Capítulo 16

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POV Ana Clara

Eu juro, eu juro por tudo que é mais sagrado que eu tentei fugir dos braços dela. Eu juro que tentei pensar em mil e uma coisas para sufocar o pensamento que estava instalado na minha mente desde o momento que Vitória rodeou minha cintura com seus braços.

E então ela mordeu meu lábio, um simples movimento que foi capaz de incendiar todo o meu corpo.

Puta merda Vitória!

Estávamos no meio da cozinha, ela fazia questão de não quebrar a conexão dos nossos olhares e meu Deus eu não conseguia mexer nenhum músculo. Senti as mãos de Vitória migrando da minha mandíbula para o pescoço e soltei:

- Eu posso me acostumar com as suas mordidas – vi o sorriso dela crescer e senti o meu sangue correr mais rápido em minha veias, caralho eu precisava de mais.

Eu não precisava mais de permissão, fiz questão de desligar todos os alertas que passava em minha mente e me concentrei somente no sabor dos lábios de Vitória. Como eu consegui ficar tanto tempo sem esse toque? Sem essa textura? Sem esse cheiro?

Nesse momento o nosso beijo estava mais que intenso, não existia uma briga por controle. Vitória me tinha em suas mãos e não tinha o que discutir, as nossas respirações se misturavam e o calor do meu corpo já estava emanando para todo o ambiente. Eu podia sentir minhas bochechas queimarem. Senti o toque das mãos de Vitória em meus braços seguindo diretamente pra onde ela nunca deveria ter tirado.

As mãos estavam geladas e eu estremeci novamente com o contraste de temperatura, o toque seguiu a linha da minha coluna por baixo do casaco e sem querer um gemido baixo escapou dos meus lábios, o suficiente para Vitória sorrir entre o beijo. De repente senti suas mãos descerem pela minha bunda indo até as minhas coxas onde seguraram firme e me suspenderam do chão. Me desgrudei de Vitória e dei um mini gritinho mas logo senti uma superfície gelada abaixo de mim.

Estava eu sentada na ilha da cozinha com Vitória em pé entre as minhas pernas.

- Tu é muito linda Ninha – Vi me olhava com devoção.

- Duvido muito, ainda mais com esse nariz vermelho – tentei descontrair.

- Esse nariz vermelho é um charme – ela respondeu entrando na brincadeira mas sem retirar o olhar intenso sobre mim.

- Pode deixar que a partir de hoje vou estar sempre resfriada.

As mãos dela ainda faziam questão de estar em contato com a pele das minhas costas, fazendo leves movimentos na tentativa de conhecer cada pedacinho.

- Tu quer ir dormir mesmo? A gente pode ir, você deve estar cansadinha – o olhar intenso já tinha ido embora dando o lugar para uma Vitória cuidadosa.

- Se tem uma coisa que eu não tô é cansada, não depois daquele monte de remédio que você me obrigou a tomar.

- Besta – ela riu e tocou no meu nariz com a pontinha do dedo beijando em seguida o canto da minha boca – quer assistir um filme então?

- Claro – falei com uma pontinha de frustração e pulei da bancada seguindo novamente até o sofá.

"No meu quarto Ana" Vitória falou um pouco alto e essa frase me transportou para uma dimensão diferente, mais precisamente só existia eu, Vi e uma cama, sem filme nenhum.

Desviei o caminho para o quarto onde já tinha conhecido mais cedo, o ap de Vitória não era grande mas era muito bem distribuído, no quarto os quadros da parede prendiam minha atenção, a maioria eram de artistas desconhecidos mas de muito bom gosto. O quarto ainda possuía uma mini varanda com janelas enormes, várias plantinhas e uma rede, ali seria um lugar perfeito para ler um livro, na parte de dentro a cama pegava um grande espaço com um criado mudo que tinha um ar retrô. Tudo era claro e amadeirado, o móvel branco abaixo da tv ainda continha algumas esculturas, uma em particular me chamou atenção eram três mulheres, uma tocando piano outra violino e uma terceira com um sax. Vitória já havia me falado da sua ligação com a música.

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