto, abri o olho e ela estava em minha frente.
- Hum rum – sorri e ela saiu de perto de mim - Assim, só a título de curiosidade... – falei um pouco mais alto - A minha dívida está dividida em quantas parcelas mesmo?
Me ergui um pouco do chão apoiada nas mãos para ver o que ela iria responder, eu não deveria estar tão ansiosa assim. Ela parou de andar na direção da cozinha e olhou para mim.
- Depende da forma que você for me pagar – ela falou da forma mais sexy possível e finalizou com uma piscadinha.
Meu Deus onde eu fui me meter?
***
Estávamos a um tempo sentadas na ilha da cozinha enquanto comíamos a pizza, a minha por sinal estava maravilhosa.
- Ninha como que tu vai saber se uma coisa é ruim se tu nunca provou? – Vitória insistia pra eu experimentar a pizza verde dela.
- Isso aí – apontei para a fatia que ela estava segurando – não vai entrar nessa boquinha mesmo.
- Eu ainda vou fazer tu gostar disso aqui – ela falava confiante – pode escrever.
- Duvido meu amor – a desafiei.
Meu celular vibrou pela nonagésima vez e resolvi atender Letícia que me ligava desde a hora que sai de casa.
- Oi Lê
- Ana onde que tu tá? Meu Deus eu tava morrendo de preocupação. Me desculpa.
- Calma, eu estou bem. – tentei falar o mais calmo e lento possível.
- Onde você tá?
- Na casa de uma amiga, já tô indo pra casa.
- Mas tu já me desculpou?
- Já Lê – ouvir ela soltar o ar do outro lado da linha – não se preocupe não, a gente conversa quando eu chegar, eu já estou quase indo.
- Tá, tô te esperando.
- Tchau Lê.
Desliguei voltei minha atenção para Vitória que estava com os olhos em mim.
- A história da suruba é verdade? – ela perguntou rindo.
- É Vitória, você pensou que eu estava mentindo? – perguntei fingindo indignação.
- É no mínimo inusitado Naclara – Olhei para ela com os olhos cerrados.
- Preciso ir pra casa, já está um pouco tarde – mudei de assunto procurando meu tênis.
- Você tem aula amanhã? Tu podia dormir aqui – ela falou um pouco mais baixo a última frase e eu ri.
- No tapete? Não obrigada – respondi rapidamente.
- No meu colchão, a gente podia nem dormir – ela falou e eu comecei a tossir descontroladamente – calma Ana – ela desceu do balcão e veio até onde eu estava dando pequenos tapinhas nas minhas costas.
- Tenho aula amanhã .... Não posso – disse tentando me recuperar.
- Tem mesmo? – ela arqueou as sobrancelhas.
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OTHER WORLD
FanfictionQuerendo ou não sempre temos uma tendência a planejar coisas, desde coisas mais simples como um jantar, uma ida ao supermercado, um dia para colocar todas as matérias da escola em dia, uma viajem, um aniversário, até coisas maiores como por exemplo...