Capítulo 18

1K 50 9
                                    

- Eu poderia morar aqui, tu sabe disso né?

Desde que a Vi tinha saído pra levar as meninas no hotel eu estava na rede da mini varanda do quarto. Era um local de calmaria, as janelas me possibilitavam enxergar o vai e vem da cidade movimentada, e nem isso me abalava. Gostava de pensar que as luzes eram estrelas e viajei legal, só saí do meu mundinho particular quando a Vi balançou a rede anunciando que já estava em casa.

- Tô sabendo biscoitim, agora afasta que ai cabe duas.

- Hum, então quer dizer que a senhora Falcão traz outras pessoas pra conhecer a rede dela.

- Minhas irmãs adoram, inclusive foi mainha que me deu – falava enquanto se ajustava na rede.

Vitória colocou uma perna em cada lado e me puxou para fazer o mesmo. Passamos um bom tempo conversando sobre todas as amenidades possíveis, desde a teoria do big bang até filtros de coar café. O clima era bom, o timbre da voz, o contato e os beijinhos que de vez em quando ela depositava em minha cabeça.

Pra quê sair dali pra ficar cansada em um ambiente barulhento? Eu não via sentido naquilo. Mas como já estava tudo combinado e se eu desse para traz novamente as meninas iriam ficar chateadas resolvi lembrar a Vitória.

- Vi já são 20:15

- A gente só precisa ir as 21 – ela falou baixo, com a voz um tanto preguiçosa.

Ok gente, rolê cancelado.

Porém depois de quase 20 minutos procrastinando levantar eu fui tomar banho enquanto Vi tentava organizar a bagunça de papeis que ela tinha feito na sala antes de chegarmos. Quase uma hora depois estávamos saindo de casa.

Não preciso nem falar como a Vi estava não é mesmo?

Ela vestia uma blusa preta de alcinha um tanto transparente, o desenho do sutiã era perfeitamente visível e um short também preto combinado a um tecido da mesma cor que rodeava sua cintura, deixando uma pequena abertura na qual era possível visualizar a sua coxa. O cabelo estava mais livre que nunca, Vitória era quase um sinônimo de mistério.

Seguimos rumo ao hotel para em seguida irmos até o tal lugar que Vitória sugeriu.

O ambiente realmente fazia jus ao que Vi havia me falado, a decoração lembrava bastante uma discoteca e as músicas seguiam a mesma linha. O espaço era muito grande, o que fazia ter várias divisões, pude ver que havia um andar superior onde se encontrava alguns aglomerados de pessoas enquanto que na parte inferior a quantidade era bem maior. Os telões instalados em lugares estratégicos ditavam a dança interagindo rapidamente com o corpo das pessoas e mesmo sem ter tomado nada alcoólico naquela noite o meu corpo também já se movia.

Vitória apertou minha mão e nos direcionou ao bar que ficava um pouco mais distante, pedimos algumas bebidas e voltamos para o espaço principal. Minutos depois eu já estava totalmente desinibida, o que me surpreendeu, normalmente eu demoro bem mais pra me soltar em ambientes assim. Isa, Lê e Beca já estavam em outro lugar enquanto eu Vitória continuamos próximo a um ambiente que continha alguns sofás com ar retrô.

- Olha se não é a Vitória – ouvi uma voz masculina quase gritando próximo a nós duas.

Vitória se virou em um susto com as mãos de um homem na sua cintura.

- DECO!!! – ela falou empolgada abraçando o tal Deco enquanto eu continuava tomando minha bebida.

Deco era um homem alto e bonito pra caramba, apesar da pouca iluminação. A barba para fazer dava um charme especial, o sorriso era quase tão lindo como o de Vitória e eles continuavam abraçados enquanto conversavam um no pé do ouvido do outro.

OTHER WORLDWhere stories live. Discover now